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"O Amor e a Aceitação de Deus não são o resultado de uma vida transformada. São o que causa a transformação."
Dick Winn, O Amor Que Restaura, 1987.

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1 de Janeiro

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Sendo Livres em Jesus

 “Ora o Senhor é Espírito, e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade” II Cor. 3:17, Almeida Antiga

  Durante trinta e cinco anos Júlio tinha sido   muito cuidadoso em viver de acordo com os mínimos requisitos de um conservador estilo de vida cristão. Estava convencido de que deveria fazer isto para obter salvação. Todavia, repentinamente virou as costas para toda religião. “Preciso ser livre a fim de tornar-me eu mesmo”, queixou-se.

Talvez Júlio jamais tivesse estudado o texto de hoje. Provavelmente sentia, como muitos cristãos, que a presença do espírito do Espírito e a liberdade não parecem andar juntas. Tais pessoas vêem a Deus como se Ele necessitasse de impor-lhes um pesado senso de dever, de obrigação moral: “Você não deve fazer isto”, “você não deve fazer aquilo.” A liberdade parece um jugo cruel, mas admiti-lo seria rebelião e eles “não devem ser rebeldes”.

Mas se na existência religiosa de alguém existe tal sentimento de opressão, de pesadas exigências de submissão ao poder, então podemos ter certeza de que o Espírito do Senhor não está ali. Ele não está envolvido em tal religião. Porque o Espírito do Senhor não opera pela força.

Devemos lembrar-nos de que há mais de um tipo de força. Muito mais sutil do que a força física (e, portanto, mais eficaz) é a força emocional. E esta se apresenta de inumeráveis formas: a ameaça de suspender o amor, usando falhas do passado para irritar os nervos e ferir a auto-estima, censuras e repreensões verbais, para citar apenas algumas.

Nosso Deus opera, não pela força, mas comunicando os princípios da verdade e iluminando o entendimento para a compreensão desta verdade, tornando-a vital para a nossa vida. Deus não necessita de usar a força para apoiar Suas verdades porque elas são muito capazes de permanecer por seus próprios méritos.

Nas estruturas humanas, sempre que os líderes se tornam deficientes na verdade, eles procuram compensar isto com uma exibição de poder. Tais líderes ou   não tem a verdade por trás de seus esquemas ou não confiam na capacidade de seus subordinados para compreender que eles possam ter a verdade.

Mas com Deus não há qualquer problema. Não somente está o Seu governo fundamentado na verdade sensível e coerente, mas também Ele deposita grande confiança na capacidade que têm Suas criaturas de perceber esta verdade! O emprego da força é a negação destes princípios.

Em uma atmosfera de liberdade quão rapidamente nosso entendimento mostra-se sensível para compreender os princípios da verdade, sobre os quais Deus edifica Seu gracioso governo. Você é livre em Jesus? Então dê graças ao Seu Espírito por mostrar-lhe como!

 

2 de Janeiro

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Liberdade por Meio da Confiança

 “NEle temos acesso a Deus com liberdade na confiança nascida da fé nEle” Efés. 3:12, NEB.

  Um menino aleijado de um pé era advertido por sua mãe para que não corresse. Conquanto fosse ensinado que não podia correr, na realidade era capaz de ultrapassar sua irmã mais nova. Baseado na informação a ele dada por alguém em quem mais confiava, cessou esta atividade e pouco a pouco perdeu toda capacidade que possuía e acabou sendo um recluso. Isto parecia confirmar a avaliação de sua mãe.

Que tragédia! E isto acontece com qualquer um de nós quando damos ouvidos às inferências do maligno. De certo modo, somos aleijados do pé esquerdo e o diabo nos diz que não podemos correr para o Pai! Todas as suas razões são mentiras.

Primeiramente, Satanás nos afirma que o Pai está zangado. Raramente você corre em direção de alguém que está zangado com você! Adão e Eva certamente não o fizeram. A esta falsidade ele acrescenta uma sutil insinuação: para começar, Deus não gosta de mutilados. Ele tolera sua aproximação somente depois que fizerem algo para aplacá-Lo.

Deus lida diretamente com esta informação ilusória, desencaminhadora. Dá-nos melhores fatos, sobre nós e sobre Si mesmo. E Ele pode ser a mais confiável fonte de informação em nossa vida. Viveu a verdade a respeito de Si mesmo na pessoa de Seu Filho. Ao contemplarmos a Deus em Cristo, começamos a confiar nEle. Enquanto cresce a nossa confiança, tornamo-nos mais confiantes em nossa aproximação dEle até que, finalmente, sabemos que temos liberdade total em nosso acesso a Ele. Alguns até mesmo começam a correr em direção a Ele!

Se tão somente pudéssemos compreender uma verdade ainda mais importante: não precisamos permanecer mutilados, aleijados ou estropiados! Deus é o grande Restaurador. Ao fugirmos para a Sua presença descobrimos que Ele “é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo que pedimos, ou pensamos” (Efés. 3:20). Porque Deus não somente deseja que sejamos capazes de correr, mas de correr sem ficarmos cansados. Planejou que renovemos as forças, subindo com asas como de águias (Isa. 40:31).

Nosso Deus é o único em que devemos depositar toda confiança. Tem a mais fidedigna informação. Tem em mente apenas os nossos melhores interesses, nossas mais altas realizações. E está ansioso e pronto para fazer-nos correr à Sua presença. Para lá podemos até mesmo correr apressadamente como se tivéssemos asas!

 

3 de Janeiro

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Que Opinião Carece de Mudança?

“Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” II Cor. 5:19

O problema do pecado não se centraliza na opinião de Deus sobre o homem, mas na opinião que o homem tem de Deus. Não foi Deus quem Se afastou do homem, mas este se desviou de Deus. O centro de toda a verdadeira religião se encontra nos esforços de Deus para levar o homem a mudar sua opinião acerca de Deus. Por outro lado, o centro de toda a falsa religião é encontrado nas tentativas do homem para levar Deus a mudar Sua opinião sobre ele.

Cristo veio para mudar nossa compreensão sobre o Pai. Morreu na cruz para que pudéssemos conhecer algo muito importante sobre Seu amor e veracidade, de sorte que, conhecendo-O, mudássemos nossa opinião quanto ao Pai. Satanás tem distorcido até mesmo a morte de Cristo na cruz, como se o ato de Cristo tivesse em vista apaziguar o Pai em nosso favor. Muitos cristãos crêem na que a crucifixão de Cristo permitiu ao Pai mudar em relação a nós, para mostrar misericórdia onde previamente podia mostrar somente ira.

Pecado é o rompimento da relação com Deus, mas somos nós os seres humanos quem nos afastamos. Contristou a Deus nossa fuga “para o país distante”. E Jesus revelou que o Pai caminha para a porta, olhando para a estrada em busca dos primeiros vislumbres de qualquer filho que retorna. Lembre-se, contudo, de que o filho errante voltou para casa quando começou a compreender quem o Pai realmente era.

Mas qual será o sentimento do Pai acerca de nós, vagueantes, quando voltamos para casa ainda com o mau cheiro dos porcos e com a roupa suja? Repreender-nos-á pela nossa estupidez? Assegurar-nos-á de que não seremos restaurados à condição de membro da família até que tenhamos efetuado o pagamento total por nossos crimes? Paulo respondeu explicitamente a esta pergunta: a atitude de Deus é a de alguém que “não imputa contra nós as nossas transgressões”. Nenhuma retribuição, nenhuma humilhação em troca de condescendente perdão. Vemos que é preciso voltar para o Pai; isto é suficiente.

Ainda mais, o Pai não nos põem na lista provisória de membros a fim de ressaltar nosso delito. Imediatamente confia-nos a mais importante missão que um ser humano pode conduzir. Envia-nos para ajudar a mudar a opinião de outros sobre o Pai. Deixa claro que não guarda nenhum rancor. Espera grandes coisas de nós. Incrível! Seria você incapaz de amar um Deus como este?

4 de Janeiro

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É a nós Mesmos que Prejudicamos

“Mas o que peca contra Mim violenta a sua própria alma...” Prov. 8:36

Outra tradução diz: “Aquele que não Me encontra, prejudica-se a si mesmo” (NEB). Se você descobre que está acometido de uma doença fatal, procura um médico. Se, em vez disto, conclui que não necessita de um, deixa o tempo correr e não mais precisará de um médico. Muitas viúvas aflitas têm exclamado pesarosamente que o esposo não quis admitir que necessitava de auxílio médico – para a sua própria destruição.

Nossa alienação de Deus está nos causando incalculável sofrimento. Estamos sedentos, Ele é a Água da Vida. Estamos famintos, Ele é o Pão. Estamos enfermos, Ele é O Grande Médico. Entretanto, um mentiroso muito convincente, Satanás, nos tem levado a desconfiar do nosso maravilhoso Deus, fazendo afirmações sobre Ele que são muito ilusórias e completamente equivocadas. Diz que quando pecamos, Deus fica irado. Que se não nos corrigirmos, Deus nos eliminará. (E que também nos virará as costas!)

Se Deus devesse ser vingativo com alguém, certamente o seria com o perpetrador de falsidades. Em vez disto, Deus age com suma integridade. Nenhum opróbrio artificial é lançado sobre este arquiinimigo. Nenhuma disciplina arbitrária é extorquida. Considerando, podemos até mesmo descobrir uma definida cortesia sendo manifestada por parte de Deus para com este mui repugnante adversário.

Deus nunca muda. Descobrimos ter nascido no campo do inimigo. “Condenados!” grita Satanás com acuidade infernal. Mas com ternura infinita e cuidadosa linguagem Deus conta-nos a história completa. Conta-nos como nascemos em um relacionamento rompido com Ele, mas que Seus sentimentos com respeito a nós sempre têm sido pensamentos de paz e restauração. “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais.” Jer. 29:11.

Ele diz-nos a verdade acerca de nossa condição. Nossa separação dEle nos prejudica. Deus não nos pune infligindo ferimento. Somos prejudicados como uma conseqüência natural de nossa separação dAquele que é a mais amável, cuidadosa, veraz, leal, estimulante, renovadora, encorajadora fonte de energia em nossa vida. Isto faz apenas bom sentido concordar que Ele é absolutamente correto e confessar nossa condição. Voltando ao relacionamento correto com Ele (justificação), começamos a experimentar a cura completa que Deus tanto deseja para nós.

 

5 de Janeiro

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Jesus Veio Anunciando o Perdão

“Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio dEste, e por meio dEle todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés.” Atos 13:38 e 39.

Jesus não veio negociando com o perdão; veio anunciando-o. Jesus não disse:   “Eu vos perdoarei se crerdes em Mim.” Ele disse: “EU SOU um perdoador – não vos apraz crer em Mim?” Jesus veio a este mundo para proclamar “boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo”. Luc. 2:10. A boa nova não é que Eu estou perdoando, mas que Deus é um Perdoador!

Os anjos não afirmaram que as boas novas eram somente para os crentes, mas para todo o povo. Infelizmente, nem todos eles se tornariam crentes naquelas boas novas. Mas as novas permanecem constantes, creiamos nelas ou não. Em Cristo, Deus anunciou perdão para todos os povos. Os perdidos estarão realmente perdidos, não porque Deus deixou de oferecer-lhes perdão, mas porque não aceitaram o Perdoador.

Não podemos confiar naquilo que é condicional se devemos produzir as condições. Tivesse Deus dito: “Eu vos perdoarei SE crerdes em Mim”, começaríamos a medir a quantidade de nossa fé e então duvidaríamos se havíamos produzido o suficiente.

Contrastando, se Deus dissesse: “EU SOU, por Minha própria natureza, um perdoador; não posso ser irreconciliável , implacável mais do que posso ser desamorável”, teríamos alguma coisa sobre a qual repousar nossa confiança. Então, crendo nEle, confiando naquele perdão incondicional, seríamos curados da necessidade ulterior de rebelião.

Quando Jesus bradou da cruz ainda estendida: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, não implorava por algo que o Pai não estivesse indisposto a fazer. Pelo contrário, anunciava para que todos ouvissem que o Pai é perdoador. E esperava que aqueles cruéis soldados que no momento estavam pregando cravos em Seus pulsos ouvissem aquela mensagem porque um dia viriam a conhecer muito bem o que haviam feito. E ao ficarem perturbados, desconcertados sob a consciência de que haviam perfurado o Criador, Ele queria que já tivessem ouvido a nova: “Estais perdoados.”

O que poderia estar mais isento de preocupações egocêntricas do que a certeza de que nossa maior necessidade, a libertação da pena de morte, já foi assegurada na cruz de Cristo?

6 de Janeiro

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Deixando de Conhecer a Deus

“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” Rom 3:23

Juliana sentia uma profunda alienação de sua mãe que sempre parecia encontrar defeito em tudo o que Juliana dizia. Finalmente, ela começou a compreender as razões que estavam por trás do pensamento de sua mãe e a apreciar seu evidente amor por ela. No devido tempo Juliana e sua mãe tornaram-se amigas íntimas.

Em nossa crescente compreensão do problema do pecado vemos mais e mais que é nossa falta de conhecimento do próprio Deus que sempre tem impedido nosso relacionamento com Ele. Sabendo disto, Ele procura por todos os meios concebíveis ganhar nossa confiança.

No monte com Moisés, Deus passou diante de Seu servo oculto e proclamou o Seu nome declarando a qualidade do Seu trato com a raça humana, que é a Sua glória. Em Jesus Ele viveu diante de nós com tão atraente sinceridade que nosso coração ficou impressionado. Todavia, mesmo para os crentes, Deus de algum modo tem parecido um pouco remoto e inatingível. Falhamos em nossa compreensão dELe e finalmente isto perpetua nossa incapacidade de nos relacionarmos total e positivamente com Ele. Isto resulta no que tipicamente chamamos de pecado.

Deus compreende nossa necessidade de conhecê-Lo! Da maneira mais amável e completa tomou providências para revelar-Se a nós. Esta revelação tem tomado tempo, como acontece em todas as amizades duradouras. Mas esta necessidade não nos dissuade. Não é uma declaração de qualquer falta de desejo da Sua parte de levar-nos a viver eternamente com Ele. Pelo contrário, é prova concreta de que Ele está muito ansioso de estabelecer uma união conosco que durará pelas eras imensuráveis da eternidade.

Simplesmente saber que Deus se preocupa tanto com a qualidade do meu relacionamento com Ele, leva o meu coração a dilatar-se. Significa que Ele crê em minha capacidade de ser aquela espécie de amigo. Significa que Sua opinião de mim é favorável, que Ele não medirá esforços a fim de assegurar-me para Si. Posso manter a cabeça erguida! O grande Deus do Universo valoriza-me e está ousadamente procurando estabelecer minha amizade!

Ao vê-Lo como Ele é, confio nEle com minha própria vida e futuro. Amo-O de todo o coração. E sei que a ruptura em meu relacionamento com Ele será restaurada para sempre.

Busquemo-LO com renovada confiança, sabendo que Sua ansiedade de ser um conosco excede em muito a tudo o que temos imaginado.

7 de Janeiro

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Primeiro Relacionamento, Depois Obras.

“E a vós outros também que outrora éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou... mediante a Sua morte” Col. 1: 21 e 22.

Neste texto há uma seqüência vital. Raramente falou Paulo com tanta clareza sobre a verdadeira natureza do problema do pecado. Observe como ele ocorre: (1) éreis estranhos e inimigos de Deus; (2) éreis inimigos no entendimento; e finalmente (3) vossas obras eram malignas.

Dificilmente podemos dizer demais: O pecado é uma questão de relacionamento. Não podemos falar a respeito do pecado sem falar sobre Deus – sobre o relacionamento alienado entre mim e Deus. Tendo escolhido uma vida separada dEle, todos os meus valores se tornaram distorcidos. Estando afastados do Amante de nossas almas, nos tornamos inseguros e defensivos. E esta insegurança muito prontamente encontra sua expressão na hostilidade.

O que, então, pode resultar a não ser más obras? Tendo sido criado para a comunhão com um Deus amoroso e atraente, a ausência desta amizade é devastadora. É justo dizer que virtualmente tudo o que fazemos é grosseiro, imoral, imaturo e também pecaminoso, o fazemos em uma desvairada tentativa para preencher o repulsivo vazio resultante.

É claro que nosso Deus sabe que isto é exatamente o que acontece. Ele sabe que, como o pecado é uma questão de relacionamento, a salvação é também uma questão de relacionamento. Se perpetrarmos atos pecaminosos porque estamos separados dEle, segue-se que Seu primeiro passo é ganhar-nos de volta para aquela restauradora amizade com Ele.

Satanás também está muito interessado em indicar-nos um caminho para a amizade de Deus. Ele diz que se praticarmos muitas boas obras Deus nos recompensará com Sua amizade. Todavia, Deus oferece Sua amizade, não como retribuição por nossas boas obras, mas partindo da firme convicção de que este é o único meio que pode produzir boas obras. Somente aqueles que são amados podem verdadeiramente ser amáveis.

Quanto necessitamos de lembrar-nos de que não devemos tentar reconciliar Deus conosco, mas que Deus está nos reconciliando com Ele. Em primeiro lugar, as hostilidades nunca foram Suas; eles não Lhe pertencem para deixá-los. Nós somos os alienados. A cruz de Cristo é o ato de Deus para atrair-nos, não o ato de Cristo para aplacar a Deus.

E Deus está confiante de que, tendo-nos ganho para Si mesmo, pode fazer grandes coisas em nós, até mesmo removendo cada mancha que o relacionamento interrompido tem causado.

8 de Janeiro

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Quando Somos Esquecidos

“Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, Eu, todavia, não Me esquecerei de ti” Isa. 49:15.

As mais íntimas relações a nós disponíveis nesta vida tem por obrigação ensinar-nos acerca do relacionamento que Deus quer ter conosco. Quando deixam de fazer isto, ou nos ensinam exatamente o contrário, bem podemos indagar se há alguma esperança.

Uma das mais agonizantes tragédias da vida é quando alguém que deveria ter-nos amado, não importa quem, deixa de fazê-lo. É quase o suficiente para destruir-nos. A amargura freqüentemente permeia toda a vida, levando todas as boas coisas a serem depreciadas, cada menosprezo a expandir-se como uma montanha. “Isto não é justo!” exclamamos. Mas, isto não é o fim do assunto.

Deus vê profundamente dentro do nosso coração ferido. Com máxima sensibilidade, ergue-nos em Seus grandes braços de amor e lembra-nos de que embora tais coisas inconcebíveis possam acontecer neste planeta desequilibrado, jamais poderá acontecer com Ele. Usando uma analogia cuidadosamente escolhida, ajuda-nos a perceber que Ele não pode Se esquecer de nós porque identificou-Se tanto conosco a ponto de fazer de nós uma parte do Seu próprio ser. (Veja o verso 16.)

Todos nós somos prejudicados em nossa passagem por esta vida. Alguns são devastados. Somente as mui tangíveis evidências do amor de Deus podem recuperar do desespero essas almas feridas. Mas Deus tem um plano para fazer exatamente isto. Inclui a todos dentre nós que O temos conhecido e confiado nEle.

Jesus mostrou-nos como. Viveu a vida de Deus de maneira muito real e acessível, precisamente no meio de um povo bastante prejudicado. Preocupava-Se com eles, ouvia-os e lhes tocava. Ele chorou e, creio, riu – o sorriso caloroso e genuíno de alguém que gosta de outra pessoa e deleita-se nela. Era honesto e franco acerca dos problemas da vida. As pessoas eram sempre mais importantes que do que as suas decisões presentes.

Corações eram aquecidos, esperanças renovadas. Alguns ousavam mesmo crer que sua vida passada não precisava estorvá-los em seu futuro sucesso e aceitação. E não é este o mais excelente privilégio de uma mãe – fazer chegar ao destino sua prole segura em seu potencial e valor inato? Talvez possamos exclamar com o próprio Mestre: “Quem é Minha mãe e que são Meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos disse: “Eis Minha mãe e Meus irmãos.”

9 de Janeiro

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É a Rejeição Proveitosa?

“Todo aquele que o Pai Me dá, esse virá a Mim; e o que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora.” João 6:37

Talvez tenhamos obtido uns dos outros esta idéia de que Deus nos rejeita quando caímos. Quando desapontamos uns aos outros sabemos quão rapidamente surge aquela fria distância. Quase intuitivamente suspeitamos que, com Seus mui elevados padrões, Deus tem ainda mais razões para rejeitar-nos quando não estamos à altura.

De fato, alguns estão certos de que a aceitação ou rejeição de Deus é a influência que Ele usa para levar-nos a proceder bem. Quando nos comportamos devidamente, Ele recompensa-nos com Seu sorriso. Quando agimos egoisticamente, somos punidos por Sua carranca julgadora. (De algum modo esquecemo-nos do fato de que isto nunca funciona nas relações humanas.)

Mas nosso Deus sabe que todo o problema do pecado está centralizado em nosso afastamento dEle. Pleiteou com Adão e Eva para que não rompessem aquele relacionamento original de fé com Ele; mas eles o fizeram e, juntamente com todos os seus filhos, desde então vem sofrendo os prejuízos trágicos da alienação.

Deste modo o plano do Pai par salvar as pessoas requer que elas voltem para Ele. Em Seu grande plano de redenção Ele sabe que temos tudo a ganhar se Ele puder manter-nos em constante comunhão conSigo. As escrituras estão cheias de admoestações para que nos submetamos a Cristo. E aí ocorre a cura, a restauração.

Que valor existe, portanto, em Sua rejeição de nós? Tendo despendido tanta energia para levar-nos à união com Ele, cortaria Ele o laço? Expulsar-nos-ia? Mesmo o uso da rejeição como uma forma de influência para levar-nos a fazer o bem acabaria complicando o problema. A rejeição sempre fere, tornando alguém ainda mais preocupado consigo e suas necessidades. Somente a aceitação por amor cura.

Outrossim, Deus tem muito mais razões para obediência do que tentarmos ganhar como um favor o que Ele já ofereceu como um dom gratuito. A obediência, que significa viver em harmonia com o Seu Espírito e sabedoria, traz consigo todas as suas recompensas inerentes. Do mesmo modo, aquele que desobedece atrai toda sorte de terríveis conseqüências sobre a sua cabeça. Em vez de necessitar de “punição” adicional da carranca de Deus, ele está a esta altura ainda mais necessitado de terna nutrição.

Por que, então, pôde Jesus dizer: “O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora”? Porque Ele sabia melhor do que ninguém que não há absolutamente nada a ganhar com a rejeição de alguém, mesmo quando ele falha.

10 de Janeiro

 

 

O Amor o Ajuda a Pensar

“...estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo o entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.” Efes. 3:17-19

A sensação de segurança é uma comodidade rara em nosso mundo presente e caótico. Freqüentemente somos incapazes de atingir todo o nosso potencial por causa das forças negativas que operam dentro de nós mesmos:   ausência de auto-estima, a incerteza da solidez de nossa vida. E a maior parte de nossas incapacidades é proveniente da sensação de não sermos amados.

Nosso compassivo Deus sabe disto. Compreende que jamais poderemos estar satisfeitos ou cumprir nossa elevada vocação a menos que cheguemos à percepção de que estamos absolutamente seguros nEle, de que Seu amor por nós é sem reservas e totalmente incondicional. E assim Ele nos deu Jesus.

Jesus. Temos à nossa disposição tantos quadros mentais. Muitos são sobre Ele curando. Deus não só Se dispõe a ser um grande restaurador, mas um restaurador muito terno. Muitos quadros são sobre Ele ensinando. Deus se dispõe a nos ensinar, saciando nossa mente e coração famintos com temas emocionantes, expandindo idéias e ideais.

Jesus – calmamente andando sobre as ondas do Mar da Galiléia. Sereno em Sua consciência do amor do Pai. Quão firme e duradouro é o amor de nosso Pai. Vemo-Lo no meio de uma multidão de crianças, suas pequeninas mãos empoeiradas clamando por Seus braços. Tinham tanta certeza de aceitação! Quão certos podemos estar da aceitação de Deus, Sua ansiosa satisfação de tudo o que somos.

Lentamente, enquanto a situação crítica de nossa alma agonizante dá lugar a confortante realidade do amor de nosso Pai, nossa memória desperta. Desperta para a aventura porque estamos bastante seguros de nossa herança, nossa divina herança em Jesus e por meio dEle. Descobrimos as veredas do entendimento abrindo-se para nós. Maravilhamo-nos ante Sua criação, Seu plano para nós, e muito mais, a inexprimível altura, largura, comprimento e profundidade do que Ele é. Adoramos espontaneamente Àquele cujos ideais para nós excede nosso entendimento – para que sejamos cheios de Sua plenitude, para que um dia sejamos restaurados à Sua imagem.

É o amor de Deus que nos liberta para pensar, explorar, transformar-se. Podemos estar certos de que é com infinito prazer que Ele observa cada passo do nosso progresso, encorajando-nos a continuar crescendo.

11 de Janeiro

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Como Deixar de Pecar

“Todo aquele que permanece nEle não vive pecando; todo aquele que vive pecando não nO viu nem O conheceu.” I João 3:6

Pode haver no mínimo duas maneiras diferentes de abordar o texto de hoje, dependendo de nossa compreensão do significado de pecado.

Alguns abordariam pensando: “Ora, pecado é um ato que eu pratico, como comer demasiado no jantar ou falar asperamente com as crianças. Isto significa que se eu permaneço em Cristo serei sempre temperante na hora do jantar e sempre delicado com as crianças. Contudo, se eu comer uma colherada extra de feijão, é claro que isto significa que deixei de permanecer em Cristo. Por causa de minha falha Ele retratou-Se da amizade.”

Mas a situação também pode ser compreendida nestes termos: “Pecado é, afinal de contas, viver separado de Cristo. Significa que eu escolhi alienar-me dEle. De sorte que quando escolho a Ele para ser o centro de minha vida e procuro estar ligado a Ele em amorável comunhão, não sou mais um pecador.”

A diferença entre estas duas abordagens é que a primeira focaliza o pecado como um ato; a segunda vê o pecado em termos de relacionamento com uma Pessoa. Mas qual delas tinha João em mente quando escreveu esta passagem? A segunda parte do versículo não poderia ser mais explícita: “todo aquele que vive no pecado não nO viu, nem O conheceu.” Não é de surpreender que ele seja um pecador (um alienado de Deus); nem mesmo conhece Aquele que deseja ser seu mais excelente amigo.

Como então você deixa de pecar? Concentra-se com todo o rigor na quantidade que está comendo? Morde a língua quando as crianças o põem em dificuldades? Está em pavor de ser julgado por Deus como um amigo inadequado? Ou procura conhecer Àquele cujo conhecimento significa vida eterna?

O que mais emociona é o fato de que esta segunda alternativa é aquela que realmente opera mudando nossas ações. Este relacionamento íntimo, quando mantido, efetua uma grande obra restauradora em nosso coração. Aqueles que estão seguros no amor incondicional de Deus não mais necessitam de defender sua imagem paterna falando asperamente com as crianças. Tendo encontrado verdadeiro gozo na união com Cristo, não mais necessitam buscar prazer vulgar na indulgência excessiva. O grande princípio: “Pela contemplação somos transformados” (II Cor. 3:18) tem vindo em auxílio daquele que está fascinado por Jesus!

12 de Janeiro

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A Restauração de Casas em Ruínas

“Chamar-te-ão reconstrutor de muros rompidos, restaurador de casas em ruínas.” Isa 58:12, NEB

O antigo Israel tinha um problema. O muro de sua capital fora rompido pelas forças inimigas. Suas casas tinham sido saqueadas. O que é ainda pior, viviam sob o enigma de pretender ser o povo escolhido de Deus apesar de ter estado sob cerco.

Mais do que os muros literais necessitavam de reconstrução. A nação precisava daquela profunda cura interior que somente Deus poderia trazer. Suas casas jaziam em ruínas do mesmo modo que o coração havia sido pilhado pelo inimigo das almas. Denominavam-se a si mesmos “os escolhidos” mas estavam afastados dAquele que os havia escolhido. Encontravam-se indefesos contra aqueles que os levariam em cativeiro assim como estavam indefesos contra os pensamentos que os haviam feito prisioneiros da incredulidade.

Em Isaías 59:1 e 2 Deus explica que Sua atitude para com Israel tinha sido constante. ELES tinham trazido separação entre si mesmos e Deus – por causa de sua obstinada recusa de relacionar-se devidamente com Ele. Insistiam em pelejar batalhas como ditava sua própria sabedoria e então pediam a Deus que pusesse Sua potência de fogo por trás de suas decisões. Qualquer sucesso os tornava orgulhosos. Qualquer fracasso os levava a censurar a Deus.

Israel jejuava com o fim de induzir a Deus a favorecê-los, a tirá-los dos apuros em que se metiam. A vontade de Deus era que enfrentassem a realidade. Não queria que deixassem de tomar alimento; queria que deixassem de ser egoístas e rebeldes. Em essência, dizia-lhes: “Aprendei com Eu sou, experimentando o que Eu realmente quero.”

Deus quer que paremos de ferir-nos – a nós mesmos e aos outros. Que tenhamos a vida livre de tudo o que nos mantém afastados dEle. Temos nutrido falsos conceitos acerca de Deus. Conseqüentemente, temos vivido de tal modo que chegamos ao ponto de negar a nós mesmos o privilégio da amizade com Ele. Temos temido a Deus quando deveríamos ter sido alimentados por Ele. Temos tropeçado nas trevas, não sabendo que Ele era a Luz. Temos nos encontrado sem lar, quando Ele almeja atrair-nos para Sua própria família.

A ruptura do muro de Jerusalém era simbólica quebra de relações entre Israel e seu Deus. Se retornassem à amizade confiante com Ele, não somente a segurança de sua cidade seria restaurada, mas eles mesmos estariam seguros contra as atitudes e falsos conceitos religiosos das nações adjacentes. Isto não é menos verdade no tocante a nós hoje.

13 de Janeiro

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Como a fé nos cura

“E Ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre do teu mal.” Mar. 5:34.

Jesus poderia ter falado àquela sobressaltada e recém-curada mulher entre a multidão de várias maneiras diferentes. Por exemplo, poderia ter dito: “Mulher, Meu poder miraculoso acaba de curar-te.” Mas não o fez porque isto não teria expresso toda a verdade.

Ou poderia ter dito: “Mulher, tuas fortes convicções te sararam.” Mas isto teria confundido o povo quanto à sua parte em aproximar-se de Deus. Poderiam pensar que a sinceridade obtém uma resposta de Deus.

Em vez disto, fez referência ao relacionamento entre Ele mesmo e a mulher quando ela olhou para Ele em esperançosa confiança. Isto foi o que produziu a cura.

Esse breve encontro com uma mulher anônima no caminho para a casa de Jairo foi uma parábola representativa do plano da salvação. A cura de nossa vida danificada pelo pecado ocorre quando iniciamos e usufruímos uma amorosa amizade com um grande Amigo. E este, em essência, é o significado de fé.

Em todas as nossas conversar sobre “justiça pela fé” devemos ser cuidadosos para que não nos tornemos tão absorvidos com a justiça que esqueçamos a fé. No sentido mais absoluto, não podemos falar de fé sem falarmos do Objeto de nossa fé. A “fé” não existe no abstrato; há somente “fé em Cristo”.

E este relacionamento confiante, informal e envolvente é, ele mesmo, o poder restaurador. Oh, se pudéssemos compreender tudo o que Jesus tinha em mente quando disse: “A tua fé te salvou”! Foi isto registrado nas Escrituras somente para mulheres que estão com hemorragia, ou para aqueles que têm outras enfermidades físicas? O que é a fé capaz de curar? Que transformações pode o amor vital produzir na vida de alguém?

Considere: Haveria qualquer necessidade adicional de permanecer na presença de alguém para ter mais prestígio se já soubéssemos que éramos orgulhosamente reclamados como filhos do Rei? Revidaríamos em retaliação contra aqueles que nos ameaçam se soubéssemos que o próprio Deus estava do nosso lado? Tal noção do vínculo divino-humano trará genuína justiça para nossa vida.

E isto, no nível prático, é Justiça pela fé!

14 de Janeiro

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Pedindo e Esperando

“Nada tendes, porque não pedis.” Tiago 4:2

Uma das mais dolorosas experiências da vida é ter à sua disposição a própria coisa que uma pessoa amada necessita mas ela não a procura de você. Ainda pior é ser rejeitado quando você oferece livremente o item ou serviço. Num ou noutro sentido, você se aflige mais por eles sabendo que passarão sem aquilo, do que por si mesmo.

Deus anseia que peçamos dEle tudo o que necessitamos e desejamos. Da maneira mais distinta, faz-nos saber que é capaz de satisfazer-nos inteiramente. Quando não pedimos, é com divina tristeza que Ele nos lembra que não temos, simplesmente porque não pedimos.

Brincamos de jogos mentais com nós mesmos? Temos a impressão de que o convite divino visa mais provar a nossa alma do que pôr à disposição respostas evidentes? Sentimos uma espécie de elevação espiritual em “ter fé” enquanto “esperamos no Senhor”, embora não estejamos realmente esperando uma resposta? Este tipo de experiência torna a prova em si de mais valor do que a pessoa que está sendo provada. Tais conceitos, quer sejam acolhidos abertamente, ou apenas nos recessos de um coração que duvida, lançam uma sombra malsã sobre nosso Pai celestial.

Devemos esperar respostas? Por que nosso razoável Deus brincaria conosco? Ele é muito correto. Quanto mais você conhecer a Deus, mais provavelmente estarão suas petições em harmonia com Sua sabedoria. E ainda mais, você pode estar certo de que a realidade satisfará a expectativa. A crença de que Deus lhe dará o que você pedir é capaz de levá-los a sentir-se vulnerável. É somente quando você aprende que Ele Se deleita em dar-nos respostas perceptíveis, que tais sentimentos podem ser substituídos por gozosa antecipação.

Não há nenhum mérito no ato de crer. Nossa esperança repousa unicamente nAquele em quem cremos. E pedir sem nenhuma real esperança de receber é zombar dAquele a quem nossas petições são dirigidas. Não pedir de modo algum é talvez a mais forte declaração que podemos fazer de nossa dúvida quanto à bondade de Deus e Sua disposição de tratar conosco realisticamente.

Talvez Deus queira mais que nós O provemos do que deseja provar-nos. E provando a Deus descobriremos que Ele é absolutamente confiável e maravilhosamente prático.

15 de Janeiro

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Salva em Sua Presença

“Vinde comigo, e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!” João 4:29

O convite dessa mulher aos seus amigos torna-se muito surpreendente quando nos lembramos precisamente do que Jesus lhe disse a respeito de sua vida passada. Estava apenas a poucos momentos em uma conversação com esse Ser totalmente estranho quando Ele lhe disse que ela passara por cinco maridos e estava agora influenciando o sexto.

Admitamos. Mesmo com amigos íntimos somos geralmente muito relutantes em tornarmo-nos tão vulneráveis a ponto de discutirmos as falhas de um único matrimônio. Mas confidenciar a um estranho toda uma série de fracassos? Ou ela estava muito cauterizada, ou havia algo nesse notável Estranho que inspirava confiança.

Podemos ter certeza de que foi a última alternativa, porque ela voltou para seus amigos e convidou-os a vir e estar na presença desse mesmo Homem, correndo o risco de que Ele bem poderia ser capaz de contar-lhes também tudo o que eles já haviam feito.

Ela suspeitou que Ele fosse o Cristo e mencionou como evidência Sua capacidade de revelar o seu passado. Mas ela estava ansiosa de falar aos seus amigos sobre Ele por causa do que Ele fez com aquela sórdida informação. Ele a viu, não como uma barreira, ameaçando Sua imaculada pureza, mas como um retrato de suas necessidades. E Ele pôs-se em ordem a ponto de satisfazer aquelas necessidades.

Nosso Deus não é apenas algum santificado quiromante. Ele discerne nossos defeitos do passado não porque pode humilhar-nos em submissão ou manipular a culpa para incitar-nos à bondade. Seu único objetivo é curar. Em Sua presença podemos sair detrás do nosso embaraço, levantar nossos mais tenros nervos para Seu toque restaurador e mesmo convidar a outros pecadores feridos para juntarem-se a nós.

Às vezes somos inclinados a ter uma visão pálida, indistinta da obra dos anjos relatores. Talvez não tenhamos certeza do que Deus fará com a informação deles obtida. Mas quando vemos que cada ato Seu visa trazer cura, abrir a porta para auto-integridade, nossos temores diminuem.

Algumas pessoas pagam grandes somas de dinheiro para assentar-se na presença de um conselheiro profissional que, por suas maneiras agradáveis, torna mais fácil para elas enfrentar dolorosas verdades sobre si mesmas. Não realizaria a mesma coisa o ajoelhar-se na segura presença de Jesus?

16 de Janeiro

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Quando a Justiça é Como Veneno

"Poderão correr cavalos na rocha? e lavrar-se ela com bois? No entanto haveis tornado o juízo em veneno, e o fruto da justiça em alosna." Amós 6:12.

O que tornaria a justiça como veneno? Isto parece quase inconcebível. Justiça – porque a própria palavra soa como igualdade e os direitos da consciência. Todavia nós os cristãos podemos fazer o que é muito direito terminar muito errado.

Com freqüência presumimos conhecer tão bem a Deus que O responsabilizamos pelas escolhas que são nossas. Dizemos que o Senhor fez isto acontecer ou ordenou-me a ir ali, mas é o Senhor responsável por estas coisas? Algumas almas sinceras alegam a orientação divina em um dia para as próprias coisas pelas quais acusam o diabo no dia seguinte. O que estamos dizendo acerca de nosso Pai celestial com tal inconstância? Para os incrédulos Ele deve parecer um tanto caprichoso.

Quando afirmamos severamente que Deus faz acontecer coisas más para nos ensinar lições, não é de surpreender que pessoas honestas sintam um pouco de náusea no estômago? Especialmente quando tais sentimentos são expressos em linguagem de amor. De fato, tornamos Sua aceitação mais ou menos tão fácil como lavrar-se a rocha com bois.

Nosso procedimento tem muito a ver com isto. Criamos nossos filhos “na verdade” por doutrinas afetadas enquanto tentamos, de certo modo, fazê-los correr seus cavalos sobre a rocha das opressivas evidências de nossos próprios conceitos errôneos acerca de Deus. Ensinamos-lhes que Ele os ama, mas que serão destruídos com tortura se não O servirem. Rejeitamo-los quando agem vergonhosamente ou os tratamos com condescendência, pensando que eles não notam, esperando que sejam gratos porque escolhemos agir deste modo.

DEUS NÃO É ASSIM! Ele sabe que os cavalos não podem correr sobre rochas. Sabe que jamais viremos a confiar nEle a menos que descubramos quão razoáveis são Seus caminhos. Sua justiça não é como o veneno; é o grande antibiótico celestial contra a propagação do vírus do pecado em nosso coração. Pecado é a nossa reação previsível a tais conceitos deturpados sobre nosso grande Deus. Justiça é o Seu persistente empenho para reintroduzir a realidade em nossa vida.

A justiça de Deus não é a justiça de um juiz que exige um preço por nossa injustiça, mas antes a de um professor desejoso de partilhar a verdade com seus alunos. Não viremos todos prazerosamente sob Sua tutoria?

17 de Janeiro

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A Sutil Batalha Contra o Ego

“E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou.” II Cor. 5:15.

Em verdade se tem afirmado que a batalha contra o ego é a mais difícil batalha que o cristão deve pelejar. Mas esta batalha torna-se a mais difícil porque muitos não compreendem sua natureza. Embora tenha um nível muito evidente – o conflito contra a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida – há uma dimensão muito mais sutil que tem demonstrado ser a queda de muitos.

Muitos a vêem como uma batalha, deveras uma luta infindável contra o próprio egoísmo. Nesta batalha, procuro por mim mesmo deixar de praticar atos egoístas ou mesmo parar de condescender com pensa-mentos egoístas. E quando não consigo atingir o que sei que deveria, sinto-me oprimido pela culpa.

Mas a menos que eu saiba em minha alma que Deus me perdoou e me aceitou, descobrirei que o problema do perdão é o objeto de todas as minhas obras, o foco de toda a minha religião. Minha preocupação com o que Deus pensa de mim (em vez de preocupar-me com o que o mundo pensa de Deus) será o sabor da minha vida espiritual. E destarte o eu é o objeto de minha atenção, em vez de Jesus Cristo.

Esta variação da batalha contra o ego é tão sutil porque parece tão piedosa. Podemos até mesmo relatar nosso progresso nas reuniões de oração e fazer disto o centro de infindável angústia particular. Mas isto apenas obscurecerá o fato de que o “eu” ainda é a motivação reinante em minha vida.

O único remédio para esta mais básica de todas as formas de egoísmo é aceitar inteiramente o que Deus deveras tem dado e que é aquilo que eu anelo mais profundamente: Seu amor, perdão e aceitação incondicionais. Este dom não é uma recompensa por minhas realizações, mas uma efusão de Seu próprio caráter.

Tendo recebido como uma dádiva o que eu previamente ansiava obter, sou liberto do ego – livre para viver por Cristo. Deste modo o egoísmo é destruído. Ao enxergar a inabalável mensagem da cruz, ela me diz que não mais preciso viver para mim mesmo, mas posso viver para Aquele que morreu a fim de satisfazer todas as minhas necessidades. Posso viver para Sua glória!

Talvez a batalha para CRER seja a verdadeira batalha contra o ego – crer que Deus na verdade é tão eficazmente amoroso!

18 de Janeiro

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A Questão Oculta

“E Jesus lhes perguntou: Credes que Eu posso fazer isso? Responderam-Lhe: Sim, Senhor. Então lhes tocou os olhos, dizendo: Faça-se-vos conforme a vossa fé. ” S. Mat. 9:28 e 29.

Dois cegos se aproximaram de Jesus suplicando misericórdia. Obviamente, desejavam ser curados de sua enfermidade. Mas a maneira como pediram revelou que aceitavam o que era tradicionalmente crido ser o motivo da cegueira. Pediram misericórdia, crendo que sua cegueira era uma evidência do desfavor de Deus. (Veja S. João 9:2.)

Jesus foi ao encontro do seu pedido com uma pergunta. Criam eles que Ele poderia curá-los? Certamente, sabiam que sim! Devem tê-Lo visto curando a outros ou ouviram uma boa notícia. Bem podemos imaginar que sua resposta veio rapidamente: “Sim, Senhor!” Mas estava aqui envolvido mais do que Seu poder para curar fisicamente.

Estava Jesus gentilmente os acotovelando com novos padrões de pensamento? Talvez posteriormente, ao deitarem de costas contemplando o azul intenso do céu mediterrâneo, a pergunta tenha retornado tão suavemente como as delicadas colunas de nuvens acima. Havia um significado oculto em Sua indagação? Ao refletirem sobre isto, despertar-se-iam novos pensamentos em sua mente? Começariam a enxergar também com olhos espirituais?

Jesus veio a fim de revelar a verdade concernente ao Pai para Seus perturbados filhos terrestres, veio para explicar que Deus os amava e que jamais provocava arbitrariamente a dor como meio de punição. Veio para levar de volta corações deprimidos à comunhão com Aquele que poderia dar-lhes descanso. Começaram eles a apreender um significado mais profundo na pergunta de Jesus? Acredita você que Deus DESEJAVA que fizessem isto? Percebe você o quanto Deus quer estar envolvido com pecadores? Para que estando em harmonia com o que Ele é possa trazer vista aos seus olhos?

Certamente Jesus lhes estava dizendo que Deus nunca é arbitrário. Nunca age motivado pela ira. Trata com a realidade, como deseja que façamos. Quer-nos inteiramente. Todavia, para esses humildes homens, crer em tais coisas teria sido um grande passo em vista de tudo o que os sacerdotes ensinavam. Pô-los-iam em indisposição com seus amigos, porque também eles, então teriam comunicado conceitos semelhantes.

Os cegos tinham crido e partiram enxergando. Somente espero que eles tenham tido a coragem de permitir que isto fosse apenas o princípio.

19 de Janeiro

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Chamando o Pecado Pelo seu Nome Exato

“Quando Ele vier convencerá o mundo do pecado,... porque não crêem em Mim." S. João 16:8 e 9.

Ela chorava como alguém que não seria consolada. Um membro da igreja tinha “trabalhado com" ela concernente a algo pecaminoso que ela havia cometido. Ele tinha “chamado o pecado pelo seu nome exato” e ela francamente admitira o seu erro. “O Espírito está realmente me convencendo”, disse ela. “Sinto-me esmagada!" Parecia surpresa quando sugeri que o Espírito Santo poderia não ser, necessariamente, o que estava por trás de suas convicções.

Por estranho que a princípio possa parecer, Satanás também está envolvido com o assunto de convencer do pecado. Persuade a alguns a não inquietar-se em nada quanto ao pecado exceto para descobrir novos meios de mergulhar-se nele. Mas tem uma abordagem especial para os conscienciosos. Diz-lhes que o pecado é fundamentalmente atos egoístas mas não quer que conheçam nada a respeito do relacionamento com um Salvador perdoador que unicamente pode curar esse egoísmo.

Certamente a Bíblia faz menção das ações pecaminosas que nós seres humanos achamos tão fácil perpetrar; mas Jesus sabe que há pouco valor em enviar o Espírito com uma lista completa de atos pecaminosos a proibir. Tais ações pecaminosas são apenas os sintomas de um relacionamento rompido com nosso Criador. Focalizar as ações sem primeiro restaurar o relacionamento somente levaria os pecadores opressos pela culpa e intimidados para mais longe de um Deus santo.

As convicções do pecado produzidas por Satanás centralizam-se no comportamento, e seu objetivo é esmagar com o desespero. As convicções do pecado operadas pelo Espírito centralizam-se no relacionamento com o objetivo de reconciliar os rebeldes em uma fé confiante em Deus.

Talvez isto devesse dar-nos uma pausa a fim de considerarmos nossos esforços humanos para chamar o pecado pelo seu nome exato. Raramente temos problemas identificando os sinais exteriores da dor interna de outros – estas coisas chamamos pecado. Possivelmente poderia mesmo servir ao nosso orgulho ser capaz de mostrá-los, chamando-os “pelo devido nome”.

Mas a menos que saibamos por que as pessoas estão feridas interiormente e a menos que saibamos conduzi-las de volta para os braços de Jesus, podemos estar participando dos esforços esmagadores de Satanás. Quando chegarmos ao ponto de nunca poder falar sobre pecado sem falar acerca de Jesus Cristo, em que o pecado só tem sentido para nós em termos de relação rompida com Ele, então estaremos prontos para ser usados pelo suave Espírito.

20 de Janeiro

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Paz Nascida da Confiança

“Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em Ti." Isa. 26:3.

É a paz a recompensa indefinível que obtemos da concentração disciplinada em Deus? Ou é a paz uma realidade tangível que vem do conhecimento de que Deus é absolutamente fidedigno?

Quanto mais descobrirmos que Deus é de tal modo atraente que não podemos conservá-Lo ausente do nosso pensamento, mais estaremos em paz. Isto não é nenhum baixo sentimentalismo, como quando alguém suspira e enlanguesce por um amante terrestre. Nem pode o rígido intelectualismo satisfazer os anseios do coração. É somente quando começamos a compreender a verdade irrefutável de um Deus sábio e amoroso que finalmente chegamos a fazer a decisão mais prática de nossa vida. Confiamos nEle, e na confiança encontramos perfeita paz.

Escreveu o Salmista: “... a justiça e a paz se beijaram.” Salmo 85:10. A justiça, que leva a um relacionamento correto com Deus porque a compreensão errônea dEle foi removida, traz-nos paz como uma conseqüência natural. De fato, elas são inseparáveis. Mas, afinal, que é paz? Uma ausência de problemas? Estagnação emocional? Está Deus sempre presente para livrá-lo de cair no charco?

A paz genuína é uma declaração de fé que independe das circunstâncias. E inabalável confiança no caráter de Deus e como Ele escolheu tratar com a complexidade do problema do pecado. Traz alegria íntima e celebração sobre Aquele que tão completamente resolveu o aparentemente insolúvel – a mistura da justiça com a misericórdia.

A paz é também muito prática. Quando você cai dentro do charco, da poça, sabe que Deus não o abandonou. Nem se desgasta tentando calcular por que Ele permitiu que você se molhasse. Em vez disto, sua confiança estável nEle e em seu relacionamento com Ele o habilita a olhar para além do charco. Você sabe que o charco finalmente desaparecerá; Deus vive para sempre.

Em busca da paz, alguns olham somente para os seus sentimentos. Por esses sentimentos provam sua espiritualidade. Conseqüentemente, passam grande parte do tempo pensando em si mesmos em vez de ir avante em nova compreensão de Deus, o Originador da paz. Quaisquer emoções negativas são prontamente recusadas em favor da euforia que eles pensam que a paz deve trazer. A triste verdade é que a paz nunca vem desse modo. Deus não dá a paz. Ele É a nossa paz.

"E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança.” Romanos 15:13.

21 de Janeiro

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Devoção Fatal

“Vem a hora em que todo 0 que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a Mim.” S. João 16:2 e 3.

A predição de Jesus é intricada, é enigmática. Como podem pessoas que nem mesmo conhecem a Deus matar alguém a favor de Deus? Não implica o homicídio religioso em uma consumidora devoção a Deus? Por que, então, afirma Jesus que tais pessoas nem sequer conhecem a Deus?

Esses fanáticos religiosos, esses autonomeados guardiões da virtude pública jamais admitirão que não conhecem a Deus. De fato, provavelmente citam as Escrituras e invocam o nome de Deus enquanto puxam o gatilho. Podem até mesmo agradecê-Lo por ajudá-los a ter tão bom objetivo. Porque o "Deus” a quem adoram é o tipo de Deus que acredita no uso da força em nome da justiça.

Tais pessoas podem matar em nome de Deus. O problema é que elas têm o Deus errado. Podem usar os nomes corretos ao referir-se ao seu Deus, talvez chamando-o de “Jesus" ou “Pai”. Mas ter o nome certo não o transforma no Deus correto. São as Suas qualidades de caráter, Sua maneira de relacionar-Se com as pessoas, Seus métodos de solucionar o problema do pecado que distinguem o verdadeiro Deus de todas as contrafações.

Ter uma compreensão correta do verdadeiro caráter de Deus significa muito mais do que superficialidades teológicas. O comentário de Jesus esclarece que a adoração de um Deus opressivo nos torna opressivos. Adorar a um Deus vingativo, punitivo nos torna como o mesmo, porque contemplando a Deus somos transformados à Sua própria semelhança. Se nosso retrato é defeituoso, imperfeito, a transformação também o será.

Tão trágico como seria que cristãos matassem por causa de suas crenças, a tragédia muito maior é que isto seria feito em nome de Deus. Contemplar um cristão caminhando para o sono da morte permanecendo em Jesus não traz nenhuma satisfação a Satanás. Mas ver a reputação de Deus enegrecida no processo traz-lhe um perverso deleite, porque este é o seu objetivo. Se há uma coisa pior do que a morte para uma pessoa, é morrer enquanto está alienada de Deus. E nada poderia ser mais alienante do que pensar que Deus é um assassino opressor.

Embora provavelmente não venhamos a matar em nome de Deus, que jamais O representemos mal de outras maneiras por “não conhecermos o Pai, nem o Filho”.

22 de Janeiro

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Tornando-se Semelhantes a Deus

“Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque havemos de vê-lo como Ele é.”  I S. João 3:2.

Muitas discussões teológicas centralizam-se em torno de como um seguidor de Cristo se torna semelhante a Ele. Indago quantas pessoas saem dessas discussões desanimadas? Há listas infindáveis de atos exteriores a ser feitos e outros deixados de fazer. Há alimentos que se devem comer e outros que se não devem; roupas que devem ser usadas e outras deixadas de lado. Isto deveria ser denominado de santificação por listas.

Mas tais feitos não nos tornam necessariamente semelhantes a Deus. Isto é evidenciado pela passagem de S. Mateus 7:21-23 que nos conta daqueles que um dia implorarão para que Deus os deixe entrar no reino dos Céus, a quem será dito que suas obras são más. Isto eles não podem compreender e clamarão: “Senhor, Senhor, não fizemos muitas obras poderosas em Teu nome?”

A semelhança com Deus mostrar-se-á no modo como agimos, porém o que fazemos pode provir de muitas motivações. O desejo de ser salvo pode ser um dos mais egoístas dos motivadores – em realidade poderia ser a busca com o fim de satisfazer o ego para sempre.

O trabalho em prol da salvação de outros pode ainda ser egoísta. Poderíamos entrar em tal atividade para ter bom conceito diante dos outros. A verdadeira piedade ou semelhança com Deus vai muito mais longe, embora de fato seja expressa na maneira como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.

Nosso texto de hoje oferece um verdadeiro indício do que é tornar-se semelhante a Deus. Não é somente por ocasião da segunda vinda de Cristo que podemos tornar-nos semelhantes a Ele. “E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória [caráter] do Senhor, somos transformados de glória em glória, na Sua própria imagem” (II Cor. 3:18). Contemplando a Deus e tudo o que Ele é – justo, razoável, longânimo, amoroso, perdoador, restaurador, amigável, criador, e infinitamente mais – descobrimos que a admiração e adoração a Ele se dilata em nosso coração. E precisamente tão básica como a lei que faz a água fluir em declive e os balões flutuarem no ar é a predisposição do meu coração em copiar aquilo que Ele preza.

Nossas motivações derivam do que somos, dos nossos valores íntimos. Quando nosso coração estima a Deus, isto é mais do que uma apreciação objetiva do Seu ser. Envolve um relacionamento, porque usufruir relacionamentos é a mais verdadeira essência de Deus.

Conhecer a Deus é amá-Lo. Convergir para Ele é tornar-se semelhante a Ele, interiormente tanto quanto em atos exteriores.

23 de Janeiro

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Estudo Bíblico Infrutífero

"Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim. Contudo não quereis vir a Mim para terdes vida." S. João 5:39 e 40.

Quando Jesus censura pessoas por estudar a Bíblia, pode supor que Ele tem em mente uma grande preocupação. Neste apelo franco Ele trata talvez com a mais perigosa de todas as ilusões orientadas pela Bíblia.

Crê-se que a salvação é encontrada no acúmulo de dados religiosos e que a Bíblia é um armazém de tais fatos.

Uma variação desta crença é que a Bíblia está repleta de exigências que os devotos devem seguir a fim de encomendar-se a Deus. É verdade que a Bíblia contém muita informação a respeito de como as pessoas devem viver. O engano é de seqüência e de motivo.

Sendo que as Escrituras requerem atos de amor, somente aqueles que primeiro se tornam amantes podem cumprir suas ordenanças na letra e no espírito. E as pessoas tornam-se amantes somente quando estão em ligação viva com seu amoroso Pai.

Posteriormente Jesus falou a esses mui cuidadosos estudantes da Bíblia no tocante à sua abordagem evangelística. Disse Ele: “Rodeais o mar e a Terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós”. S. Mateus 23:15. Superficialmente, isto era algo um tanto severo para ser dito a pessoas devotas, cujo interesse consistia em partilhar códigos do viver correto.

Mas todo esse comportamento era, em última análise, rituais sem significado para aqueles que não tinham primeiro descoberto seu Pai como o centro natural da alma. Qualquer religião que surge para impor aos seus jovens ou aos seus novos conversos uma desconcertante lista de requisitos quanto ao estilo de vida, sem primeiro conduzi-los a uma interação pessoal com Deus, está sujeita à mesma estimativa de Jesus.

Você pode ouvir as lágrimas na voz de Jesus ao dizer: “Não quereis vir a Mim para terdes vida.” Por que seria alguém tão relutante em ir a Ele? Em conhecer Suas graciosas boas-vindas? Em repousar seguro em Seu amor? Só pode haver um motivo: o inimigo fora bem-sucedido em enganar aquela pessoa com a idéia de que ela não receberia uma graciosa acolhida; de que não havia segurança em Seu amor. Que tragédia!

As respostas a serem encontradas nas Escrituras dependem das perguntas que fazemos. Se perguntarmos, cada vez que abrirmos suas páginas; “Quem É Ele, para que eu O conheça, O ame e confie a Ele minha vida?" não seremos desapontados.

24 de Janeiro

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O Nome de Deus é o Seu Caráter

"Farei passar toda a Minha bondade diante de ti, e te proclamarei o nome do Senhor.” Êxo. 33:19.

Uma multidão de escravos hebreus renegados estava acampada no deserto. Sua principal atividade parecia ser queixar-se e lutar entre si.

Deus tinha operado maravilhosamente por eles, livrando-os do cativeiro egípcio, mas eles ainda estavam em cativeiro – cativos à sua má compreensão do caráter de Deus e Suas intenções concernentes a eles.

Moisés, seu líder, estava profundamente perturbado por causa da falta de confiança da nação em seu Deus libertador. Escolhido por Deus para ser o Seu porta-voz a esse povo ignorante, estúpido, simplório, Moisés sabia que eles seriam capazes de compreender somente tanto quanto ele mesmo pudesse explicar com clareza. Portanto, desejava conhecer melhor a Deus. Um dia pediu a Deus que lhe mostrasse Sua glória.

Moisés não estava buscando uma mera demonstração de luz e poder. A glória de Deus significava Sua presença – como na coluna de nuvem e de fogo. Deus compreendeu que Moisés desejava estar mais perto dEle a fim de conhecê-Lo melhor, tanto para si mesmo quanto por causa do povo que ele estava tentando conduzir à Terra Prometida.

Moisés pediu: “... Rogo-Te que me faças saber neste momento o Teu caminho, para que eu Te conheça, e ache graça aos Teus olhos; e considera que esta nação é Teu povo.” Êxodo 33:13.

Respondendo à sua solicitação, Deus ocultou Moisés na rocha e passou diante dele, revelando Sua glória – proclamando Seu nome. Quando Moisés descreveu o que tinha visto, usou palavras que descrevem o caráter de Deus. Proclamou sua certeza de que Deus é misericordioso, compassivo, gracioso, paciente, grande em fidelidade, fiel, perdoador e justo (versos 6 e 7). Por este meio Deus encorajou Moisés a nutrir e, guiar Seu povo. Em essência, Deus estava dizendo a Moisés: “Mostra-lhes quem Eu sou pela maneira de governá-los.”

Centenas de anos mais tarde, Deus outra vez “passou diante” da raça humana na pessoa de Seu Filho. Naquela vida maravilhosa “vimos a Sua glória... cheio de graça e de verdade”. S. João 1:14. Ao sairmos para ensinar a todas as nações sobre Ele, podemos muito bem lembrar-nos de que a melhor maneira de mostrar quem é Ele, consiste em nos relacionarmos com os outros do mesmo modo como Ele Se relaciona conosco. Podemos ser compassivos, longânimos, constantes e verdadeiros. E a promessa de Deus para nós é a mesma feita a Moisés: “Estarei contigo." Estaremos em tão intima relação que seremos bastante seguros para agir deste modo.

25 de Janeiro

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Religião Miraculosa?

"Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade." S. Mat. 7:22 e 23.

Quão impressionados somos com o miraculoso! Damos toda a nossa atenção àquilo que faz nosso coração bater e acelera a nossa respiração. Lembramo-nos do espetacular e freqüentemente baixamos nossas faculdades de discriminação apenas pelo simples gozo do evento.

Não é de surpreender, portanto, que quando pessoas se deparam face a face com seu preparo pessoal para encontrar-se com Deus, olhem para o miraculoso a fim de prover a base para sua permanência? Jesus falou de pessoas que poderiam testificar de atos deveras impressionantes: declarações proféticas, libertações do demônio, mesmo a operação de milagres.

A maioria de nós talvez não sejamos capazes de jactar-nos de tão magnífico “relatório missionário” como o deles. Mas podemos lembrar-nos de que seríamos capazes de reivindicar milagres menores. Pensamos na inundação de sentimentos que tivemos durante o chamado ao altar em uma semana de oração; isto produziu até lágrimas. Pensamos na ocasião em que oramos a Deus para que Ele nos ajudasse a encontrar nossos óculos e os encontramos (no bolso). E que dizer da ocasião em que conduzimos alguém através dos estudos bíblicos até ao batismo? Não constitui tudo isto prova de que estamos entre os eleitos?

Mas Jesus nos adverte de que tudo isto simplesmente não trata com o problema. O poder miraculoso pode IMPRESSIONAR-NOS; mas somos TRANSFORMADOS somente por uma profunda relação pessoal com uma Pessoa maravilhosa. Podemos livrar-nos de alguns maus hábitos; podemos pregar alguns mui potentes sermões; podemos até mesmo levar pessoas para a igreja, onde possam encontrar a Jesus Cristo. Entretanto, os únicos impressionados seremos nós mesmos. O que realmente necessitamos é de ser impressionados com Deus. Doutro modo estaremos ainda influenciados por aquele velho mito de que a salvação está fundamentada no desempenho em vez de no relacionamento.

Mas Jesus afirma que isto produz “obreiros da iniqüidade”. Por melhores, miraculosas e rotuladas de Deus que sejam as obras, feitas à parte de um relacionamento pessoal com Cristo, são obras iníquas. Não porque as obras sejam sinistras, mas porque são feitas por pessoas alienadas de Deus e, por este motivo, pecadoras.

Não seria infinitamente melhor ouvir Jesus dizer naquele grande dia: "Venha! Estivemos intimamente relacionados. Continuemos esta amizade para sempre”?

26 de Janeiro

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Levando o Pecado a Sério

“No passado Ele foi paciente e tolerou os pecados do povo; mas no tempo presente Ele lida com seus pecados, a fim de demonstrar a Sua justiça."  Rom. 3:25, TEV.

Uma congregação estava angustiada por causa de suas responsabilidades em relação a um membro que havia caído em pecado aberto. Surpreendido naquela ansiedade geralmente percebida entre a justiça e a misericórdia, alguém finalmente falou: “Bem, é bom ser perdoador, mas devemos levar o pecado a sério.” Levaram o pecado a sério, expulsando o membro e perderam o contato com ele.

A tragédia é que sentiram que tiveram de ser inexoráveis, implacáveis a fim de levar o pecado a sério. Sentiram que dizer “nós o amamos, o aceitamos; não permitiremos que sua queda crie uma barreira entre nós” ignoraria o pecado. Lamentavelmente, não sabiam quão seriamente tal reação lida com o pecado!

No jardim do Éden, a mentira de Satanás a Adão e Eva era que o pecado não é realmente tão mau. “Vocês podem cometer pecado e arranjar-se com ele”, sussurrou. “Certamente não morrereis.” A verdade, é claro, é que o pecado (separação do Doador da vida) deveria realmente ter causado a morte – a segunda morte como tal! Então Deus poderia ter dito: “Vejam, Eu lhes avisei. O pecado É na verdade totalmente mau", mas Adão e Eva não tinham experiência para ouvir a lição.

Assim Deus arriscou contemporizar com as conseqüências. Durante quatro mil anos Satanás escarnecera: “Vejam, o pecado realmente não causa a segunda morte.” Mas quando Jesus clamou: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” e sofreu a segunda morte, o Universo soube para sempre: o pecado é realmente todo mau. Deus DIZ a verdade; Ele É Justo.

Estava Deus sendo implacável com Adão e Eva? Tinha Ele Se afastado do relacionamento como uma forma de punição, protestando a afronta deles à Sua autoridade? Dificilmente! O problema do pecado não é que eles tinham ofendido Sua dignidade, mas que, através do engano, tinham se separado dEle e da realidade. E tal afastamento da realidade traria suas próprias e terríveis conseqüências.

O pecado traz consigo sua própria punição. Sua primeira conseqüência – morte eterna pela separação do Doador da vida – Jesus tomou a sério sobre a cruz. Mas as conseqüências secundárias – o rompimento das amizades, a auto-estima arruinada, o desmoronamento da saúde – estas devem ser tomadas a sério pelo pecador. E elas são tão dolorosas que nem Deus nem os membros da igreja necessitam contribuir para a dor pela rejeição punitiva. Mesmo expulsos do Jardim, Deus tinha a Adão e Eva perto de Si enquanto sofriam aqueles resultados.

27 de Janeiro

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Reconhecendo a Desobediência

"Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos."  Rom. 11:32.

Por que está Deus tão interessado em ressaltar a desobediência universal da raça humana? Que razão tem Ele para desejar assegurar-Se de que todos confessem francamente que são desobedientes? Faz isto para que ninguém tente esquivar-se da pungente dor de Sua reprovação?

Paulo parece ter em mente outro propósito no texto de hoje. Reconhece um princípio no trato de Deus com os pecadores: Aqueles que admitem sua desobediência recebem misericórdia; aqueles que não a admitem não recebem nenhuma misericórdia. O problema com aqueles que não recebem misericórdia não é que Deus a reteve, mas que eles não reconheceram que necessitavam dela. Aqueles que não sabem que têm uma doença não estenderão a mão ao Médico.

Mesmo sendo tão inestimável, o dom da misericórdia para todos os que sabem que necessitam dele, muitos daqueles a quem Deus fez este oferecimento ainda estão sofrendo fora de seu gracioso benefício. Parece estúpido rejeitar a cura quando sem tratamento a enfermidade é fatal. Mas isto revela até onde todos nós vamos a fim de proteger nossa imagem. De preferência morreríamos defendendo nossa inocência em vez de corrermos o risco, enfrentando embaraço e rejeição aparentemente certos se comparecermos à porta da clínica e confidenciarmos nossa doença.

Contudo, quando sabemos antecipadamente que nossa admissão será recebida com misericórdia, isto torna a admissão mais fácil. Quando aprendemos que o Médico sabe guardar segredos e que Suas curas são eficazes, estamos mais aptos a arriscar, confessando nossa grande necessidade.

João disse de nosso Pai que se confessarmos nossos pecados, Ele pode perdoar-nos e purificar-nos. Confessar, neste contexto, significa concordar com a opinião de Deus quanto a nós – dizer-Lhe: “Sim, Tu és justo em Tua avaliação; eu SOU um pecador, muito necessitado de auxilio.” O detalhe interessante, é claro, é que Deus já sabe muito bem qual é a nossa condição; não confessamos por SUA causa, mas pela nossa.

É tão verdadeiro: a bondade de Deus leva ao arrependimento. Pode-se também afirmar que esta mesma bondade de tal modo nos circunda com segurança que somos capazes de admitir nossa necessidade de arrependimento. A pergunta pessoal para nós é: Como podemos ficar ausentes de um Amigo tão afetuosamente receptivo?

28 de Janeiro

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Examinado Pelo Juiz

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.” Sal. 139:23 e 24.

Davi tinha uma compreensão maravilhosa de seu Pai celestial e isto se extravasa quase automaticamente neste salmo. Ele está abrindo sem reservas e destemidamente sua vida íntima para o exame cuidadoso do Rei do Universo.

Nós os que desejamos ocultar tanto quanto possível os segredos do nosso coração nos maravilhamos ante sua franqueza, sua vulnerabilidade. Todavia, o segredo é encontrado em sua última frase. Ele sabe que se o Pai encontrasse quaisquer caminhos ofensivos dentro dele, o resultado seria instrução e não julgamento. Conhece o coração do Pai e Seu desejo de conduzir a Davi pelo caminho eterno.

Escondemo-nos por trás de nossas folhas de figueira quando tememos que nossa nudez se tornará o objeto de motejo e escárnio. Adão e Eva se esconderam, vestidos de folhagem, nos arbustos do Éden porque já haviam caído sob o fascínio da opinião de Satanás concernente a Deus. Acreditaram que Deus os condenaria severamente por causa de sua nudez. Mas Deus estava à sua procura, oferecendo uma pele de animal por vestuário – não porque Seus puros olhos estivessem ofendidos com a nudez, mas para que sua auto-estima em frangalhos não fosse ainda mais rasgada.

Muitos temem o juízo de Deus porque O vêem como Alguém que pode avaliar nosso desempenho somente com o propósito de condenar nossos fracassos. Divisam-nO como estando confinado por um sistema estritamente legal, no qual a única coisa que alguém pode fazer com o que está errado é condená-lo. Mas Davi O via como um Pai; e os pais enfrentam os erros de seus filhos, procurando orientá-los e instruí-los para que alcancem a maturidade.

Nossa maior necessidade consiste em admitir nossa grande necessidade. Mas admitir a necessidade não é fácil. Apegamo-nos a quaisquer retalhos de suficiência que podemos encontrar para defender nossa auto-estima ferida; por que estar "à testa” a respeito de nossas insuficiências? Contudo, jamais conheceremos a força de Deus até que reconheçamos nossa fraqueza. E assim Deus tem toda razão para facilitar a fim de que admitamos nossa fraqueza, para que Sua força possa ser perfeitamente demonstrada em nós.

Davi conhecia a Deus, não como o administrador de um código legal abstrato, nem como um legislador ofendido. Conhecia-O, como podemos, como um Pai amoroso e um sábio Instrutor no caminho eterno – no caminho que dura para sempre!

29 de Janeiro

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Felicidade em Saber que Necessitamos de Deus

"Bem-aventurados os Humildes de espírito, porque deles é o reino dos Céus.” S. Mat. 5:3.

Quão melhor é buscar o DOADOR da salvação do que buscar o dom! Se você tivesse um tio rico e generoso, não valorizaria mais o tio mesmo, do que sua fortuna? Porque, sem a qualidade de caráter da generosidade, sua fortuna não seria de nenhum benefício. Seria mesquinhez, egoísmo valorizar somente sua fortuna sendo que o maior de seus dons é a comunhão com ele mesmo.

A New English Bible traduz assim o texto de hoje: "Bem aventurados são aqueles que conhecem sua necessidade de Deus. Sua necessidade DE Deus; gosto disto. Quão freqüentemente nos consumimos com todas as coisas que necessitamos DA PARTE DE Deus: graça, perdão, cura e assim por diante. Passamos nossa vida espiritual buscando dEle estas coisas.

Quando você recebe um presente, isto pode fazê-lo sentir-se constrangidamente obrigado. É esta a maneira de Deus de ganhar nossa servidão? Se Deus usasse o Seu amor como um meio de obrigar-nos, a visão do significado completo da cruz nos esmagaria. Não é de admirar que tantos cristãos sejam sombrios. Sentem as emoções conflitantes da gratidão e enredo, logro, cilada. Por um lado sabem que devem ser eternamente gratos pelo dom da vida eterna, contudo, sentem-se um tanto acometidos de horror ante o pensamento de encontrar-se com Deus face a face, inseguros de que satisfizeram inteiramente as obrigações impostas por esse dom.

Semelhantemente, quanto melhor é saber que Deus é um PERDOADOR por natureza do que buscar o próprio perdão? Se o perdão não fosse uma parte legítima do caráter de Deus, poderíamos esperar que houvesse situações nas quais Ele não perdoaria. O que parece, às vezes, ser Sua indisposição para perdoar, se examinado mais atentamente revelaria o fato de que Ele não mais está sendo procurado como Perdoador.

Deus Se doou a Si mesmo e tudo o que Ele é a nós, conforme exemplificado na dádiva de Seu Filho. A verdadeira e duradoura felicidade vem quando percebemos que, ao doar-Se a Si mesmo, Ele nos deu tudo o que podíamos necessitar ou desejar. Se o Rei é nosso, assim é o Seu reino. Se o Perdoador é nosso, assim é o Seu perdão. "E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e Jesus Cristo, a quem enviaste” S. João 17:3.

30 de Janeiro

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Felicidade em Face da Tristeza

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” S. Mat. 5:4.

Como Deus nos consola? Faz Ele magia espiritual e simplesmente remove os tristes sentimentos? E, se há mais de uma espécie de tristeza?

Mesmo as crianças não podem ser inteiramente consoladas a menos que sejam tranqüilizadas em seu coração de que “tudo está bem”. Quanto mais velhos ficamos, menos satisfatório uma pancadinha na cabeça ou palavras demasiadamente simples são para nossa alma ferida e perturbada. Como cristãos, encontramos consolo na morte de entes queridos quando sabemos que sua vida está "escondida em Jesus”. Mas que dizer do pai ou filho que morreram “não salvos”?

Que dizer de todas as coisas terrivelmente injustas que continuam acontecendo neste velho e miserável planeta? Quem nos ouve? Quem pode carregar conosco nossas aflições quando choramos em silêncio na noite escura: "Por quê? Por quê!”

Deus pode. Ele conhece tudo isto, e mais. Ouça a ternura de Seu grande coração ao falar à nossa necessidade: Eu o ouço! Vejo suas lágrimas e o curarei! (II Reis 20:5.) Em torno disto versa todo o plano da redenção. Deus não está interessado simplesmente em “tirar-nos daqui”. Está empenhado em sarar-nos. Isto inclui o ato de tornar-nos mais competentes para lidar com as tristezas enquanto ainda estamos neste mundo.

Nossa restauração é a principal prioridade para Deus porque Ele sabe que a eternidade será somente tão segura como as pessoas que habitarem ali. E sabe que a segurança é o fundamento do nosso consolo. Pela cura da nossa mente, dando-nos compreensão e esperança, Deus nos habilita para o Céu. Habilita-nos para o Céu porque sabe que o Céu bem como a Terra recriada é um lugar adequado para habitação. Prepara-nos por que é Deus e é soberano ali.

É uma felicidade descobrir que Deus é muito maior do que as tristezas desta vida, que Ele Se relaciona conosco da maneira mais restauradora. Não somente nos dá respostas, encoraja-nos a fazer mais perguntas. Oferece mais do que simplesmente uma mudança de localidade na segunda vinda. Oferece uma mudança na qualidade de vida, agora e eternamente. Assegura-nos de que não deseja meramente controlar as circunstâncias de nossa vida. Quer trazer resolução.

Será bom ir para o lar a fim de estar com um tão maravilhoso Pai – Deus.

31 de Janeiro

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Mantenedores Para Sempre

“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra." S. Mat. 5:5.

Gosto de estar em casa. Também amo as pessoas e tenho companheirismo com elas. Se eu tivesse de escolher entre ir a uma festa e ficar em casa... bem, eu escolheria a ambos: teria a festa em minha casa!

Nada há de errado em gostar de ficar em casa. Realmente, tudo está certo quanto a isto. E tudo está correto no que concerne às nossas ligações a este mundo no sentido de que ele é nosso lar. Deveras, o lar que Deus mesmo escolheu para nós no princípio.

Com freqüência falamos sobre “ir para o Céu.” Mas Deus sabe que provavelmente gozaríamos mais a “festa” se ficássemos em nossa casa. Assim, quando finalmente terminar o grande conflito entre o bem e o mal, Deus planeja que iremos para casa.

Atualmente nosso pequeno planeta está passando por terrível pressão. Ecologistas censuram publicamente a rápida erosão dos recursos terrestres. Cartunistas retratam a humanidade desprendendo-se de sua apinhada superfície. Estamos em apuros! Toda espécie de crueldade infesta a sociedade. Por quê? Dizer: “por causa do pecado" não é uma resposta incorreta, mas é uma resposta suficiente? A palavra pecado tornou-se quase uma explicação para tudo em nossa sociedade moderna.

Creio que Deus deseja que sejamos mais integrados em nosso pensamento acerca de tais problemas. Esta é uma era de avançada tecnologia. Computadores são admitidos como uma coisa natural e a chapa de silicone pode algum dia tornar as bibliotecas uma coisa do passado. Juntamente com estas realizações sem paralelo, as pessoas têm tremendo acesso à informação de cada dimensão. Esperam respostas compatíveis com tal disponibilidade. Palavras religiosas abstratas não satisfarão seu desejo de compreender as crises mundiais.

Nosso mundo está no caos porque aqueles a quem foi dada responsabilidade sobre ele tornaram-se caóticos. No princípio o homem refletia a imagem de seu Criador e fora educado para este mundo-lar. A separação trouxe separação dos métodos de Deus e desde então o homem tem danificado a Terra.

Será um tempo maravilhosamente feliz quando nossa amizade com Deus for inteiramente restaurada. Mais uma vez seremos semelhantes Àquele que é “manso e humilde de coração”. Também seremos meigos e serviçais. Deus Se regozijará conosco no dia em que pudermos ir novamente para o lar de nosso mundo renovado. Mais uma vez Ele confiará em nós com o Seu cuidado porque teremos aprendido a confiar nEle e a apreciar Sua maneira de governar.

 

Título Original em Inglês:
HIS HEALING LOVE

Título em Português:
O AMOR QUE RESTAURA

Autor:
DICK WINN

Primeira Edição Publicada em 1987:
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

 

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