Dezembro

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"O Amor e a Aceitação de Deus não são o resultado de uma vida transformada. São o que causa a transformação."
Dick Winn, O Amor Que Restaura, 1987.

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1 de Dezembro

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Mais do que um Exemplo

"Ora, ao Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou à Sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar fortificar e fundamentar." I Pedro. 5:10.

Sou um músico ávido. Infelizmente, o único instrumento musical que aprendi a tocar é o fonógrafo. E assim, tenho de contentar-me em ser um ouvinte apreciador enquanto minha esposa faz com que Debussy flua através da ponta dos seus dedos em nosso piano. Escuto extasiado em meu aparelho estéreo enquanto grandes orquestras tocam Vaughan Williams, Chopin, Rachmaninoff e Copland. Tenho alimentado a fantasia de ser capaz de assentar-me diante do teclado de um imponente órgão e fazer as paredes vibrarem e a audiência chorar.

Daria resultado se eu simplesmente ficasse por trás de E. Power Biggs (ou outro grande organista semelhante) e o observasse por uma vez tocando um órgão e então apenas "seguisse seu exemplo"? Se ele toca perfeitamente uma cantata de Bach e eu observo cuidadosamente, seria eu também capaz de tocá-la perfeitamente? É claro que a idéia é absurda - ainda mais quando você sabe quão inábil sou com os meus dedos!

O apóstolo Pedro nos afirma que Jesus é um exemplo para nós, para que sigamos os Seus passos (I Ped. 2:21). Mas estou tão contente porque ele não parou por aí. De outro modo, posso imaginar pessoas simplesmente olhando para a vida de Cristo, observando cuidadosamente como Ele se comportava de maneira tão impecável, com perfeito ânimo e tato, e então dizendo: "Tudo bem, agora vou fazer o mesmo." O resultado é quase tão promissor quanto minha imitação de Biggs tocando Bach.

Ainda mais do que ser um músico, ser semelhante a Cristo requer um movimento dentro da alma. Posso, a compasso, copiar uma escala C no piano mecanicamente de memória e prática. Mas eu só posso amar uma pessoa antipática depois que o meu coração tiver sido restaurado pelo amor divino de Cristo. Posso preocupar-me com as necessidades dos outros, mesmo a minha própria custa e inconveniência, somente depois que eu estiver assegurado de que Jesus satisfará as minhas necessidades.

Embora eu seja capaz de dizer boas palavras a outra pessoa, posso ter sucesso em partilhar a força genuína com outra alma em luta somente quando estou em consolidada união com Aquele que é verdadeiramente forte. Nosso Pai nos fará sãos, seguros e fortes, não agitando alguma vara mágica sobre nós, mas atraindo-nos à união vital com Ele.

2 de Dezembro

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A Reconciliação é Real

"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta." S. Mat. 5:23 e 24

Nós pais temos visto freqüentemente nossos filhos irem à igreja, cantando "Jesus me ama", orarem nominalmente pelos membros de sua família, então voltarem para casa e brigarem uns com os outros até correrem lágrimas. Perguntamos como podemos levá-los a cruzar o abismo entre palavras e atos religiosos que desempenham na igreja e os problemas de sua vida prática. Existem poucas coisas mais mortais para a verdadeira espiritualidade do que tornar-se a religião uma rotina de mero formalismo e ritual, separada da ligação consciente com o mundo real.

Uma das maiores verdades na história da salvação é que Deus percorre extensões assombrosas a fim de recuperar-nos para Ele, para reconciliar a nós filhos inconstantes com o nosso Pai. Enviou Seu Filho em forma humana para dizer-nos que nossa luta havia terminado, que as hostilidades que sentíamos em relação a Ele e percebíamos nEle poderiam ser postas de lado. Na cruz, toda a raça humana poderia ver as profundezas do amor divino e a integridade com que Deus havia lidado com o pecado.

Milhares de anos antes, Deus havia dado ao povo uma parábola representativa da cruz e seu sacrifício através do sistema de sacrifícios animais. Era desígnio de Deus que isto trouxesse as realidades espirituais para mais perto do povo, sendo que eles realmente participariam ao trazer os animais. Ao contemplarem o sangue inocente fluindo por causa dos seus pecados, isto haveria de chamar a sua atenção para o grande ato reconciliador de Cristo na cruz.

Infelizmente, porém a maioria perdeu de vista a mensagem contida nos sacrifícios. No próximo passo fatal, chegaram a acreditar que era o sacrifício animal em si o que Deus exigia - por amor de Si próprio! Não compreenderam que o sacrifício visava mudar a ELES, não a Deus.

Jesus atraiu seu pensamento para muito além do ritual; levou-o para sua própria vida real. Disse, em essência: "Não venhais celebrar o ato reconciliador de Deus até que o significado da reconciliação tenha tocado o vosso próprio coração. Quando tiverdes feito as pazes com o vosso irmão malquisto, alienado, compreendereis mais da realidade do que Deus tem feito para VOS recuperar."

3 de Dezembro

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Respeitando Nossa Liberdade

“Todo aquele que Me confessar diante dos homens, também Eu o confessarei diante de Meu Pai que está nos Céus; mas aquele que Me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de Meu Pai que está nos Céus” Mat. 10:32 e 33.

Seus olhos estavam arregalados e a voz tensa. “Pergunto”, disse ela, “qual será o meu destino quando meu nome aparecer no juízo celestial? Declarar-me-á Deus salva ou perdida?”

Essa jovem partilhava de um temor amplamente mantido do juízo, baseada na pressuposição de que os problemas centralizam-se em torno do que Deus pensa de nós. Em sua mente, imaginava cenas de Deus folheando os livros de registro, como se estivesse fazendo sua memória relembrar os seus padrões de vida. Talvez Ele até mesmo marcasse os pontos em um pequeno caderno de apontamentos. Em algum momento, temia, Deus faria a contagem dos pontos e tomaria uma decisão sobre ela. Seu destino eterno basear-se-ia em que lado Ele votasse: vida, ou morte.

Mas as palavras de Jesus sugerem uma abordagem nitidamente diferente. Converge para o foco, não em torno da decisão de Deus sobre nós, mas em torno de nossa decisão sobre Deus em Jesus Cristo. Porque o Céu está fundamentado na realidade, isto pode somente reconhecer o que de fato temos decidido aqui na Terra. Jesus simplesmente declara que terá prazer em reclamar alguém que O reclamou. Diante do Pai e de todos os anjos atentos (veja S. Luc. 12:8 e 9), Jesus anunciará que há amizade mútua! Por outro lado, porque Ele não força nossas livres escolhas, quando alguém O rejeita diante do mundo, Ele com tristeza terá de relatar que não existe nenhum relacionamento entre Ele e aquela pessoa.

É verdade que livros de registros são conservados nas corte celestiais; mas seu propósito não é habilitar Deus a decidir-Se acerca do Seu povo, porque “o Senhor conhece os que Lhe pertencem” (II Tim. 2:19). Esses registros são conservados para comprovar que Deus não tem nada a esconder. Ele está disposto a abrir perante todo o Universo os registros da vida de qualquer pessoa, salva ou perdida. Não necessita de apagar o registro dos fracassos dentre aqueles que são salvos, porque aqueles mesmos registros documentam seu arrependimento e sua fé. Os livros de registro provam que, quando Deus anuncia que determinadas pessoas estão preparadas para a vida eterna, isto pode ser apoiado pela evidência.

Em vez de ficarmos diante de Deus em perplexa ansiedade, Deus está olhando para nós com ansiosa antecipação, dizendo: “Você irá Me escolher?”

4 de Dezembro

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O Oposto de Legalismo

“E é evidente que pela lei ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.” Gál. 3:11.

Pergunte a qualquer primeiro-anista especializado da faculdade de teologia qual é o oposto de legalismo e ele quase certamente responderá: “Fé”. Quando pressionado um pouco mais acerca do que poderia isso significar, ele talvez explique: “Legalismo significa depender dos méritos das obras humanas; o oposto é depender dos méritos perfeitos de Jesus Cristo.”

Perece uma boa resposta; é uma resposta que seria aceita por muitos cristãos da maioria das denominações. Dada a escolha, qual dentre nós não dependeríamos antes dos perfeitos e abundantes méritos de Jesus Cristo em vez dos ‘méritos” insignificantes e manchados pelo pecado das imperfeitas tentativas humanas para guardar a lei? Certamente Paulo não escolheria a última!

Mas isto suscita outra pergunta. Onde encontramos nas Escrituras que o Pai exige mérito de qualquer espécie – de nós ou de Cristo? Onde lemos que Ele está impressionado com o mérito? Temos qualquer evidência de que o problema do pecado humano procede de uma ausência de mérito, para ser suprida de alguma outra fonte?

Quando nos volvemos para a epístola de Paulo aos Gálatas, o lugar clássico nas Escrituras onde a confiança nas obras humanas é mais vigorosamente escarnecido, encontramos uma alternativa surpreendente . Paulo não sugere que devemos sair à procura de uma melhor fonte de mérito. Na mente de Paulo, o oposto de legalismo é relacionamento. A alternativa para o frustrado desempenho humano que tenta agradar a Deus é entrar em comunhão com um Deus que já está satisfeito conosco.

O segundo e o terceiro capítulos de Gálatas são muitos claros: aqueles que têm FÉ estão em contato com a vida eterna. Fé não é simplesmente estender a mão para reserva maior de mérito; é a união da alma com Cristo que é tão vital e real que Paulo pode falar de Cristo vivendo EM nós (capítulo 2:20). Isto harmonizou a vida que é vivida “pela fé” – isto é, por uma contínua amizade com o nosso Divino Senhor.

A fé envolve ter confiança em Deus. E isto significa confiar em um Deus que está interessado em assuntos mais vitais do que o acúmulo de mérito. Significa corresponder Àquele que está extremamente interessado em nosso amor e lealdade, porque Ele sabe que, quando Ele Se torna o centro de nossa vida, todas as boas coisas vêm como resultado.

5 de Dezembro

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Ele não Está em Silêncio

“Porque o Senhor Deus não faz nada sem dar aos Seus servos os profetas o conhecimento de Seus planos.” Amós 3:7, NEB.

Desenvolveu-se na antiga Grécia uma interessante forma de religião geralmente conhecida como religião de mistério. Centralizando-se em torno de ritos secretos e frases esotéricas, somente aos iniciados era dado acesso ao núcleo central do culto e suposto benefício. Salvaguardas estritas eram impostas para impedir que os poucos privilegiados transmitissem as doutrinas ocultas para as massas gerais. Talvez o que mais apelava para os devotos era a procurada emoção de serem finalmente considerados como parte do círculo íntimo privilegiado.

Mesmo nos dias atuais, muitos pertencem a ordens secretas, lojas maçônicas e organizações fraternais baseadas em uma mística semelhante. Mas a religião de Jesus Cristo não tem nada disto! Em contraste com as supostas divindades das religiões de mistério, nosso Deus está intensamente ansioso de transmitir toda a informação acurada que Lhe seja possível para a mente do Seu povo. Deveras, é a ausência da verdade, a escassez da compreensão clara acerca do Seu caráter e do Seu reino a causa primária de todos os problemas. Ele não é avarento em passar adiante ou transmitir esta preciosa verdade.

Em vez de comunicar-Se conosco de um modo acidental, Deus tem seguido freqüentemente o plano de operar através de pessoas devotas e dóceis que estão dispostas a levar Suas mensagens. A Bíblia se refere a eles como profetas, palavra que significa alguém que fala em nome de Deus, da parte de Deus. Uma vez tenham sido estabelecidas suas credenciais e a comunidade de crentes saiba que eles são canais confiáveis da verdade, Deus pode operar através deles de maneiras cada vez mais eficientes para revelar Seus planos.

Através da história da salvação, cada ponto decisivo no trato de Deus com o Seu povo tem sido assinalado pelo ministério de um profeta. Moisés dirigiu o Êxodo. Noé advertiu quanto ao grande Dilúvio e sobreviveu a ele. Jeremias confortou e guiou durante o grande cativeiro da Babilônia. E João Batista preparou o caminho para vinda de Cristo. Não é característica do nosso Deus, não deixar Seu povo às escuras em ocasiões tão decisivas?

Quão gratos devemos ser porque, como afirma Paulo em Efé. 4:11-13, o dom profético ainda está em atividade, revelando as magníficas verdades do caráter de Deus. Ele não pôs termo, no tempo de João Revelador, a todas as comunicações ulteriores, mas tem outorgado ao Seu povo dos últimos dias um rico canal de verdade confiável. Nestas horas escuras, apoderemos-nos de toda a luz que possamos descobrir!

6 de Dezembro

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O que Aperfeiçoa o Nosso Amor?

“Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é aperfeiçoado o amor, para que no dia do juízo mantenhamos confiança; pois segundo Ele é, também nós somos neste mundo.” I João 4:16 e 17

Há uma progressão que ocorre quando um crente a princípio acha perdão, depois novidade de vida e um crescente relacionamento com o Pai. De início, a coisa mais importante a experimentar é o amor incondicional de Deus e o perdão para mim, como pecador. Quando aprendo que Ele me aceita inteiramente, torno-me bastante seguro para dar as boas-vindas ao Seu plano de fazer maiores ajustamentos em minha perspectiva e estilo de vida. No processo, torno-me cada vez mais apreciativo do que Ele é – Sua sabedoria é tão perfeita, Seus caminhos tão apropriados, e os Seus planos para mim tão emocionantes. Sou atraído para a comunhão com Ele, por amor dEle, porque é totalmente desejável. Há algo mais?

Diz I João 4:16 e 17: “Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que no dia do juízo mantenhamos confiança; pois, segundo Ele é, também nós somos neste mundo.” O que imediatamente chama a sua atenção ao ler esta passagem? Se você ainda está preocupado com sua situação no dia do juízo, provavelmente sentiu uma onda de desejo de ter a confiança aqui mencionada. Contudo, se você está confiante de que Deus o ama e aceita, pode sentir-se confirmado em sua fé.

Realmente, o apóstolo João está descrevendo o relacionamento entre Deus e Seus amigos, a liberdade de viver o Seu amor. Vimos a conhecer que estamos totalmente seguros no Pai, que é a personificação do amor. ELE é a nossa confiança no dia do juízo. Todavia existe algo mais: “Nisto é em nós aperfeiçoado o amor... pois, segundo Ele é, também nós somos neste mundo.” Ora, isto é muito emocionante! Nosso amor partilhado com o Pai é aperfeiçoado ao interagirmos com outros neste mundo. Nossa amizade com Deus é refletida em nossas associações terrestres. Não somente isto dá aos incrédulos uma oportunidade de conhecer a Deus, nós também experimentamos de um modo palpável a validade de tudo o que temos aprendido concernente a Ele. Somos semelhantes a Ele porque provamos tudo o que sabemos sobre Ele.

E assim o nosso amor é aperfeiçoado.

7 de Dezembro

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Esta é a Vida Eterna

“E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu Te glorifiquei na Terra, consumando a obra que Me confiaste para fazer.” João 17:3 e 4.

Uma popular série de comerciais de televisão pinta um respeitado comerciante conversando calmamente com um amigo em uma sala ocupada e apinhada. Começa a citar a opinião do seu corretor de valores. Um silêncio cai subitamente sobre a multidão enquanto cada ouvido se esforça para escutar o conselho daquela respeitada firma. Com importantes interesses financeiros em risco, ninguém quer perder informação tão essencial.

Coloque-se em um cenário com várias pessoas de mentalidade séria, discutindo o que é essencial à salvação. Alguns sugerem que a vida eterna é encontrada através de uma vida de sacrifício e abnegação. Outros estão certos de que a vida eterna é concedida àqueles que aceitam determinadas provisões legais em seu favor. Você está ciente de que o especialista supremo em vida eterna, o próprio Jesus Cristo, acaba de entrar no aposento. Embora pareça estar em oração ao Pai, Ele está falando para que outros possam ouví-Lo.

“A vida eterna”, diz Ele, “é esta.” Subitamente cessam todas as outras conversações. Todos os olhos se voltam para o Seu rosto; todos os ouvidos se esforçam para apanhar cada palavra. Muitos esperam uma fórmula prolixa e complicada. Estão estupefatos de que ela possa ser sumarizada em apenas três palavras. A vida eterna é esta: “Que te conheçam.” Conhecer o Pai como Ele verdadeiramente é, como foi revelado por meio de Jesus Cristo – isto é a vida eterna.

Alguns poderiam objetivar que isto é demasiado simples, que a Bíblia insiste que ninguém é salvo sem prática de obras justas. Mas as únicas obras de justiça genuínas são aquelas que fluem livremente de um coração amoroso, e o coração de alguém só se torna amoroso quando está ligado ao grande coração de amor do Pai.

Outros insistiriam sobre a necessidade da fé como o fundamento da salvação. Contudo, a fé é precisamente isto. É uma amizade esclarecida com Deus, que conduz ao amor e à confiança. Conquanto a fé possa ocasionalmente expressar-se em fazer ou crer em algo que não seja inteiramente compreendido, este não é o seu foco primário. A fé é construída sobre o que conhecemos e compreendemos – a clara revelação do Pai em Jesus Cristo.

Jesus recapitulou a missão de Sua vida e foi capaz de relatar confiantemente: “Missão cumprida!” E qual foi esta missão? “Eu Te glorifiquei na Terra.”

8 de Dezembro

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Deus é por Nós

“Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Rom. 8:31.

Ela viera para aconselhamento, como fazem muitos estudantes nos seus últimos anos da adolescência, por causa dos perturbadores problemas domésticos. Perguntei-lhe acerca dos seus sentimentos para com o pai. “Oh, eu o amo!” respondeu prontamente. Entretanto, ao continuar a nossa conversação, percebi que a palavra “amor” não era adequada para descrever o confuso fardo de sentimentos que ela mantinha em relação ao seu pai. Juntamente com o amor, havia fortes sentimentos de temor, de extrema apreensão de que deixasse de viver à altura de suas expectativas e tivesse de enfrentar suas rudes repreensões. Ela pensava que, sendo ele seu pai, tinha o direito de agir com ela deste modo. Tudo isto era parte do fardo.

Com uma disposição semelhante, há homens que prontamente confessam que amam a Deus. Quem poderia falar de outro modo, em vista de tudo que Ele tem feito por nós? Muitos de nós temos entoado cânticos acerca do amor a Deus (ou no mínimo a Jesus) desde que começamos a falar pela primeira vez. Contudo, há freqüentemente, oculta abaixo da superfície do coração, uma forte mistura de sentimentos para com Deus. Os sentimentos de temor na presença de tão santa autoridade; os sentimentos de sermos excessivamente dominados por Alguém a quem não ousamos questionar; o temor sutil de sermos manipulados pelo preço que Ele pagou por nós – com freqüência aprendemos a aconchegar todos estes sentimentos nos recessos de nossa mente. Afinal, concluímos, tudo isto é parte do fardo.

Foi para pessoas muito semelhantes a nós mesmos que Paulo estava escrevendo quando chegou à retumbante conclusão, depois de algumas dezenas de parágrafos de argumentação: “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Com grande diligência, Paulo quer que saibamos que Deus está completamente ao nosso lado. Cada ato Seu visa atrair e curar o Seu povo ferido.

Ouvimos as palavras e sorrimos entusiasticamente ante Seu intento, mas ainda há aquele temor obsessivo de que nossas faltas provoquem Sua indiferença, Seu desinteresse. Estamos habituados a “criar Deus à imagem humana”. Lembramo-nos muito intensamente das ocasiões em que as pessoas a quem amamos têm usado sua rejeição de nós para levar-nos a fazer o que desejavam. Mas em vez de controlar-nos com rejeição, nosso Pai cura-nos com Seu amor!

9 de Dezembro

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“Eu Nunca Desobedeci”

“Ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos.” Luc. 15:29

Que cena comovente! Com suor escorrendo do rosto de tanto andar atrás dos bois através de um extenso campo no calor do sol, um homem de meia-idade relata a seu pai que tem feito isto virtualmente cada dia durante uma existência a fim de ganhar algumas recompensas de seu pai – somente para ouvir seu pai dizer: “Filho, tudo que eu tenho já é teu!”

Em face disto, alguém poderia dizer: “Pensai em todo aquele esforço desperdiçado – os anos de aração, plantio e colheita no sol quente e relutante solo – sem necessidade. Ele já possuía os bens!”

Mas a verdadeira tragédia vai ainda mais longe. Pensai naquele filho vivendo na propriedade de seu pai todos aqueles anos e ainda pensando que seu pai partilhava as bênçãos somente com aqueles que as mereciam! Nossa mente retrata aquele irmão mais velho zelosamente marcando o cartão de ponto, murmurando à meia-voz quase cada momento sobre as horas extras, taciturnamente desejando que o “velho batesse as botas” para que ele pudesse legitimamente herdar a propriedade. Vemo-lo chamejante de furor enquanto relembra o pai dando metade da propriedade àquele irmão salafrário que não tinha se comportado de acordo com as regras. Ressente-se do churrasco de celebração do seu regresso ao lar, sendo que isto diminuirá sua herança em um cabrito.

Os motivos do irmão mais velho são tão completamente egocêntricos e fúteis que Jesus não precisa salientar este detalhe. Em vez disto, Ele se volta (como sempre) para retratar o Pai. Embora tivesse todo direito de fazer uma severa exposição da mesquinhez do seu filho, o pai apenas profere gentilmente palavras de reafirmação. Não regateia a ira de seu filho. Surpreendentemente, reafirma-lhe que a riqueza da propriedade já é sua!

Confesso francamente que isto me traz um grande conforto. Quando me lembro quão freqüentemente tenho ficado ressentido com Deus por não levar em conta todo o meu trabalho pesado para permitir que Sua graça flua sobre alguém que eu considero indigno, apesar do meu embaraço ao ouvir a voz do Pai. Ele não discorda de minha pretensão de nunca ter desobedecido, embora possa. Não me permite puxar briga por causa das horas em meu cartão de ponto, embora saiba que isto é irrelevante. Diz simplesmente: “Une-te ao teu irmão mais moço e volta para casa, para o seio do teu Pai.”

10 de Dezembro

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O Temor Motiva, mas...

“Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios.” Isaías 33:14

Foi no ano em que a América descobriu que os russos estavam instalando mísseis nucleares em Cuba. Como aluno de faculdade, eu era membro de uma grande igreja de instituição onde uma percentagem diminuta de membros comparecia às reuniões de oração de quarta-feira à noite. O Presidente Kennedy ordenara aos russos que levassem os mísseis de volta para o seu país, “ou senão...” Todos nós parecíamos saber o que significava aquele “ou senão”, e sentíamos que estávamos oscilando à beira daquela final agonia nuclear que poderia reduzir o mundo a um montão de cinzas tóxicas em cerca de quarenta minutos.

A reunião de oração experimentou um aumento de 600 por cento. Grupos voluntários de oração se formavam por todo o campus, de manhã e à noite. A conversação nas mesas do refeitório tornou-se séria e muito espiritual. O mais excelente evangelista não poderia ter operado um mais completo reavivamento.

Então os russos retiraram seus mísseis. Todos respiraram aliviados e a vida voltou ao normal. A atarefada rotina excluiu os grupos de oração. As marcações de futebol tornaram-se a conversa relevante à mesa, e a reunião de oração voltou a ser freqüentada pelos poucos fiéis.

A religião sempre parece prosperar em tempos de crise. Mas o fato de que sua prosperidade é de tão breve duração suscita dúvida quanto à sua genuinidade. É verdade que o temor é um grande motivador, mas é um ensinador muito deficiente.  Move as pessoas à ação mas deixa de prover significado profundo e direção para esta ação. O temor conduz muitos a Cristo, tanto quanto um incêndio leva as pessoas a uma escada de incêndio; mas deixa de prover motivos duradouros para que as pessoas permaneçam com Cristo.

Os judeus exilados, que voltaram com Esdras para reconstruir Jerusalém, eram um grupo assustado. Com um olho na desprezível população local, apressaram-se a construir seu altar de sacrifício para que pudessem rogar a Deus por segurança. De manhã e à tarde traziam seus sacrifícios, relembrando os muitos anos em que negligenciaram esses serviços antes de serem levados em cativeiro. A situação tinha todos os sinais distintivos de um genuíno reavivamento religioso.

Mas os anos que se seguiram revelaram que o povo não tinha sido ensinado pelos seus temores. Embora continuassem com grande diligência a praticar suas formalidades religiosas, estas se tornaram rituais vazios, não revelando nenhum conhecimento do caráter de Deus a quem estavam adorando. A verdadeira fé baseia-se, não no escape das setas ou bombas do inimigo, mas numa reverência a Deus por causa do que Ele é.

11 de Dezembro

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Você Ama o Próximo?

“O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mat. 22:39

Que imagina você aconteceria se todos no mundo realmente amassem o seu próximo tanto quanto, e do mesmo modo, como se amam a si mesmos? Como agiríamos uns para com os outros? Cuidaríamos realmente de satisfazer as necessidades uns dos outros?

Talvez seja útil considerar como muitos de nós se amam a si mesmos. Às vezes parece que atingimos o limite de uma epidemia nacional de autodestruição, a maneira como nos afligimos a nós mesmos com álcool e drogas, excesso de comida, falta de exercício, tensão, perda de sono e um ambiente poluído. Tomamos pílula para dor de cabeça, tranqüilizantes, pílulas para dormir, e estimulantes literalmente às toneladas. Entorpecemos a mente com música ruidosa, vídeos obscenos e jogos escapistas.

Embora sejamos cuidadosos em nos defendermos, nos protegermos e mesmo atacar violentamente a outros que poderiam achar defeito em nós, há bastante evidência de que realmente não somos muito amigos de nós mesmos. Muitos de nós não estamos fascinados com o nosso peso, a cor do cabelo ou o formato do nariz. Estamos insatisfeitos com a nossa personalidade, nosso estilo e nossa história pessoal passada. A nossa conversação revela insegurança e auto-afrontas.

Quão sábio foi que Jesus registrasse o amor ao próximo como a nós mesmos como o segundo grande mandamento em vez de ser o primeiro. É um fato que não podemos amar-nos a nós mesmos antes de entrarmos primeiro em um relacionamento de amor com o nosso Pai. Até que comecemos a absorver a verdade de como Deus nos vê, continuaremos a manter uma opinião muito confusa de nós mesmos. À luz da cruz, vemos a consideração preciosamente elevada que Ele tem por nós. E a menos que queiramos argumentar que a nossa opinião de nós mesmos é mais exata do que a do Criador, temos de aceitar esta graciosa mensagem.

Ver-nos a nós mesmos como seres criados à imagem de Deus, destinados à comunhão com Ele através da eternidade, é precisamente o que Jesus disse que devemos ver em nosso próximo. Amar e preocupar-se com toda a raça humana significa incluir a nós mesmos nesta classe. Quando Jesus disse que devemos perdoar aos nossos inimigos, devemos considerar se estamos nutrindo qualquer ressentimento contra nós mesmos. Então seremos libertados da auto-absorção, do ensimesmamento para realmente nos preocuparmos com os outros. E isto é o que reflete mais poderosamente a espécie de amor que Jesus expressa em relação a nós.

 
12 de Dezembro

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Um Saquitel Furado

“E o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado.” Ageu 1:6

“Para onde vai todo o dinheiro? Você pensou que havia buracos nos meus bolsos!” queixou-se o jovem esposo para sua desesperada esposa. “Temos de aprender a administrar melhor as nossas finanças.”

Esta é uma área em que muitos de nós poderíamos fazer melhor. Todavia, sem as bênçãos de Deus todas as técnicas do mundo não trarão sucesso orçamentário. Israel, nos dias do Rei Dario, estava tendo problemas monetários. Deus lhes falou através do profeta Ageu: “Considerai o vosso passado. Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos, vesti-vos mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado.”

A casa do Senhor estava em ruínas, mas o povo de Deus estava ocupado em construir belas casas para si mesmos e em busca de ganho financeiro. Continuavam dizendo: “Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada.” Verso 2. O que eles realmente estavam dizendo é que não queriam participar com qualquer dos seus lucros. Queriam prosperar a si mesmos, ainda que isto significasse deixar o seu lugar de culto em ruínas. Seu egoísmo revelava sua falta de consagração a Deus. Deixando o templo em ruínas, sendo que a restauração era possível, estavam revelando seu contentamento íntimo com um relacionamento rompido com o Todo-poderoso.

Quando estamos fora do relacionamento com Deus, estamos em desarmonia com a realidade. Nossa vida não pode colher os resultados do pensamento correto porque o ser humano, abandonado a si mesmo, é limitado em sua capacidade de tomar decisões válidas. Conseqüentemente, os resultados naturais do pensamento reto são frustrados. Na linguagem bíblica, Deus “retém” Suas bênçãos. Na realidade, Deus está empenhado em ensinar-nos a viver responsavelmente dentro dos limites de causa e efeito. Isto O leva a permitir que experimentemos a insuficiência e a necessidade, em vez de interferir como desejaríamos que Ele fizesse. Contudo, ouvimos do Céu a Sua terna e sincera voz: “Considerai o vosso passado. Não sejais irracionais em vossa análise do que realmente está acontecendo.”

Quando fazemos de Deus o centro de nossa vida, temos acesso à Sua vasta sabedoria. Ele nos fala pessoalmente dos Seus mistérios. Ele nos “abençoa”; experimentamos os benefícios inerentes que circundam uma realidade expandida, dilatada; uma realidade de amizade com o Pai.

13 de Dezembro

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Há Vida Após o Nascimento

“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo.” Efés. 2:4 e 5.

Ao dirigir-se ao caixa de muitos supermercados, sua atenção é atraída pelas manchetes das revistas populares que anunciam as mais recentes trivialidades sensacionais. A intervalos regulares, você vê variações menores sobre o tema: “Cientista Descobre Nova e Chocante Evidência de Vida Após a Morte!” Se você aventurar-se a ler as narrativas exageradas, descobrirá relatos de terceira mão de “experiências fora do corpo” ou outras supostas sensações daqueles que estão às portas da morte.

É interessante que tantos cristãos sejam apanhados nesta preocupação acerca da vida após a MORTE, sendo que muitos deles ainda não descobriram se há realmente vida após o NASCIMENTO! Em outras palavras, que importa o que acontece quando alguém morre a não ser que ele esteja certo de que conforme Cristo prometeu, a vida eterna se iniciou definitivamente por ocasião do novo nascimento? Se a vida eterna não é genuína enquanto estamos vivos, isto não oferece muita esperança para além da sepultura.

Jesus, Paulo e João, todos falaram repetidamente do novo nascimento. De que outra forma pode você descrever uma mudança de valores, de estilo de vida e de atitudes que seja tão radical a ponto de parecer que a vida começou tudo de novo? Separado de Jesus Cristo, pode-se afirmar que alguém está “vivo” somente no sentido mais elementar e primitivo. Isto não é muito mais do que uma existência biológica, isolada de todos os grandes temas e propósitos da vida. É uma evasiva mesquinha, egocêntrica, dominada pelo temor desde o ventre até à tumba.

Mas a união com Cristo muda tudo! Recebemos novas potencialidades para conhecer e compreender as verdades espirituais. Em vez de lutar para proteger-nos a nós mesmos, estendemos a mão a fim de nos preocuparmos com os outros. Os prazeres vulgares e temporários e os tesouros deste mundo são vistos pela simulação, pela impostura que eles representam. Temas mais elevados e mais altos objetivos ocupam a mente. Mesmo nossa personalidade, talvez insípida ou rudemente mordaz fora de Cristo, começa a refletir as qualidades cristãs da ternura e do equilíbrio.

“Nova vida” significa mais do que simplesmente bom procedimento, porque o problema do pecado é muito maior do que apenas mau comportamento. Sendo que o problema do pecado centraliza-se em torno da alienação de Cristo, então a nova vida é, fundamentalmente, uma espontânea e absorvente devoção a Cristo como o centro natural de nossa vida.

14 de Dezembro

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A Espada Como Solução de Problemas

“Então Jesus lhe disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão.” Mat. 26:52

Era uma caminhoneta com suspensão especial, tração nas quatro rodas, equipada com fuzil e espingarda colocados na janela traseira. O motorista parecia quase tão duro como o veículo que ele dirigia. O adesivo no resistente pára-choque traseiro parecia particularmente apropriado: “Segurado por Smith & Wesson.” Em vez de esperar que o roubo fosse reembolsado pelo seu agente de seguros, esse motorista queria que o povo soubesse que ele confiava nas armas desse bem-conhecido fabricante de armas de fogo para dar retribuição imediata a qualquer ladrão.

Enquanto seguia a caminhoneta descendo a auto-estrada, minha mente começou a imaginar diversos cenários. Que aconteceria se um provável ladrão simplesmente carregasse uma Smith & Wesson maior, ou fosse mais rápido em seu uso? Então o motorista seria obrigado a pedir aos seus amigos armados de revólver que o ajudassem a proteger o seu veículo. Mas se o ladrão também tivesse amigos armados...

Seguindo a esta absurda conclusão – através de quadrilhas armadas, hostilidades contínuas, escaramuças de fronteiras e conflito de vulto – não é tudo isto diferente da fatal corrida armamentista que ameaça a própria existência da humanidade. Cada partido deseja simplesmente proteger o que é seu, sendo capaz de ferir ou destruir seus opositores. Não é de admirar que Jesus advertisse a Pedro de que nem mesmo começasse a palmilhar este caminho, porque o mesmo não tem nenhum término racional. Os filhos de Isaque e os filhos de Ismael têm procurado acertar suas divergências pelo uso da espada durante quase 4.000 anos. Todavia, o Oriente Médio está ainda em chamas, sem nenhuma paz razoável à vista.

Jesus sabia que nenhum problema é resolvido por ser uma pessoa intimidada pela força. Embora seja necessário reprimir energicamente os criminosos, e o temor do revólver do policial leve alguns a uma aquiescência exterior, sabemos que tal força não transforma as atitudes íntimas do coração. Em muitos casos, até mesmo aprofunda o espírito íntimo de ira e hostilidade.

Podemos ter certeza de que Jesus não estabelece um padrão mais baixo para Si mesmo do que para Suas criaturas. Se o proprietário da caminhoneta não está, em última análise, seguro com o seu Smith & Wesson, estaria a bem-aventurança eterna assegurada pela ameaça de furiosa destruição? Tendo ordenado a Pedro que guardasse a espada, Jesus mesmo não a usará. Os ímpios morrerão somente porque resolutamente escolheram permanecer separados do Doador da vida.

15 de Dezembro

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Discutindo com Deus

“E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor.” II Ped. 3:15

O diabo é um grande oscilador do pêndulo. Ele se vangloria de ser capaz de seduzir as pessoas para o fogo por um lado e para o gelo do outro. Alguns cristãos são demasiado indulgentes, pouco se importando com o seu crescimento espiritual e com os detalhes do seu estilo de vida. Alguns oscilam para o outro extremo, constantemente preocupados e tocando as raias do desalento porque não podem crescer muito rápido.

A mensagem de Pedro no texto de hoje destina-se ao segundo grupo. Para ser justo, sua enfermidade é compreensível. Apanharam um vislumbre da beleza do caráter de Cristo e então a contrastam com o seu registro pouco promissor. Podemos compreender o seu desejo de avançarem para a integridade e regozijo e afastarem-se firmemente de cada falha. São feridos pela tristeza quando seus fracassos ferem a outros, representam mal a Deus e embotam sua própria paz de espírito. Detestam ter de lidar outra vez com os mesmos problemas íntimos e anseiam atingir uma base mais elevada.

O problema, porém, é que Satanás tira proveito deste mesmo desejo de santidade transformando-o em uma causa de desencorajamento. Leva os filhos de Deus a se tornarem inspetores de frutos em vez de árvores frutíferas. Isto é, ficamos mais absorvidos com os frutos da justiça do que com a raiz da justiça. Medimos o nosso desempenho, comparando-o com o desempenho do dia anterior (ou pior ainda, com o desempenho de outrem), então nos curvamos em desalento. Tudo isto desvia a atenção do verdadeiro tema: formar uma amizade com Cristo pela contemplação do Seu caráter.

O desânimo é a anestesia que o diabo usa antes de cortar o seu coração. Porque o cristão perplexo, que fracassa em ser semelhante a Cristo parece ter tão legítima razão para estar desencorajado! Todavia Pedro nos afirma que, quando o Senhor olha para nós, Ele não está desanimado. Sabendo ainda melhor do que nós o longo caminho que temos a percorrer, Ele ainda nos considera com paciência. Sabe que crescemos melhor com atrativos do que com pressões.

Deus Se lembra tão bem quanto nós quão perplexos e perturbados ficávamos quando nossos pais nos disciplinavam, expressando sua impaciência conosco. E Ele recusa fazer isto. Se estamos sendo impacientes conosco, teremos de discutir com Deus! Teremos de insistir que a nossa opinião sobre nós mesmos é mais exata do que a de Deus. Felizmente, nossa opinião do Pai é o que importa!

16 de Dezembro

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Quem Feriu Jesus

“Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-O enfermar.” Isaías 53:10

Algum dia, quando o ambiente for apropriado, abra uma versão da Bíblia na linguagem moderna em Isaías e leia em voz alta a passagem do Servo Sofredor. Comece em Isaías 52:13 e leia atenciosamente e com ênfase todo o capítulo 53. Ao ler esta assombrosamente completa profecia da vida e ministério de Jesus Cristo, note especialmente o papel que o Pai desempenhou no drama da salvação.

Observe, e esteja surpreso, que foi o Pai quem “fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” (verso 6). O arranjo infinitamente gracioso pelo qual as conseqüências do nosso desvio deveriam ser postas sobre Jesus foi um plano que o próprio Pai sancionou e ajudou a pôr em execução. Isto precisa ser enfatizado, esclarecido e repetido novamente, por causa da crença tão difundida de que Jesus Se ofereceu como um meio para apaziguar o Pai.

O grande erudito da Reforma, João Calvino, afirmava que o perfeito sacrifício de Cristo resultou em termos “no Céu um Pai propício em vez de um Juiz”. Isto é, o ministério de Cristo visava levar o Pai a mudar em relação a nós, tornando-O amoroso em vez de condenador. Calvino também ensinava que o Pai “não encontra nada no ser humano que O possa estimular a abençoá-lo”. Mas a vida perfeita de Jesus merece tal benção; e Jesus transfere este mérito para nós, para que o Pai seja levado a abençoar-nos. Mais uma vez, o Pai está sendo persuadido, ou autorizado, a expressar uma atitude redentora para conosco por causa de Jesus. O resultado, sem dúvida, é que somos levados a ver a Jesus como um refúgio DO Pai, em vez de um caminho PARA o Pai. Embora eu aplauda muito da obra desse grande reformador, estou consternado por ter essa opinião do nosso Pai celestial obtido tão ampla aceitação.

Na cruz, o Pai juntou-se a Jesus em um esforço unido para atingir a mente humana, para que pudéssemos mudar em relação a ELE. Igual à dor da separação que Jesus sofreu, o Pai suportou a dor da separação de Seu Filho, a render Jesus o espírito e deslizar para a segunda morte. Juntos, Eles revelaram ao Universo quão fatal é rebelar-se contra a Fonte de toda vida. Juntos, Eles derramaram sobre a raça humana a maior expressão de amor que já foi conhecida. Juntos, revelaram que Deus sempre tem sido um Pai de amor! Amamos a Jesus, não para aplacar a Deus, mas para revelá-Lo.

17 de Dezembro

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Nosso Deus é Sensato

“Quem é sábio que entenda estas coisas, quem é prudente que as saiba, porque os caminhos do Senhor são retos.” Oséias 14:9.

Nunca é muito satisfatório quando os editores de dicionários fazem afirmações teológicas. Tome, por exemplo, esta definição da palavra fé: “Crença inquestionável que não requer prova ou evidência.”

Minha preocupação, é claro, não é com os editores de dicionários, porque eles simplesmente refletem como uma palavra está sendo usada entre o público em geral. Minha perplexidade é que tantas pessoas, inclusive pastores e eruditos da Bíblia, insistam em usar esta mesma definição de fé quando ela é aplicada à experiência cristã. Acreditam que, procurar evidência, para a compreensão inteligente, é solapar a fé. Estão satisfeitos com um cristianismo que não é necessário ter sentido, e imaginam que é um sinal de devoção a Deus crer naquilo que realmente não apela para a inteligência. Isto tem levado alguns a desconfiar dos princípios religiosos que exigem muita reflexão.

Mas Jesus não estaria satisfeito com tal definição de fé. Aquele que foi tão longe para dar às pessoas abundante evidência sobre que basear sua fé, não desejaria que pusessem tudo isto de lado. Jesus mantinha a sua fé como uma atitude de amor, de confiança e de admiração para com Deus. O único meio pelo qual alguém pode chegar a ver a Deus deste modo é procurar conhecê-Lo. O ministério de Jesus, portanto, visa prover evidência do que o Pai realmente é. E foi esta evidência que apela para a capacidade de pensar e raciocinar que Deus colocou dentro de nós.

Se Deus nos convida a ir e arrazoar com Ele (Isa. 1:18), então não deveríamos esperar que o estilo de vida que Ele nos oferece fosse também razoável? Uma vez tenha sido a mente de uma pessoa iluminada pelo Espírito Santo, expandida para incluir as realidades espirituais em um processo de raciocínio, o Cristianismo tem um sentido incrivelmente bom. Por exemplo, amar os inimigos (conforme Jesus exigiu de nós), não teria absolutamente nenhum sentido para uma pessoa egoísta encerrada em obter tudo que pode para si mesma. Mas para aquele que busca o bem de toda a raça humana, amar o inimigo é o mais inovador e conciliatório gesto que alguém poderia demonstrar.

Oséias convida os sábios e prudentes a reconhecerem que os caminhos de Deus são retos – que eles têm um sentido incrivelmente bom. Não deveríamos confiar em um Deus tão sensato e razoável?

18 de Dezembro

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As Misericordiosas Mãos de Deus

 “Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as Suas misericórdias: mas nas mãos dos homens não caia eu”. I Crôn. 21:13

Davi tinha ido contra a explícita palavra de Deus; tinha feito um recenseamento em Israel. Inseguro por causa da força militar das vizinhas nações pagãs, contou os homens de guerra de sua própria nação como para assegurar-se de que o seu exército poderia resistir a um ataque do inimigo. Joabe, general do exército, procurou dissuadi-lo de tomar esta decisão. “Multiplique o Senhor teu Deus a este povo cem vezes mais; porventura, ó rei meu senhor, não são todos servos de meu senhor? Por que requer isso o meu senhor? Por que trazer assim culpa sobre Israel? Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe”. I Crôn 21:3 e 4.

Davi conhecia a Deus. Estivera por muitos anos confiando nEle em busca de sabedoria e força. Quando percebeu que havia procedido impiamente em olhar para exércitos humanos à procura de segurança em vez de olhar para o Senhor, imediatamente se arrependeu. “Procedi mui loucamente”, disse ele a Deus (verso 8). Talvez posteriormente, tendo reminiscência dessa mesma ocasião, escreveu: “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus... Tomam-se de grande pavor, onde não há quem temer; porque Deus dispersa os ossos daquele que te sitia”. Sal.53:1 e 5.

Deus sabia que Davi necessitava de uma oportunidade para tornar a expressar sua fé nEle. Mandou dizer a Davi: “Três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que ta faça.... Escolhe o que queres: ou três anos de fome, ou que por três meses sejas consumido diante dos teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que por três dias a espada do Senhor”. I Crôn.21:10-12. Porque Davi conhecia a Deus - que Sua justiça é sempre temperada com imparcialidade e misericórdia - ele respondeu: “Caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as Suas misericórdias; nas mãos dos homens não caia eu”. Verso 13.

Setenta mil homens de Davi morreram de uma praga que varreu o país, contudo Deus interveio e deteve a sua mortal investida. Estivessem os guerreiros pagãos chacinando Israel, poderiam ter continuado até que a nação não mais existisse. Davi escolheu sabiamente cair nas mãos de Deus, nas mãos que ele sabia tão bem que estavam repletas de misericórdia.

19 de Dezembro

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Que Faz Você com a Verdade?

 “Se Eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas agora não têm desculpa do seu pecado”. S. João 15:22.

 “Não freqüento reunião de oração”, admitiu ela estupidamente, “porque não quero ouvir mais verdade pela qual serei considerada responsável. Se eu não sei o que sou obrigada a fazer, não serei julgada como culpada por não fazê-lo”.

Embora a honestidade de sua franca confissão fosse louvável, sua teologia era tragicamente falha. Mantinha tão lamentavelmente obscurecida visão de Deus que não desejava ouvir o que Ele tinha a dizer acerca da formosa vida que Ele oferece. Via-a como pesados deveres e obrigações. Tivesse ela visto o estilo de vida de Jesus como ele é, cheio de altos privilégios e oportunidades, teria procurado cada possibilidade para aprender mais.

As pessoas sobre as quais Jesus está falando no texto de hoje eram muito semelhantes a essa mulher. Criadas em um ambiente exageradamente religioso, pensavam que conheciam tudo sobre os requisitos divinos. Conforme toda evidência, também não gostavam disto. Fariam o mínimo a fim de “escapulir”para o reino, porém não tinham nenhum interesse em aprender mais. De fato, estavam tão fechados para tudo isto que prefeririam empurrar Jesus de cima de um penhasco, expulsá-Lo da cidade ou pregá-Lo numa cruz em vez de ouvirem o que Ele lhes falava.

De um modo interessante, Jesus não os censurou. Sabia quão obscurecido estava o seu entendimento quanto às coisas religiosas. Sabia que seus líderes religiosos tinham simplesmente sobrecarregado sua cabeça com fardos impossíveis de suportar, ameaçando-os com terríveis conseqüências se eles não cumprissem, então se afastavam, não oferecendo nenhum auxílio para que carregasse o seu fardo. Jesus não censurava as pessoas por rejeitarem a falsa religião. Não as consideraria culpadas por suas atitudes não tivessem elas conhecido de outro modo.

Mas o povo tinha ouvido Jesus. Não O tinham ouvido amontoando grandes fardos sobre os seus ombros cansados. Em vez disto, tinham-nO ouvido revelando graciosas verdades acerca de um Pai sábio e amoroso, a quem conhecer é amar. Muitos tinham escutado durante horas enquanto Jesus explanava uma religião elevada e orientada do coração, que não poderia ser censurada.

Pilatos fez a pergunta decisiva: “Que farei então de Jesus?” S. Mateus 27:22. Rejeitar a falsa religião não constitui nenhum motivo de culpa, mas rejeitar a graciosa Pessoa de Jesus Cristo é o pecado máximo. 

20 de Dezembro

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Leva Satanás os Nossos Pecados?

“Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel... e enviá-lo-á ao deserto, pela mão dum homem à disposição para isso.” Lev. 16:21

Escondido no meio deste importante livro do Antigo Testamento está um capítulo que, se fosse devidamente compreendido, colocaria o mundo cristão em desequilíbrio. O Senhor estivera ensinando o Seu povo acerca do plano da salvação através do símbolo direto dos serviços do santuário. E lhes tinha dado muitas formas de sacrifícios animais, todos apontando para a futura morte sacrificial de Cristo na cruz.

Mas no décimo sexto capítulo de Levítico, um novo elemento surpreendente é introduzido. O cenário é a cerimônia do Dia da Expiação que vindo no final do calendário dos eventos religiosos, simboliza fatos relacionados com o término do grande conflito. O elemento-surpresa é o uso de DOIS animais em vez de UM. Sortes são lançadas e um dos bodes é designado como o bode do Senhor. Como tinha sido feito antes, esse bode é oferecido sobre o altar como um tipo de Cristo.

Mas o outro bode é designado como pertencendo a Azazel, que o povo compreendia claramente ser um nome para Satanás. Esse bode é amarrado a uma estaca enquanto o sumo sacerdote entra no lugar santíssimo do santuário. Ali ele figurativamente reúne todos os pecados que tinham sido transferidos para aquele lugar durante o ano anterior pelos pecadores arrependidos. O sacerdote então leva todos aqueles pecados para o bode Azazel e, por assim dizer, os despeja sobre sua cabeça e o envia para o deserto, onde ele certamente morrerá.

A perspectiva expandidora da mente que esta cerimônia vital nos ensina é que, na solução do problema cósmico do pecado, Deus está lidando com muito mais do que conseqüências fatais que os pecadores individuais enfrentam. Quando Israel via o sacerdote (um tipo de Cristo) pondo as mãos sobre a cabeça do bode Azazel, estavam contemplando a promessa divina de que, um dia, todos conheceriam que Satanás era essencialmente responsável pelo pecado.

Outrossim, quando o povo via o bode sendo conduzido para morrer no deserto, separado de toda a fonte de vida, finalmente, Satanás e todos os seus seguidores sofrerão a morte da separação de Deus. Nem mesmo o inimigo será morto pelas mãos de um Deus irado.

21 de Dezembro

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Um Milagre Enigmático

“Havia em Jope uma discípula, por nome Tabita, nome este que traduzido quer dizer Dorcas; era ela notável pelas boas obras e esmolas que fazia.” Atos 9:36

Dizem que custa entre 250.000 e 500.000 dólares substituir um administrador executivo chave que se aposentou ou ficou doente. Isto explica por que grandes empresas estão dando tanta ênfase à conservação da saúde dos seus homens que ocupam os cargos mais altos. Isto tem bom sentido financeiro.

Por motivos muito maiores do que financeiros, a igreja primitiva mantinha suas pessoas de importância trabalhando para o Senhor o mais longo tempo possível. Como poderia você substituir o apóstolo Paulo, ou João, o discípulo amado, mesmo que tivesse grandes somas de dinheiro? Sua sabedoria, sua maturidade espiritual, eram insubstituíveis.

Sob esta luz, parece que Pedro surgiu com uma abordagem um tanto singular para o problema de desgaste de liderança. Quando uma pessoa importante n igreja de Jope ficou doente e faleceu, ele dirigiu-se à sua casa, orou sobre ela e a trouxe de volta à vida! Tão emocionante como foi esse milagre, fico muitas vezes perplexo porque aconteceu a essa senhora relativamente desconhecida, contudo ninguém retribuiu o favor ao próprio Pedro. Por que Pedro não trouxe de volta à vida algum importante pregador ou escritor do evangelho para prolongar o seu serviço?

Mas Pedro não estava trabalhando sozinho. Estava recebendo suas instruções de Deus. E Deus vê coisas que muitas vezes omitimos. Talvez os crentes de Jope necessitassem de alguma poderosa evidência da solícita atividade de Deus em seu meio, mas suspeito que possa ter existido outro motivo por que Tabita foi ressuscitada. Este motivo é encontrado na descrição da maneira como ela vivia a vida – uma vida repleta de atos de amor e obras de atenção, de solicitude.

É quando a vida das pessoas transborda de amor em ação que elas se tornam mais eficientes em retratar o caráter de Deus. Mais do que as palavras pronunciadas, o mundo aprendeu a confiar no que as pessoas fazem ao natural, exemplos representativos do viver diário. Tabita estava exercendo um poderoso impacto a favor da reputação de Deus por toda a cidade. Restituir-lhe a vida para que seu testemunho pudesse continuar a favorecer aquela primitiva igreja, era a maneira de Deis de dizer quão vital era o seu dom para Sua causa. Isto deveria comunicar a todos nós uma nova apreciação daqueles bondosos e muitas vezes desconhecidos santos cujo falecimento talvez nunca se constitua manchetes de jornais, mas que levaria os pobres e necessitados a chorar. Estão ensinando verdades essenciais acerca de Deus.

22 de Dezembro

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Quem é o acusador?

“Então ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia, e de noite, diante do nosso Deus.” Apoc.12:10.

 Imagine que você tivesse conhecido dois homens. Um deles é obviamente um homem de elevados princípios que vive acima de qualquer repreensão. Você sabe que ele nunca se rebaixaria para fazer alguma coisa errada, nem conscientemente toleraria o erro de outra pessoa. O outro homem poderia ser melhor descrito como um caráter de reputação duvidosa. Um homem de formação questionável e de intentos suspeitos, de quem se poderia esperar estar em dificuldades com a lei.

À parte de sua avaliação dos seus valores, seria interessante considerar esta pergunta: Em qual presença você mais provavelmente se sentiria acusado ou condenado? Qual deles mais provavelmente projetaria em você a impressão de que você deixou de viver à altura das suas expectativas? Tivesse você mesmo vivido um passado falho e embaraçoso, em que presença você provavelmente encontraria mais aceitação e compreensão?

Para nós é difícil sacudir a imagem de pessoas justas como sendo muito condenadoras e de pessoas injustas como estando à procura de companhia em sua miséria. Muitos de nós, quando pensamos nos dois adversários no grande conflito tiramos as mesmas conclusões. Suspeitamos que o nosso Deus santo seria muito intolerante e acusador para com seres pecaminosos. Contrastando, sendo que Satanás não defende nada de bom, nossos fracos esforços na direção da justiça não lhe permitiriam agir conosco de igual para igual. O próprio fato de que não gostamos de sentir-nos acusados de transgressões que já nos têm afligido, afasta muitos de Deus e os aproxima de Satanás.

Satanás tem tido um deplorável sucesso em persuadir alguns a formarem uma teologia que coloca Deus no papel de acusador; tem olhado com satisfação enquanto as pessoas têm-se afastado de Deus e vão na direção de si mesmo. Entrementes, tem continuado a fazer a obra funesta de esmagar pecadores feridos com acusações. O dedo esquelético da condenação e rejeição está ligado à mão do inimigo, mas o Senhor tem planos muito melhores para a restauração do Seu povo. Tendo-os persuadido de que estão fora do relacionamento consigo (S João 16:9), Ele prontamente oferece à todos os que retornam a certeza de que nunca os condenará (Rom.8:1) nem os lançará fora (S.João 6:37). É esta a espécie de boas novas que derrubará o reino de Satanás.

23 de Dezembro

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Cansado de Fazer o Bem

“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.” Gal.6:9.

Para surpresa de muitos dos seus colegas de classe, um jovem que possuía um caráter cristão positivo começou a andar com uma moça rebelde e enganadora. Em breve estavam se envolvendo em atividades que violavam a confiança de seus pais e sua própria integridade. Isto parecia tão inadequado para ele, em vista dos seus compromissos espirituais!

Várias semanas depois, quando ele mais uma vez estava em terreno sólido, explicou o que havia acontecido. “Apenas me cansei de ser alguém com princípios, enquanto tantos outros estavam gozando um confortável escorregamento morro abaixo. Cansei-me de dizer ‘Não’ quando todos os demais estavam dizendo ‘Sim’. Cansei-me de ficar na expectativa de viver de acordo com elevados ideais, sendo que isto é tão custoso, tão exigente do ponto de vista emocional. Apenas quis estar com alguém que não esperasse nada de mim.”

A Bíblia afirma que “o caminho dos prevaricadores é áspero” (Prov.13:15), mas que a “vereda dos justos é como a luz da aurora” (Prov.4:18). Sendo que isto é verdade, por que é tão exaustivo palmilhar os caminhos do bom procedimento? Por que foi necessário que Paulo advertisse contra o cansaço? Por que tantos dentre nós podem identificar-se com o jovem que simplesmente alegava estar muito cansado para prosseguir? Cairíamos em um acesso de autodesconfiança, indagando se estamos realmente convertidos?

Temos de lembrar-nos de que Paulo era um realista. Embora conhecesse a sublimidade de palmilhar os caminhos elevados, também sabia que muitos não se aclimatam imediatamente ao ar rarefeito. Sabia que, embora o cristão tenha tomado o rumo de um país novo e eterno, ele ainda caminha em contato regular com arraigados terráqueos. É necessário tempo para aprender os valores do novo reino e nos desligarmos do ponto de referência da aprovação de velhos amigos.

Algumas das verdadeiras alegrias da obediência não são um tanto rápidas em surgir como as alegrias temporárias da condescendência. Nossa mente deve aprender a fazer referência a um quadro mais amplo. Foi o próprio Jesus quem nos lembrou de que a planta cresce em estágios, começando primeiro com apenas uma folha minúscula. Deveras ceifaremos, disse Paulo, se não desfalecermos. Nosso Deus não é o tipo de amigo que conduz o Seu povo por veredas de cansaço e becos sem saída.

 
24 de Dezembro

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É Errado Pedir um Sinal?

“Jesus, porém, arrancou do íntimo do Seu espírito um gemido, e disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que esta geração não lhe dará sinal algum.” Mar. 8:12.

A mocinha estava cheia de veemência. Falava do seu iminente noivado com um jovem que havia encontrado na faculdade.”Estivemos orando por um sinal de Deus que nos permitisse saber se devemos ou não devemos casar”. Enquanto ponderava o significado de sua petição, algo que Jesus disse veio à minha mente:”...nenhum sinal será dado.”

   Uma grande multidão tinha ouvido o Mestre falar durante três dias. Muitos tinham vindo de longas distâncias. Olhando para eles, Jesus foi movido de compaixão. Sabia que alguns desfaleceriam se fossem mandados para casa com fome. Tomou alguns pães e peixes e alimentou vários milhares de pessoas. Não muito tempo depois disto, os fariseus vieram interrogá-Lo.”Tentando-O, pediram-Lhe um sinal do Céu. Jesus, porém, arrancou do íntimo do Seu espírito um gemido, e disse: Por que pede esta geração de um sinal? Em verdade vos digo que esta geração não lhe dará sinal algum.” Mar. 8:11 e 12.

   Por quê? É errado pedir um sinal? Gideão o fez, duas vezes, e Deus lhe concedeu exatamente o que desejava. Josué e Ezequias receberam os sinais que pediram. Quando Acaz era rei de Judá, Deus falou com ele. “Pede ao Senhor teu Deus um sinal, quer seja embaixo nas profundezas ou em cima nas alturas”. Tendo Acaz recusado, Deus apresentou espontaneamente o sinal profético do nascimento virginal que anunciaria o Messias vindouro (Isa. 7:14).

   Posso sugerir que pedir sinais pode ser um esforço para atalhar o processo de raciocínio que Deus tão sabiamente deseja que desenvolvamos. “Visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas” (Heb12:1), há hoje menos necessidade de buscar manifestações sobrenaturais da vontade de Deus. Seu desejo é que tenhamos as nossas “faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.” Heb.5:14. Os casais que projetam matrimônio precisam considerar cuidadosamente sua compatibilidade, seus antecedentes familiares, temperamentos individuais e estilos de vida, bem como os objetivos declarados para a vida – não procurar uma ocorrência de algum estranho evento rotulado como evidência da opinião de Deus sobre o assunto.

   Não é errado pedir um sinal – mas Deus prefere que venhamos a conhecê-Lo tão inteiramente que não mais sintamos a necessidade de pedir um sinal.

 
25 de Dezembro

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Como Arruinar uma Amizade

“De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes” Gal.5:4.

Você recebeu uma solicitação de um famoso chefe de Estado para que ele partilhe uma refeição consigo. Mas ele quer vir a sua casa. Sua emoção se transforma rapidamente em pavor ao pensar em seu humilde vestuário, suas maneiras inexperientes, seu limitado vocabulário e o estreito escopo de interesses relativos à conversação. Você duvida que seria um companheiro de jantar ou um comensal muito satisfatório. Imaginando que o seu anfitrião estaria mais satisfeito com a sua presença se você pudesse convencê-lo de sua aptidão, você solicita um adiamento e inicia um apressado programa de auto-aperfeiçoamento.

Os meses se transformam em anos enquanto, como em uma tarefa monótona e árdua, você duvida que tenha merecido suficientemente aceitar o convite. Sua atenção se desvia inteiramente em direção do seu desempenho até que perde de vista a comunhão antecipada que o seu anfitrião queria gozar consigo. Tornando-se convencido de que amizade somente pode ocorrer quando você estiver preparado para a mesma, você arruína a amizade que, por si mesma, FARIA de você uma companhia adequada.

A Bíblia fala muito pouco acerca do que leva a perpetrar o “divórcio espiritual”. Jesus tem procurado nossa afeição com tanta diligência e nos tem oferecido tal segurança em união com Ele, que vê pouco mérito em dar muita atenção à maneira como o relacionamento poderia fracassar. Poderíamos tropeçar em nossa caminhada cristã,mas Sua resposta é eu Ele os perdoará “setenta vezes sete” – para começar! Mas Ele não requererá divórcio de nós.

Em sua Carta aos Gálatas, Paulo escreve: se você propõe amizade com Cristo a base dos seus próprios méritos, o relacionamento é arruinado, não porque Jesus Se volte contra você, mas porque você nunca abrirá a porta à Sua presença. Pensando que Jesus é Alguém que exige mérito em vez de Alguém que cura as pessoas através do amor, não temos nenhuma base comum com Ele. Permanecemos perpetuamente nos encolhendo atrás da porta, temendo Sua perscrutadora e julgadora chegada.

Mas Jesus permanece do lado de fora da porta, batendo gentilmente. Se escutarmos com o coração, podemos ouvi-Lo dizendo-nos que deseja comunhão, não mérito. Anseia pela união da alma, não nossa lista de crédito. Em vez de tentarmos preparar-nos PARA a Sua presença, Ele quer que nos preparemos POR Sua presença. Quem poderia fechar a porta a tão atraente convite?

26 de Dezembro

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Os Jogos que Deus não Pratica

“Acaso farei Eu abrir a madre, e não farei nascer?” Isa.66:9.

“Ele jamais quis casar comigo! Queria apenas ver quão longe eu iria!” A moça conversava tristemente com sua amiga. Todavia ela mesma tinha “logrado” sua irmã mais nova para fazer-lhe uma tarefa, prometendo levá-la á cidade quando ela a concluísse – promessa que nunca tencionava cumprir.

   Vivemos em um mundo de esperanças desapontadas e promessas quebradas. O “jogo da vida” parece repleto de trapaças e ilusões. Muitos se tornam cínicos, outros desesperançados, ainda outros obstinadamente astutos. Esta tragédia de corações despedaçados e insensíveis, causa inexprimível tristeza ao coração do nosso fiel Pai celestial. Ele quer assegurar-nos de Suas boas intenções concernentes a nós, mas temos adquirido através de nossas relações com outros uma precaução que pode transformar-nos em mutilados na fé.

   Você já indagou secretamente se Deus irá “levar a cabo” tudo o que prometeu? Está Ele interessado em uma experiência isolada que chamamos de “fé inabalável”, separada dos benefícios concretos de estar em um relacionamento contínuo com Ele? Quando chegamos a conhecê-Lo, começamos a compreender que Ele é totalmente confiável. Ele não entra em nenhum jogo enganoso conosco. Suas promessas são tão boas como Ele mesmo, porque, em essência, em cada promessa Ele está propondo dar-nos a Si mesmo.

   Um dos meus textos favoritos fala diretamente deste assunto. Encontra-se em Isaías 66:9. “Acaso farei Eu abrir a madre, e não farei nascer?” Nosso Pai é bondoso demais para firmar nossas esperanças apenas com o fim de despedaçá-las para ver se ainda cremos nEle! Embora as situações da vida às vezes pareçam apoiar a idéia de que Ele faz precisamente isto, podemos confiantemente saber que não é este o caso. Vivemos em um mundo distorcido pela separação dEle. Devido à Sua consideração pela liberdade de cada ser humano, as coisas acontecem freqüentemente como resultado das escolhas de outra pessoa, não sendo nem Sua vontade nem a nossa.

   Podemos estar certos, quando vier o desapontamento, que o último capítulo da história deste mundo ainda não foi escrito. Podemos permanecer destemidos em nossas aspirações, não contrariados enquanto avançamos em direção dos nossos objetivos. É nosso privilégio saber que um dia todas as limitações desta vida, todos os jogos enganosos, passarão. Pessoalmente, penso que Deus está simplesmente emocionado com as perspectivas!

27 de Dezembro

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De Servo a Amigo

“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho dado a conhecer.” João 15:15.

Um servo está encerrado em um relacionamento muito distinto com seu senhor. E isto não é nada invejável! O Senhor exerce autoridade decisiva sobre a vida do servo, controlando todas as suas ações. O Senhor tem poder para recompensar a obediência e punir a desobediência.

O servo, portanto, vê o seu senhor primariamente com temor e servil intimidação. Ele não espera partilhar da vida íntima do senhor – conhecer seus pensamentos ou objetivos. Está certo de que o Senhor não se preocupa nem um pouquinho em partilhar seus mais profundos pensamentos com alguém tão insignificante como um servo.

O relacionamento senhor/servo existe inteiramente para o benefício do senhor. Não se espera que o servo progrida ou se beneficie disto. É uma situação desumanamente humilhante para o servo. Dificilmente alguém poderia respeitar um senhor que a impusesse sobre outro ser humano.

E contudo, quase sem exceção, as pessoas para quem Jesus estava falando viam a Deus como um Senhor severo e a si mesmos como insignificantes servos. Viam-se a si mesmos, pela própria ordem das coisas, como encerrados no relacionamento senhor/servo, não ousando nem mesmo questioná-la pelo temor da desaprovação do senhor.

Assim Jesus ousou desafiá-los a quebrar o domínio deste relacionamento mal compreendido. Embora na ocasião eles pouco pudessem compreender o significado, convidou-os a entrar em um relacionamento amigo/amigo. Como prova de Suas sinceras intenções, lembrou—lhes quão íntimo e vulnerável tinha sido em partilhar com eles os mais ricos tesouros do Seu coração - algo que jamais aconteceria em um relacionamento senhor/servo!

Amigos olham uns para os outros em mútua consideração, cada um desejando o melhor para outro. Lembre-se, é o Criador do Universo falando as Suas criaturas arruinadas pelo pecado, dizendo em verdade:”Recuso agir de igual para igual convosco. Não vos quero rastejando sobre Mim como servos assustados. Quero que nos apreciamos mutuamente como amigos, para que Eu possa continuar ensinando-vos coisas maravilhosas acerca do nosso Pai”.

Prezado leitor, você ouve nosso Pai neste dia o chamando da opressão da servidão para as alegrias da amizade?

28 de Dezembro

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Doando-se uns aos Outros

“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” S. Mateus 6:12.

“Você me perdoa?” Vezes incontáveis em uma existência ouvimos estas palavras e nós mesmos as repetimos. São proferidas com a intenção aparente de restaurar um relacionamento, contudo poucas vezes produzem os resultados esperados. Há um número sempre crescente de lares desfeitos e relacionamentos rompidos. Por quê?

Poderia ser que a maioria quisesse escapara da dor do julgamento de outro, sem lidar diretamente, de um modo restaurador, com os problemas que causaram a dor ou alienação? “Perdão” significa corretamente “doar-se” ao outro, para curar a ferida e cuidar das necessidades do outro.  Quando o perdão é procurado somente como um método de inocentar da culpa a parte responsável pela ofensa, isto realmente bloqueia a cura. É a esta altura que existe muita aflição humana, capturada em uma espécie de “terra de ninguém” de problemas tornados intocáveis – “Pedi-lhe que me perdoe, portanto não traga à baila o assunto outra vez!”

Conseqüentemente, muitas vezes a culpa é transferida para aquele que sofreu a ofensa porque não podem responder prontamente ao ofensor que tem “feito sua parte”. Ouça: perdão não é algo que cerramos os dentes e concedemos. É produto de um coração curado, restaurado. E não existe nenhum coração curado por si mesmo batendo, no planeta Terra! Somente o amor restaurador de Deus pode curar-nos o suficiente para perdoarmos aos outros, mesmo que tenham infligido dor sobre nós.

Sabendo que Deus não espera que reunamos alguma espécie de pias “aprovações”, nos deixa livres para levarmos a Ele nossa incapacidade de perdoar aos nossos ofensores. Comprimida entre as duas classes que estão preocupadas com o perdão na Oração do Senhor encontra-se a súplica: “Salva-nos do maligno!”

Deus quer que reconheçamos nosso dilema – e a saída! Precisamos ser salvos dos efeitos devastadores do pecado em nossa vida – da nossa separação do amor restaurador do Pai. Assim, Deus dá a nós para que possamos ser habilitados a dar a outro. Se rejeitarmos o processo restaurador que Ele pôs à nossa disposição, nunca seremos capazes de dar aos outros. O dar vem depois de termos recebido “o pão nosso de cada dia” – as provisões do nosso solícito e amoroso Pai para as nossas próprias necessidades.

Dar a outro pode ser um intensamente agradável exercício de fé no que é Deus, quer estejamos pedindo perdão, quer estejamos perdoando. E enquanto nos ajudamos mutuamente nos processos de cura, nós mesmos encontramos cura mais profunda.

 
29 de Dezembro

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Conformistas “Cristãos”

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” Rom. 12:2.

A admoestação de Paulo para que não nos conformemos com este mundo é excelente material de sermão. Mais pregadores do que posso relembrar têm formado suas homílias para o serviço divino de sua igreja em torno desta advertência contra as seduções malignas deste mundo.

Mas recentemente, porém, tenho percebido que Paulo está preocupado com algo mais profundo do que um contraste entre os valores do mundo e os valores do reino de Cristo. Algo ainda mais insidioso vem à superfície ao contrastar ele estas duas palavras “CONformados” e “TRANSformados”, porque aqui ele não está tratando apenas dos valores que alguém defende, mas COMO os defende.

A pessoa que está “conformada” é aquela que não tem nenhuma força de convicção interior ou propósito, mas que deseja acima de tudo ser aceita por outros. Em vez de arriscar sua rejeição, simplesmente adota seus valores ou procedimentos. Conforma-se com os valores do grupo que promete a mais indiscriminada aceitação.

Mas este não é o método divino para levar as pessoas a se tornarem cristãs. Desvia completamente os processos mais profundos do coração – a transformação dos valores e atitudes mais fundamentais através da união com Cristo Jesus. Omite de que um verdadeiro cristão é alguém que se tornou seguro interiormente através da comunhão com seu divino Amigo. O conformista, por contraste, é o retrato da insegurança.

Devemos admitir honestamente que todos nós estamos sujeitos à tendência de ser cristãos conformados. Nossas inseguranças remanescentes, nosso ávido desejo de pertencer, nossos temores de rejeição, nos animam a abraçar os procedimentos e atitudes “aceitáveis” de nossos amigos relacionados com a igreja. Se aprendemos com habilidade adequada os jogos da qualidade de membro da igreja, podemos acalmar a nós mesmos com o pensamento de que o verdadeiro crescimento cristão tem ocorrido.

Tanto quanto valoriza Ele o comportamento correto, nosso Pai não deseja que o aceitemos pelo temor de Sua rejeição. Por este motivo, Sua primeira mensagem a nós assegura-nos do Seu amor e aceitação incondicionais. Quer libertar-nos da necessidade de nos conformarmos para que possamos adotar os valores do Seu reino por razões inteiramente corretas.

Somente aqueles que são cristãos TRANSformados “serão capazes de discernir a vontade de Deus, e conhecer o que é bom, aceitável e perfeito” (verso 2, NEB). E o nosso Pai é Aquele que deseja aquela altamente inteligente, interiormente livre, pacificamente harmoniosa abordagem à obediência!

30 de Dezembro

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O Fim da Nossa Confusão

 “Caiu, caiu a grande Babilônia... Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pegados, e para não participardes dos seus flagelo” Apoc. 18:2 e 4.

A multidão é grande e a rua desconhecida. Você separou-se do seu amigo. Resolve tentar voltar ao lugar onde estiveram juntos pela última vez. “Perdoe-me”, diz você ao para alguém que parece saber para onde ele está indo, poderia ensinar-me a achar o caminho?”

“Certo!” responde ele. Mas ao seguir suas instruções você descobre que ainda está perdido. Perguntando a outro, você fica ainda mais confuso. Subitamente você ouve uma voz bem conhecida chamando o seu nome. “Aqui!” Mais uma vez junto com o seu amigo, você abre caminho através da multidão e vai para casa.

Neste mundo, a multidão é grande e o caminho pela vida é incerto. Ouvimos relatos contraditórios a respeito de como chegar ao lugar onde queremos ir. Não somente temos perdido de vista o nosso melhor Amigo, nem mesmo temos certeza de que Ele é nosso Amigo! As coisas que ouvimos sobre Ele intensificam grandemente a nossa ansiedade. Quando Ele nos chama: “Aqui!” estamos precavidos e desconfiados. Afinal, é a nossa própria Babilônia pessoal – confusão – que nos mantém separados dEle. E enquanto permanecermos afastados dEle, nossa passagem por esta vida permanece arriscada e incerta.

Acaso cruza Deus os braços em desgosto, dizendo: “Ora, se eles não vêm quando chamo, estão perdidos por sua  própria culpa!”? Não! Ele não esta ofendido pela nossa confusão. Não nos condena por nossos conceitos errôneos sobre Ele. Simplesmente se aproxima, misturando-Se conosco no meio da multidão, andando no nosso passo, descendo conosco uma passagem escura após outra. Jamais tenta forçar-nos a seguir o Seu caminho, mas calmamente conversa conosco quando damos um passo em falso. Pouco a pouco, começamos a perceber que o Seu Compromisso conosco é genuíno, Seu amor inabalável. Sentimos que Ele está interessado em nós – não somente nos tirando do nosso apuro.

Nosso bom Pai nos convida a sair de nossa confusão babilônica para a compreensão do que Ele é. Não necessitamos de permanecer separados dEle. Não precisamos experimentar os deploráveis efeitos desta separação – trevas espirituais, inanição emocional, potencialidades atrofiadas. Não precisamos ser atormentados pela culpa e o remorso.

Bem poderíamos bradar com regozijo: “Caiu, caiu a grande Babilônia!”

31 de Dezembro

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A Palavra Final

“E entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro,

dizendo: Grandes e admiráveis são as Tuas obras , Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das nações!” Apoc.15:3.

Quando vier aquele grande dia em que os santos receberão o reino, haverá muito a cantar sobre isto! A reunião com amigos; a satisfação de corpos perfeitos; o fim de toda tensão; a harmonia perfeita de toda a Natureza. Quão fácil será cantar mesmo sobre nossa própria alegria de estar lá – nossa ditosa paz e nossas recém – descobertas potencialidades.

Mas as Escrituras relatam que um cântico absorverá todos os outros. Não é um cântico escrito por algum anjo bem-dotado musicalmente, publicado em grande quantidade e distribuído aos redimidos para que eles o memorizem e ensaiem. É um cântico que brota livremente, nascendo da experiência dos próprios redimidos. De fato, há estrofes no cântico que somente os redimidos podem apreciar completamente.

É um cântico dirigido totalmente a Deus, inspirado por Ele e dedicado Áquele que será conhecido como único digno d nosso louvor. É denominado o cântico de Moisés e o do Cordeiro, porque Jesus e Moisés foram os únicos na História que estiveram prontos a pôr sua vida eterna em jogo para a salvação do homem e a honra de Deus. (Veja Êxo. 32:32) E é cantado por pessoas que prefeririam morrer a trazer conscientemente desonra sobre Aquele que aprenderam a amar, em quem aprenderam a confiar.

Eu estava recentemente conversando com um homem que se apega firmemente à crença na predestinação – que Deus simplesmente seleciona certas pessoas para ser objetos de Sua graça e outras para ser condenadas às penas eternas. “É apenas um dos muitos retratos sombrios de Deus”, suspirou ele, “é nós simplesmente temos de aprender a aceita-lo. Se Deus quer assim, é isto “justo” por este motivo. Quem somos nós para questionar?”

Quão grato sou em adorar um Deus que um dia não muito distante exporá para inspeção diante do Universo cada ato, cada decisão que Ele tomou em Seu esforço de 6.000 anos para recuperar o Seu povo. E a resposta universal será: Quem não temerá e não glorificará o Teu nome, ó Senhor? Pois só Tu és santo; por isso todas as nações virão e adorarão diante de Ti, porque os Teus atos de justiça se fizeram manifestos.” Apoc. 15:4.

Título Original em Inglês:
HIS HEALING LOVE

Título em Português:
O AMOR QUE RESTAURA

Autor:
DICK WINN

Primeira Edição Publicada em 1987:
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

 

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