Março

Pesquisar Neste Site powered by FreeFind

"O Amor e a Aceitação de Deus não são o resultado de uma vida transformada. São o que causa a transformação."
Dick Winn, O Amor Que Restaura, 1987.

Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro

1 de Março

 Topo

Desembaraçar-se de Todo Empecilho!

“Devemos desembaraçar-nos de todo empecilho, todo pecado ao qual nos apegamos." Heb. 12:1. NEB

Para muitos cristãos, o conceito de pecado centraliza-se em um Deus irado. "Jesus nos ama, mas Deus o Pai? Não teve Jesus de morrer para levar Deus a aceitar-nos? Pecados são aquelas coisas que fazemos e que tornam Deus zangado - tão zangado que, mesmo que cessemos de praticá-las, alguém deve pagar o preço."

Apesar de não estar pintada com tinta de baga silvestre ou adornada com dentes de carnívoros, estas idéias pertencem aos pagãos que servem aos seus deuses movidos pelo temor. A obediência a Deus porque imaginamos que Ele removerá de nós o Seu cuidado protetor se agirmos diferentemente, está apenas a um passo da oferta de incenso a um ídolo de madeira. Afirmar que obedecemos a Deus porque O amamos e ainda "saber" que nossa desobediência ocorrerá em Sua incontestável ira, é fazer um penoso jogo de charada teológica.

Realisticamente, se um ramo é cortado da árvore ele morre, mas não porque a árvore esteja zangada com o ramo. Quando nossos primeiros pais permitiram que suas dúvidas acerca de Deus cortasse seu relacionamento com Ele, Deus sabia que eles não tinham nenhum outro meio de sobrevivência. A fim de dar-lhes (e a nós) a oportunidade de compreender esta realidade, Deus escolheu permitir que a realidade fosse cumprida na cruz. Mas, nem por um momento era isto vingança.

Por que então tem Deus usado tais palavras como "ira" e "vingança" nas Santas Escrituras? Penso que Deus vem a o nosso encontro onde estamos. Fazemos o mesmo com nossos filhos, explicando-lhes as coisas de um modo que eles possam entender, esperando inteiramente que eles cresçam dentro de muito mais adequadas explanações. Dizer ao seu filho em idade colegial que ele precisa pôr gasolina em seu carro para mantê-lo "feliz" seria um insulto à sua inteligência. (Seu carro não correria, então, porque está "zangado"?).

O problema do pecado não é que ele deixa Deus zangado, mas que ele NOS embaraça! Impede-nos de reconhecer que Deus é a nossa Fonte de vida. Mais do que isto, é a nossa qualidade de vida! Mais do que a eletricidade do nosso cérebro, Ele é nosso encorajamento à razão; mais do que a força dos nossos membros, é a nossa Inspiração para galgar as alturas.

Deus está interessado em mais do que nossa sobrevivência. Tem interesse pela qualidade de nossa vida e, em relação direta com isto, a qualidade de nossa união com Ele - nossa Fonte de vida e nosso Amigo.

2 de Março    

 Topo

Verdade nos Anúncios

“E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste vós vigiar comigo?" S. Mat. 26:40.

Os exuberantes sons de vozes alegres cantando em perfeita harmonia eram emitidos suavemente de uma estação de rádio cristã. Eu ouvia os alegres e ritmados líricos, combinando perfeitamente com a feliz melodia, tentando imaginar o que poderia sentir e compreender um não cristão se ouvisse o cântico: "Enxugue as lágrimas, e esqueça seus néscios temores, e você jamais estará outra vez solitário."

Parecia tão convidativo, tão promissor: tornar-se cristão e jamais sentir outra vez tristeza ou solidão. Se o Cristianismo pudesse sempre distribuir o que os seus "anunciantes" prometem, quem não gostaria de "comprá-lo"?

Mas minha memória volveu-se a uma recente conversação com uma mãe cristã que fora abandonada pelo esposo. Embora sua fé em Jesus permanecesse forte, ela chorava lágrimas que não podiam ser facilmente enxugadas. Depois de anos de intimidade, ela experimentava um anseio esmagador pelo companheirismo humano. E sua aflição estava sendo composta pela culpa. "Como cristã", disse ela, "sei que não devo sentir-me tão triste. Sei que Jesus ainda me ama. Também O estou desapontando."

E assim falamos dos sentimentos que Jesus experimentou naquela noite solitária enquanto agonizava no jardim. Falamos de como ansiou ter Seus discípulos unidos a Ele em oração. Não porque Ele tivesse quaisquer dúvidas sobre a eficácia de Suas próprias orações, mas porque anelava o calor de uma amizade solícita e sustentadora, e porque desejava que Seus amigos estivessem fortalecidos para o furioso conflito vindouro.

Aquele que Se angustiou no jardim naquela noite não era outro senão Aquele que nos criou à Sua própria imagem e que disse: "Não é bom que o homem esteja só. "Gên. 2:18. Colocou dentro de cada um de Seus amigos criados um profundo e saudável anseio um pelo outro. A agonia e gemidos de toda a criação origina-se em nossa separação de Deus e uns dos outros. Não pode haver tranqüilidade íntima em qualquer um de nos que anseia pela união com amigos separados enquanto esses amigos ainda estão fora da comunhão conosco.

Nosso Pai não nos humilha por estarmos solitários e assustados. Não precisamos estar embaraçados por enfrentar as próprias necessidades que Ele  colocou em nosso coração. Não planeja erradicar nossa natureza humana mas antes sustentá-la com Sua proximidade enquanto caminhamos por este planeta escuro de relações rompidas.

3 de Março    

 Topo

Nosso Parente Mais Próximo

“Agora, estende a capa sobre a tua serva, porque és meu parente mais próximo.”  Rute 3:9. NEB

Uma mui bela história de lealdade, obediência e amor redentor está relatada no livro de Rute. É também uma descrição de como nosso amoroso Deus lida conosco.

Rute não era israelita por nascimento, mas antes por matrimônio. Enviuvando-se enquanto ainda era mulher jovem, vivia em Moabe com sua sogra Noemi que também era viúva. Quando Noemi resolveu voltar para sua terra natal em Judá, Rute jornadeou com ela, penhorando sua vida ao povo e ao Deus de sua sogra. No devido tempo ela casou com Boaz, um dos parentes de seu sogro, assegurando desse modo para si e sua família um lugar na linhagem e herança de Israel.

Nesta história há um comovente retrato de Deus no Seu trato conosco, os que somos nascidos "sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa". Estávamos sem "esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, [nós], que antes [estávamos] longe, [fomos] aproximados pelo sangue de Cristo". Efésios 2:12 e 13.

Boaz é um exemplo da terna consideração de Deus por nós. Vemos quão deliberadamente delicada é Sua maneira de lidar conosco. Ouvimos suas confortadoras palavras a nós dirigidas de que não necessitamos olhar em outro lugar para termos nossas necessidades supridas, que não seremos reprovados por buscar satisfação, preenchimento. Somos até mesmo convidados a cear com Ele e, fazendo isto, descobrir que há mais do que o suficiente para satisfazer-nos. Sob todos os aspectos Ele é gentil.

A cena mais comovente da narrativa bíblica é a aproximação de Rute de Boaz na noite em que ele joeirava cevada em sua eira. Suas ações foram premeditadas, a resposta dele cheia de certeza e aceitação. Como seu parente mais próximo - "aquele que tem o direito de redimir" (Rute 3:9, KJV, margem) - ele penhorou suas intenções para com ela, cobrindo-a simbolicamente com sua capa.

Deus anseia que compreendamos que Ele é NOSSO parente mais próximo, que Ele deseja exercer Seu direito de redimir-nos e nos cobrirá alegremente com Sua capa - Sua justiça. Sua ansiedade é retratada no verso 18: "Aquele homem não descansará, enquanto não se resolver este caso ainda hoje."

Não precisamos temer! Tudo o que precisamos fazer é PEDIR.

4 de Março   

 Topo

Comandado ou Habilitado?

 “O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”.  Romanos 13:10

A polícia militar é um bom exemplo para a obediência. Se um sargento instrutor pode gritar: "Atenção, em forma!" para o seu pelotão e eles imediatamente se posicionam, por que então não pode um pai gritar para os filhos: "Mastigue com a boca fechada!" e jamais ter que ouvi-los outra vez espalhando verduras mastigadas por todos os lados? Se um coronel pode bradar: "Sobre aquele morro!" e ver suas tropas investirem, porque não pode Mamãe dizer: "lave aquela louça!" e ver espuma voar?

A polícia militar contém todos os ingredientes que se presumem necessários para tornar a obediência uma realidade: uma pessoa encarregada, um claro comando e pessoas submissas prontas a cumprir ordens. O que mais alguém precisaria? Se os filhos não estão prontos a cumprir ordens, os pais somente tem de aumentar a ameaça de punição.

Se a polícia militar é tão popular, porque então não pode um pregador conseguir maravilhosos resultados quando está no púlpito e essencialmente ordenar a sua congregação que deixe de pecar! Podemos questionar se o pregador e o comandante militar tem muito em comum, visto que o soldado insubordinado pode ir parar no supremo tribunal - recurso negado aos pregadores (ao menos nesta era moderna). Mas se você olhar atentamente verá que o pregador pode "fazer valer a própria autoridade" mesmo sobre um general de cinco estrelas, porque pode citar as Escrituras. E todos nós sabemos que a Autoridade Suprema está por trás das Escrituras!

Mas Deus mesmo Se utiliza da polícia militar na solução do problema do pecado? É a ordem: "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" precisamente o mesmo que a ordem: "atenção em forma!"? Não representa a obediência instantânea e inquestionável o ideal para um soldado cristão?

A polícia militar não obtém êxito quando nos deparamos com o texto de hoje. Sabemos que é possível ordenar um certo comportamento exterior. Mas Deus promete a nós mais do mera aquiescência externa; tenciona que sejamos mudados profunda e internamente. Não quer que Seu povo esteja nervosamente sobressaltado às ordens de um divino sargento instrutor. Quer que atuemos - com o mais elevado senso de liberdade - as alegres sugestões do nosso próprio coração amável. 

E um coração que ama não é comandado; é habilitado. Não é ordenado para a ação; é amado para a integridade. Não posso ouvir nosso Pai gritando: "Deixe de mentir!" vejo-O, com coração sensível e terno sorriso, amando inteiramente o meu coração ferido, tornando-me tão seguro em Seu amor que eu não mais necessito da mentira.

5 de Março  

 Topo

Arruinado Além da Reparação

 “Agora finalmente restaura o que foi arruinado além do reparo.” Sal. 74:3. NEB

Todos nós já tivemos a experiência de ter algo que realmente valorizamos arruinado além de reparação. Nosso desalento pode ser agonizante. Um senso de perda pode atormentar os nossos dias, incapacitando-nos. O pior disto é que não temos nenhuma esperança de recuperação.

Forças inimigas tinham destruído a coisa mais preciosa conhecida em Israel: o Santuário. Mais do que o tabernáculo, porém, jazia em ruínas. Seu relacionamento com Deus tinha sido virtualmente obliterado por causa de sua busca dos costumes das nações gentílicas ao redor deles. Até onde vão os recursos humanos, era uma situação desesperadora em ambas as avaliações.

Contudo, com indica o nosso texto de hoje, o salmista percebeu outro fator: Deus! Ele sabia que Deus estava intimamente identificado com o Seu povo, que Seu amor por eles ia além de suas más e insensatas escolhas. E por causa deste conhecimento ele encontrou esperança, não nas circunstâncias, mas em DEUS!

Esta é uma importante percepção. Muitos cristãos esperam pela melhora das circunstâncias antes de “condescender” com a esperança; Quando acontece o pior, e tudo aquilo pelo qual vinham orando está “arruinado além do reparo”, eles são devastados. Sua fé se enfraquece tanto que perdem a coragem. Alguns podem até mesmo renunciar a toda a senda cristã; outros apenas deixam de funcionar vitalmente, tornando-se artefatos denominacionais em vez de “pescadores de homens”. Quem é capaz de “pescar” não tendo nenhuma isca? Quem pode esperar sem fé?

Escreveu o sábio: “Onde não há nenhuma visão, o povo perece.” Prov. 29:18, KJV. No mais verdadeiro sentido, onde não há nenhuma visão de quem é Deus, o povo perde a esperança. Minha fé deve repousar em uma Pessoa – independente das circunstâncias. As circunstâncias podem revelar as operações de Deus, mas elas também podem obscurecer minha visão dEle. Somente quando chego ao conhecimento de Deus – de que Ele é justo e lógico, fidedigno e amorável, e intimamente identificado comigo – é que minha fé e esperança estarão nEle. (I S.Pedro 1:21).

Podemos pedir a Deus que restaure o que está arruinado além de reparo em nossa vida, sabendo que Ele é muito capaz de fazê-lo. Mas que nossa esperança seja lançada mais alto do que as coisas que procuramos. Fixemos na mente a verdade  de  que Deus pretende o melhor para nós. Estejamos cheios de certeza de que Ele Se deleita e NOSSA restauração, sabendo que as circunstâncias de nossa vida de modo algum podem frustrar os Seus propósitos. Assim não esperaremos em vão!

6 de Março   

 Topo

O que Agrada a Deus?

 “Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que Se torna galardoador dos que O buscam.”  Heb. 11:6.

Uma jovem trabalha diligentemente para limpar o seu quarto antes que sua mãe chegue para inspecionar os resultados. A mãe examina o trabalho a mão e manifesta o seu contentamento. “Isto realmente me agrada”, diz ela. A filha posteriormente descobre que a mãe também satisfeita pelas flores em seu aniversário natalício e pela suave disposição de obedecer.

Quão fácil é, portanto, para ela tirar conclusões acerca de como agradar a Deus. Está certa de que Deus requer bom comportamento, ou mesmo favores especiais a fim de estar satisfeito com ela. A palavra “satisfeito” implica que ela finalmente está à altura de algum padrão de desempenho que Ele aceita como adequado.

Mas um coração de mãe sabe que este não é o caso. A mãe não está satisfeita com seu quarto limpo mas com a própria filha. As flores de aniversário são especiais não somente por causa da sua cor e aroma, mas por causa do afetuoso relacionamento entre mãe e filha que elas expressam. Não é o desempenho de sua filha, mas sua amável presença na vida que traz à mãe tanto deleite.

O Pai, o Filho e o Espírito Santo estavam gozando o mais perfeito relacionamento de amor entre Eles. Há apenas um meio em que uma perfeita relação de amor pode ser realçada e este é pelo crescente número de pessoas que a desfrutam! E por esta razão Deus criou a araçá humana. Queriam partilhar os deleites da comunhão com mais pessoas que são capazes de interessar-se por aquela alegria.

Esta informada, amorosa e mutuamente usufruída comunhão é a essência do relacionamento da fé. É isto o que Satanás destruiu na Queda. E isto é o que Deus quer restaurar. Nada menos do que isto Lhe trará deleite, porque nada menos do que isto satisfaz o propósito de nossa criação.

Conquanto não seja o nosso desempenho mas a nossa comunhão o que traz satisfação a Deus, certamente nada é mais poderoso para produzir o desempenho adequado em Seu povo do que a realidade vital desta mesma comunhão!

Mas Paulo tem ainda outra surpresa para nós neste texto. Diz ele que Deus galardoará àqueles que sinceramente O buscam. Mas com que Ele os recompensará? Se eles buscam um peixe, recompensá-los-á com uma pedra? Se procuram o próprio Deus, retribuir-lhes-á com algo menos do que a própria coisa que buscam – comunhão pessoal e vivificante com Ele mesmo?

7 de Março

 Topo

Poeira e Água Formam a Chuva

 “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva a Sua vinda é certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra." Osé. 6:3.

Amo as chuvas da primavera! Geralmente suaves, alegram a terra com frescor, trazendo umidade e vida para as sementes adormecidas ocultas na terra. No texto de hoje, nosso bom Deus compara-Se com as chuvas da primavera. Todavia há mais nesta passagem do que à primeira vista. Há um convite para prosseguir em Conhecê-Lo, para compreender como Ele tem preferido operar.

Que é chuva? É simplesmente água na atmosfera? Sim, e mais. É água que formou uma gotícula em volta de uma partícula de poeira. Este é o nosso primeiro indício, água e poeira, combinados de tal modo que trazem umidade à terra - uma parábola  da Natureza para ensinar-nos os caminhos do Onipotente.

Os próprios elementos são simples, e igualmente simples suas metáforas: Deus declarou a verdade de que Ele é como a água viva (S. João 4:10); nós somos o pó (Sal. 103:14). E o Seu propósito é claro. "Porque é tempo de buscar ao Senhor, para que Ele possa vir e chova salvação sobre vós" Osé. 10:12, RSV.

A coisa intrigante acerca da chuva é que ela não pode ser formada sem a presença do pó. A sugestão, portanto, é que Deus não traz a verdade sobre Si mesmo (que é a nossa salvação) a este mundo separada do envolvimento humano. O exemplo perfeito disto é, sem dúvida, a encarnação de Cristo. Nele, divindade e humanidade estavam harmonizadas em uma revelação perfeita do caráter de Deus.

Em nosso mundo moderno o argumento mais convincente em favor de Deus é a nossa vida transformada. Cativados pela genuinidade do Seu amor, nós mesmos nos tornamos amáveis. Avaliando Sua sabedoria, tornamo-nos mais judiciosos, discretos. Satisfeitos por Sua racionalidade, somos atraídos para o que é racional. Inspirados por Sua renovação, buscamos revelação e crescimento.

Deveras, completamente persuadidos de que tudo o que concerne a Deus faz o melhor sentido para nossa vida, anelamos que todas as qualidades do Seu caráter tornem-se nossas. Ademais, ansiamos estar unidos para sempre com Aquele que descobrimos ser totalmente desejável. É por intermédio desta união que Deus traz a verdade sobre Si mesmo ao nosso mundo. Esta é a Sua doce chuva da primavera.

8 de Março

 Topo

 Sereias e a Árvore do Conhecimento

 “Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis."  Gên. 3:4.

Muitos de nós já ouvimos o antigo mito das sereias. A lenda afirma que essas graciosas criaturas, com  o torso inferior de um peixe e o torso superior de uma bela mulher, vinham à superfície à vista dos navios que passavam. Usando seus encantos femininos, seduziam marinheiros nostálgicos a fim de se juntarem a elas no oceano para uma brincadeira descomedida.

De acordo com a velha fábula, mais de um marinheiro achava o apelo irresistível, mergulhava no mar e imediatamente encontrava os trágicos resultados, não necessariamente porque este tipo de brincadeira era rotulada como "pecaminosa", mas simplesmente porque os marinheiros não foram feitos para viver debaixo d'água. Acreditar nas sereias era mais do que um erro infeliz; era fatal.

O problema com Adão e Eva ao comerem o fruto da árvore proibida não é que eles haviam ofendido as resoluções de um Deus arbitrário ou ciumento. Seu erro não foi que eles tinham comido um fruto classificado por Deus como "pecaminoso". Distraídos pelas prometidas seduções do inimigo, eles (como faziam os marinheiros com as sereias) ignoraram o fato de que simplesmente não poderiam viver separados da união com o Doador da vida.

Seu erro foi mais do que uma asneira tática. Foi um engano mortal. Assim como os marinheiros não podiam respirar debaixo d'água, as criaturas de Deus não podem viver separadas de sua suprema Fonte de Vida.

Durante séculos, teólogos têm insinuado que Deus simplesmente selecionou duas árvores no Jardim e arbitrariamente disse que uma delas era boa e a outra má. Então disse ao Seu povo que eles podiam provar sua obediência comendo somente da árvore certa. O problema em comer da árvore errada, é claro, era que isto ofendia a Deus, permitindo a Satanás apenas reclinar-se e sorrir arreganhando os dentes enquanto um Deus zangado desencadeava Sua ira sobre os pecadores. Mais ou menos diziam os antigos teólogos.

A lenda das sereias é apenas um velho mito inócuo. Não há, porém, nenhuma pergunta mais fundamental no Universo do que se as criaturas de Deus podem viver separadas de um relacionamento com seu Deus. É realmente pecado (ou seja, separação de Deus) tudo o que é mau? Realmente produzirá a segunda morte? Satanás disse que não. Deus disse que sim. Quem estava dizendo a verdade?

A resposta foi demonstrada em termos muito dramáticos em uma rude cruz quando Jesus mostrou ao Universo quão mau o pecado realmente é.

9 de Março 

 Topo

Amigos de Deus!

 “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho dado a conhecer." S. João 15:15

Amigos! Chamar alguém de amigo é estar disposto a identificar-se pessoalmente com tal pessoa. É diferente do que apenas ser amigo de alguém - o que pode denotar uma certa soma de condescendência e uma  separação definida de sua pessoa. Dizer que alguém é seu amigo é dizer que você não somente gosta dele, você confia nele.

Eu sou amigo de Jesus! Se Ele ainda estivesse na Terra, Ele me procuraria para que pudéssemos passar tempo juntos. Sei que, em breve, nossa conversação centralizar-se-ia no Pai, pois é sobre isto que Jesus mais gosta de falar. E ao conversarmos, Ele partilharia comigo as coisas que o Pai quer que eu ouça (S. João 17:8). Lembrar-me-ia de que o próprio Pai me ama (S. João 16:27). Ao continuar Ele a falar, eu começaria a compreender: o Pai também me considera Seu amigo!

Ser amigo de Jesus é algo maravilhoso. Porque, sabemos que mesmo criancinhas estão seguras com Ele. Sabemos que quando Jesus aqui esteve, colocou-Se à disposição da raça humana. Era palpável, acessível - mas, quanto a Deus o Pai...?

Quando a princípio comecei a evocar um quadro mental de Deus, Ele estava sempre assentado em uma pesada cadeira de carvalho ao lado de uma escrivaninha também imponente, com uma estante cheia de grossos livros negros que chegavam ao teto como a cortina de fundo de cenário. Ao aproximar-me, Ele voltou Sua cabeça majestosa em minha direção. Embora jamais pudesse preencher mentalmente os detalhes do Seu rosto, Ele não estava sorrindo. Eu sabia que Ele me aceitava, mesmo Se preocupando profundamente comigo, mas sentia como se isto fosse estritamente por causa de Cristo. Eu jamais teria uma oportunidade se não fosse por Sua intercessão. Nada me preocupava quanto a  Deus GOSTAR de mim.

Minha imagem de Deus tem mudado. A aflição e as trevas se foram. Em minha mente Ele está ao ar livre, o vento soprando suavemente em Suas vestes. Ao aproximar-me, Ele move-Se rápida e ansiosamente em minha direção. Embora ainda não possa preencher os detalhes do Seu rosto,  Ele está sorrindo. Ainda mais, quase posso ouvi-Lo, dizendo: "Tenho estado esperando por você! Tenho muito a partilhar com você!"

Sou amigo de Deus!

10 de Março  

 Topo

Folhas de Figueira ou Peles de Cordeiro

 “Abriram-se, então, os olhos de ambos;  e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira, e fizeram cintas para si." Gên. 3:7.

Folhas de figueira e nudez - parecem conceitos tão estranhos, o tipo de coisa que os artistas medievais gostariam de pintar em tonalidades escuras. Mas o que poderiam significar para nós hoje? O pecado de Adão e Eva tornou repentinamente o seu corpo impróprio para ser contemplado? Há um significado mais profundo nesses símbolos?

Você sabe o que é sentir-se nu na presença de outro? Já desejou poder esconder todos os temores e desapontamentos, todos os fracassos e loucuras do passado, que certamente o embaraçariam, se outros os descobrissem? Nenhum de nós gosta de ter a alma exposta e vulnerável aos olhos e apreciação dos outros.

E assim cosemos juntas folhas de figueira. Também chegam em todos os tamanhos e formatos. Há uma jovem que se tornou namoradeira perita. Anela a atenção do sexo oposto porque intimamente está temerosa de que não seja notada, não amada, não reclamada. O namoro torna-se sua tentativa para esconder a dor, para cobrir a solidão.

Há o jovem que acentua sua linguagem com gíria e imprecações, esperando deste modo tornar suas palavras mais poderosas, mais atordoante o seu impacto sobre outros. Contudo ele não vê que está cobrindo miseravelmente o seu despido temor de ser considerado como de nenhum valor.

O diabo tem mil folhas de figueira, cada uma prometendo cobrir alguma nudez, algum aberto temor que está arraigado em nossa separação do Amante de nossa alma. Todas elas prometem segurança imediata do olhar dos outros. Mas todas são inadequadas e deselegantes. E gastamos todas as nossas energias tentando impedi-las de escorregar.

Nosso Deus, que não está escandalizado com a nudez, conhece os anseios íntimos de nossa alma. Sabe que nosso medo de nos expormos  procede da mentira de Satanás de que Deus estará desgostoso com nossas fraquezas - e que seremos rejeitados pelos outros se nos virem como somos. E assim o Pai vem a nós trazendo um sorriso e uma veste confeccionada a mão, preparada com grande despesa.

"Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu." Verso 21. Há apenas um meio pelo qual você pode obter uma pele de cordeiro, e isto é pelo sacrifício do cordeiro. A cruz primeira cobre, e depois cura, nossa nudez!

11 de Março  

 Topo

Por que Deus nos Deu um Mediador?

“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os Homens, Cristo Jesus, homem.” I Tim. 2:5.

Todos nos sabemos isto de cor: Jesus permanece diante da barra do tribunal de Deus, pleiteando Seu sangue por nosso perdão. Ele é o nosso Mediador. Há uma implicada reticência da parte de Deus em aceitar a nossa pessoa? Se Jesus repentinamente Se pusesse de lado, a face de Deus se tornaria em um cenho ameaçador, Seus lábios se partindo com palavras sobre nossa iminente destruição?

Jesus disse que o próprio Pai nos ama (S. João 16:27), e porque Ele nos ama tanto, enviou Seu Filho ao mundo, não para garantir que saibamos quão zangado está conosco, mas para ajudar-nos a compreender que Ele fez provisão para que sejamos reunidos outra vez com Ele (S. João 3:16 e 17). Esta provisão é Jesus.

O problema sempre tem sido que temos medo de Deus. Isto começou no Éden quando nossos primeiros pais se esconderam dEle. Tendo procedido mal, deviam ter pensado que viera “caçá-los com espingarda”. Seus temores jamais foram confirmados. Exatamente o contrário! Deus informou-os do plano que Ele tinha para restaurar sua amizade. Isto envolvia um Mediador.

Mas por que um Mediador? Considere: Estamos com medo de Deus, com medo de que quando procedemos mal Ele venha caça-nos. Isto leva-nos a nos escondermos dEle – escondermo-nos em nossos empreendimentos da vida, nossa pretensa indiferença, nossas pretensões religiosas. Temos tantas maneiras de nos escondermos. E tudo porque não compreendemos que a atitude de Deus em relação a nós nunca mudou! Nossos temores jamais serão confirmados. Enquanto isto, em Sua maneira amorosa e prática, Deus tem dirigido o problema criado por nosso temor. Tem mantido Sua  distância de nós a fim de acalmar nossos temores, enviando Alguém para explicar-nos a verdadeira situação. (Esse Alguém até mesmo nasceu como um infante totalmente indefeso, como se quisesse ressaltar a “segurança” de Sua pessoa!).

Deus é seguro! O sangue de Cristo pleiteando no juízo é a mensagem de Deus a nós de que Ele está cuidando dos resultados de nossa separação dEle. Ao começarmos a compreender que não necessitamos de nos escondermos de Deus, Cristo pode finalmente retirar-Se. Não mais sentimos a necessidade de ter alguém entre nós e o Pai. Será dada então a Cristo outra tarefa. Ele será enviado para levar-nos de volta à própria presença do Pai.

Amém. Vem Senhor Jesus!

12 de Março  

 Topo

Os Anseios do Coração de Jesus

“Voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que onde Eu estou estejais vós também.” S. João 14:3.

Nossa compreensão do Céu tira  suas primeiras formas das histórias e quadros da infância. Posso lembrar-me do tempo em que o Céu parecia atraente para mim por três motivos. Eu seria capaz de voar sem esforço, seria capaz de brincar com um leão sem temor e não teria de capinar.

Ao ficar mais velho e enfrentar mais algumas das realidades deste mundo danificado pelo pecado, comecei a ser atraído para o Céu por causa do seu prometido alívio da dor e da morte. Descobri que o Céu pode ser ansiado como o fim da pobreza, da guerra, dos preconceitos e mesmo dos impostos! Infelizmente, nossos desejos do Céu com freqüência se concentram nestes níveis um tanto materialistas, e deixamos de permitir a Deus que desperte em nós maiores anseios. Raramente estamos a par do que seriam aqueles desejos.

Assim ouçamos com o coração os próprios anseios de Jesus quanto ao Céu. Que havia com o Céu que O incitou a olhar adiante para ele com tanta ansiedade? Em Sua bem-conhecida conversa de despedida com os discípulos, Jesus disse-lhes que estava voltando para o Céu a fim de fazer preparativos para os Seus amigos. Mas então Ele fez uma promessa muito pessoal. Disse que voltaria para nós “e vos receberei  PARA MIM  MESMO, para que onde Eu estou estejais vós também”.

Na mente de Jesus, as mais satisfatórias alegrias do Céu não estão centralizadas em sua encantadora arquitetura, sua economia, ou mesmo sua ecologia. Para Jesus, o Céu é um ótimo lugar para estar com Seus amigos – conosco! Jesus sabe que a maior necessidade do nosso coração não é de um leão manso, rápido transporte, ou mesmo um jardim isento de ervas daninhas. Nossa maior necessidade é de um amoroso e confiante relacionamento com um amigo íntimo. Somos, afinal, criados à Sua imagem. Estas necessidades são um reflexo do Seu próprio coração.

É claro que o Céu será um lugar maravilhosamente belo, não tendo nada para manchar sua perfeita alegria e beleza. Mas porque é deste modo que Ele faz as coisas para os Seus amigos. Não pretendia que a glória sem lágrimas do Céu fosse uma gratificação ao nosso egoísmo. Em vez disso tencionava que nada estivesse no Céu que tirasse parte do gozo de sua mais verdadeira essência: ternas e florescentes amizades.

Não gostaria você de passar a eternidade com tal Salvador?

13 de Março  

 Topo

Deus Fala Palavras de Consolo

“Porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.” Gênesis 45:5

Uma das mais conhecidas histórias do Antigo Testamento é a de José. Apesar de ser vendido para a escravidão egípcia por seus irmãos mais velhos, sua integridade domina a narrativa. Demonstrou inamovível fidelidade ao Deus vivo e sintetizou o triunfo do bem sobre o mal em face de intransponíveis disparidades. Em sua vida tumultuosa é retratada a essência do caráter de Deus e como Ele Se relaciona com a humanidade caída.

Como expressa o nosso texto de hoje, José, como um tipo de Cristo, foi enviado por Deus ao Egito a fim de desempenhar a parte de salvador do Seu povo. É importante notar, porém, que o alívio físico, bem recebido como possa ter sido, era apenas a mais óbvia evidência do maravilhoso trato de Deus com Israel. Porque na pessoa de José foi expressa algumas das mais sublimes características do nosso grande Deus.

Com todo o poder da monarquia egípcia por trás de si, foi extraordinária a atitude de José para com seus irmãos, aqueles odiosos traidores de sua juventude. Certamente ele teria tido toda razão, todo “direito” de extrair deles no mínimo alguma retribuição por esse ato traiçoeiro de vendê-lo para os mercadores ismaelitas. No mínimo, poderia com justiça tê-los repreendido severamente por sua insensível impiedade. Em vez disto, José os CONSOLA! Convida-os a aproximar-se dele, para assegurá-los de que não queria que temessem por causa do que tinham feito. “Cuidarei de vós”, disse-lhes com lágrimas de alegria.

José considerava um privilégio alimentar aqueles que ele inegavelmente poderia ter contado como seus inimigos! Por quê?! E ao mesmo tempo bem poderíamos perguntar por que Deus consideraria um privilégio alimentar-nos, rebeldes e miseráveis que somos! Por que escolheu Deus a humanidade em vez do uso potencial de sua Força? A resposta é simples: AMOR.

O amor tem sua própria razão. Por que uma mãe estima qualquer oportunidade de atender as necessidades de seu inconstante adolescente? Não esqueceria ela rapidamente todos os agravos do passado em favor de um renovado relacionamento? De modo idêntico, Deus prazerosamente considera nossa restaurada amizade com Ele de supremo valor. À semelhança de José, Ele nos fala confortantemente:

“Porque Eu conheço os planos que tenho para vós, diz o Senhor, planos de prosperidade e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança.” Jer. 29:11, RSV.

14 de Março  

 Topo

Que É Bondade?

E quem quiser ser o primeiro entre vós, será servo de todos. Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir a dar a Sua vida em resgate por muitos.” S. Mar. 10:44 e 45.

O célebre filósofo alemão Frederico Nietzche definiu “bondade” como aquilo que realça o senso do poder humano. Algo é bom se dá a alguém força para dominar  a outrem. Isto é o que habilita alguém a sobreviver no contexto evolucionista. Os fracos que são dominados e destruídos pelos fortes, não têm nenhum direito à sobrevivência, de acordo com o esquema evolucionista. Conseqüentemente, sua destruição é boa, diz Netzche.

Jesus Cristo mantinha a opinião de que a bondade é encontrada em SERVIR os fracos, em ministrar aos que enfrentam dificuldades e em alimentar os aflitos. Jesus considerava as pessoas como de grande valor – produtos do Seu próprio ato criador, não de processos evolucionistas irracionais. Negligenciar ou depreciar os inferiores não somente fere a essas pessoas como também desumaniza àqueles que assim as tratam, porque isto desfibra nossa sensibilidade comum.

A filosofia de Nietzche lançou os fundamentos de Dachau, Auschwitz e Ravensbrook. A filosofia de Jesus Cristo lançou os fundamentos de hospitais, orfanatos e escolas. Pessoas como Hitler e Goebles consideravam-se discípulos de Nietzche. Pessoas como William Carey e Albert  Schweitzer consideravam-se discípulos de Jesus Cristo.

Lemos nossos livros de História e achamos fácil detestar o espírito de dominação quando vemos seus excessos e extremos. Ninguém defenderia o extermínio de milhões de judeus. Contudo, a violência na televisão está baseada na mesma filosofia e tem milhões de devotos durante o horário nobre cada noite da semana.

Ainda mais, o espírito de competição é um daqueles que premiam a dominação dos fracos pelos fortes. A  rivalidade leva alguém a preocupar-se muito mais com a emoção de ganhar do que com a dor de coração do perdedor. Como tal, é estranha ao espírito de serviço.

Jesus não estava contente apenas em fazer soar uma advertência contra o espírito de conquista e dominação sempre que o visse atuando. Passou a vida representando o espírito de serviço. Sabendo muito bem que era o Rei dos reis, também conhecia o espírito do Seu reino. Sabia que Sua vontade era que os que lutam com dificuldades fossem ajudados, os feridos fossem curados e os retraídos se tornassem corajosos. E assim Ele veio como o servo de todos.

Não está contente pelo que Ele fez?

15 de Março

 Topo

Vestes Novas por Velhos Ferimentos

“A cada um de todos eles deu vestes festivas.” Gen. 45:22.

É próprio da nossa natureza humana procurar desforra quando sentimos que fomos maltratados. Mesmo como cristãos, podemos achar nosso coração lutando contra emoções “proibidas” tais como ira e defesa. Afastar-se do ofensor provê, no melhor dos casos, apenas alívio temporário. E isto nos permite lidar com a culpa que experimentamos por ter sentido emoções tão negativas no início.

Acaso Deus compreende? Ou Ele meramente “marca os pontos” – notando severamente quando caímos ou aprovando estoicamente nossos “triunfos” corajosos? Afinal, Ele é DEUS! Que pode Ele conhecer de nossas misérias? Muito! Representado na vida de Seu Filho, contemplamos nosso maltratado, mal compreendido e difamado Deus não somente nos ensinando como devemos comportar-nos, mas nos mostrando A SI MESMO.

Outra representação foi através do filho de Jacó, José. José tinha uma bela túnica de várias cores. Aquela túnica foi tomada dele por seus irmãos que desumanamente o venderam como escravo. Depois mergulharam a túnica em sangue e a apresentaram ao pai como prova de seu falecimento. Longe de estar morto, porém, José cresceu até chegar a ser o segundo depois de Faraó na terra do Egito. Anos mais tarde, a fome obrigou seus irmãos a procurar inadvertidamente sustento do mesmo a quem haviam tão cruelmente maltratado. José não guardava nenhum rancor contra eles. Não somente lhes deu o alimento de que necessitavam, mas fez provisão para que todas as suas necessidades fossem supridas nos anos vindouros. “A cada um de todos eles deu vestes festivais.”

Pela linda túnica que fora tomada de José e molhada no sangue, aqueles irmãos receberam túnicas, por assim dizer, para si mesmos. José poderia tê-los suprido com fundos para comprar suas vestes. Em vez disto, em um gesto de sublime perdão, ele mesmo os vestiu. Era mais do que haviam procurado, mais do que esperavam ou mereciam. Mas fazendo isto, José demonstrou sua aceitação incondicional deles. Não tiveram que tratar com seus sentimentos ofendidos. E assim seu relacionamento foi restaurado.

Que maravilhoso amor! Que inspiradora sensibilidade demonstrada a serviço da amizade restaurada! Quando percebo que esta é exatamente a maneira como Deus Se relaciona comigo, meu coração é abrandado para com aqueles que me fazem injustiça. Neles vejo-me a mim mesmo; e em mim somente posso desejar que eles possam ver a Deus.

16 de Março

 Topo

A Disciplina de Deus

“Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da Sua santidade.” Heb. 12;10.

Imagine um pai prestes a espancar seu filho mal comportado. O menino perturbado suplica ao pai que explique por que isto é necessário (provavelmente mais como uma tática evasiva do que como uma busca de compreensão). Mas o pai o toma a sério e tenta explicar-lhe.

Que pensaria você se o pai dissesse: “O regulamento da casa requer... e você merece”? Ou pior ainda: “Você realmente me ofendeu e estou desabafando”?

Embora suspeitemos que muitos pais realmente espanquem seus filhos por estes motivos, intuitivamente sabemos que não são adequados. Nenhum deles faz referência às necessidades da criança. A verdadeira disciplina é exercida tendo em vista o compartilhar da justiça com nossos filhos – a fim de ajudá-los a andar nos caminhos da salubridade e bênção. Isto não é feito por causa de retaliação, nem meramente defendendo algum abstrato código de justiça.

E visto que Deus é muito mais sábio do que qualquer um de nós, não esperaríamos também que Deus fosse educativo e redentivo em tudo o que Ele faz? Em todo o Seu trato conosco como Seus “filhos mal comportados”, não há nenhuma sugestão de ser Ele meramente punitivo ou retaliador. Suas ações não são estimuladas por Sua irritação conosco ou com nossas atitudes. Nem está Ele indignadamente sustentando a “justiça”.

Cada ato de Deus é designado especificamente para o nosso benefício. A justiça  (ou fazer o que é reto), acariciada dentro do nosso coração, é o seu objetivo para nós, e Ele sabiamente Se dispõe a ensinar-nos como viver em harmonia com Seu mundo muito real. Não está contente em apenas proclamar-nos como justos; quer que pensemos e escolhamos e ajamos em harmonia com os princípios da justiça.

O âmago central do problema do pecado é que expulsamos a Deus do centro de nossa vida. Qualquer remédio que não restaure isto é apenas um pouco menos do que o problema. Nosso sábio Pai celestial não está interessado em “acertar as contas” ou “defender Sua dignidade”. Está interessado em restaurar o relacionamento com cada um dos Seus filhos. Em Suas mãos a disciplina ergue-se à sua mais elevada forma: “disciplinando”, conquistando nossa livre e refletiva fidelidade para Si mesmo.

Contentar-nos-íamos com algo menos?

17 de Março

 Topo

Quando Deus Sorri

  “Então a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de júbilo; então entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles".   Sal. 126:2

Em algum lugar, alguém espalhou o boato de que Deus não ri. Uma vez ouvi alguns astutos estudantes da Bíblia discutindo acaloradamente este assunto. Com toda sinceridade, um jovem declarou solenemente: “A única ocasião em que Deus ri é quando zomba dos ímpios!"

Eu poderia facilmente ter descartado sua afirmação somente pelo obsedante conhecimento de que há provavelmente muitos outros que partilham da sua opinião. E não estou justamente convencido de que se você trocar a imagem de Deus como “Juiz severo” pela de um Redentor sério, que não ri, você ganha muito terreno. Qualquer um dos dois conceitos leva alguém a se sentir nervoso no tocante à realidade de encontrá-Lo um dia face a face.

Nada reprime mais o sorriso do que estar na presença de uma figura poderosa que é sisuda, que não sorri. Com muita freqüência essas figuras se utilizam de sua solenidade para controlar situações. Há o professor da escola secundária que está convencido de que se ele mistura alegria com instrução sua classe ficará indisciplinada. E existe o presidente de mesa que tem a impressão de que qualquer leviandade impediria o progresso em completar a agenda.

Em outras palavras, para controlar ou dominar, não ri. Deste modo, sendo que Deus deve controlar-nos, Ele não ousa sorrir. Errado! O método de “controlar” preferido por Deus inclui que venhamos a sentir-nos outra vez completamente à vontade em sua presença. Não necessita de manipular-nos com Sua solenidade. Ele transforma-nos por Seu amor. E (pergunte a qualquer criança) o sorriso é aquele dossel aquecido que permite a dois corações aproximar mais e mais o relacionamento porque estão muito seguros.

Quando o povo de Deus refletir esta segurança, as nações o conhecerão! As “grandes coisas” que Deus tem feito por nós destinam-se a restaurar em nós aquela segura e alegre amizade com Ele que nossos primeiros pais conheceram no Éden. E não seremos os únicos que estarão cheios de risos e de brados de júbilo! Ouça: “O Senhor teu Deus está no meio de ti... Ele Se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no Seu amor, regozijar-Se-á em ti com júbilo.” Sof .3:17.

Renovados em Seu amor! Regozijando-se e cantando! Bocas cheias de riso ante o absoluto prazer de conhecer a Deus não somente como nosso redentor, mas como nosso Amigo! E isto é mútuo! Restaurados à sua imagem, mais uma vez refletiremos Seu regozijo.

18 de Março

 Topo

Ordenando o relacionamento

“Qual é o principal de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O principal é:... Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força ". Mar. 12; 28-30.

Existe tão incrível contraste de idéias neste versículo que muitos não o compreendem na primeira leitura! Assim tente imaginar o cenário para este dramático encontro.

Jesus estava falando com um grupo de pessoas devotamente religiosas. Estavam impressionantemente tencionando fazer tudo o que era exigido deles para que não perdessem a salvação. E visto que a lista de ações requeridas estava se tornando muito longa, permitindo a possibilidade de que algo pudesse passar pelas fendas, queriam certificar-se de que no mínimo dominavam a exigência mais importante. Assim perguntaram a Jesus qual era.

A resposta de Jesus era completamente inesperada. Disse Ele, em essência: Vosso mais importante foco não é sobre uma coisa a ser feita, mas sobre um intenso, total, todo-absorvente relacionamento com uma Pessoa, a quem alguém pudesse realmente amar.

Comportamento versus relacionamento. Estamos ainda com muita freqüência desligados de tal distinção. Por exemplo, podemos entrar em uma viva discussão sobre a pergunta: “É pecado passear de bicicleta no sábado?” Alguns poderiam querer considerar até onde deveríamos ir, o que poderíamos usar, aonde o passeio deveria levar-nos – desejando cuidadosamente evitar a prática de um ato errado.

Mas suspeito que Jesus gostaria que perguntássemos: “Contribuiria isto, ou aviltaria, meu relacionamento com o meu Amigo?” E estou certo de que Jesus desejaria que estivéssemos tão atraídos por nosso Amigo celestial que não considerássemos a proteção desta amizade como uma imposição aos nossos desejos.

Da parte de Jesus, um “mandamento” não é uma ameaça, mas antes uma expressão de Seu mui forte anseio por Seu povo. E este desejo não é apenas por ações que podemos “colar” na parte externa de nossa vida. Mais propriamente é por um relacionamento com Ele mesmo que produza uma transformação interior – que por sua vez produzirá as corretas ações externas.

Quando Deus formou Adão no Jardim, insuflou em sua alma um intenso anelo por seu Criador – um anelo rico de confiança, amor e dependência. Depois Deus despertou a Adão e entrou em sua vida como a satisfação daquele mesmo desejo. Jesus agora exorta cada um de nós a retornar àquele original e legítimo estado para toda a raça humana.

19 de Março

 Topo

Poder para ensinar

“Jesus, aproximando-Se, falou-lhes, dizendo: Todo o poder Me foi dado no Céu e na Terra. Portanto ide e ensinai a todas as nações". S. Mat. 28:28 e 19.

O Jornal da manhã declara que um grande criminoso foi posto em liberdade por causa de alguma técnica legal. E os impostos aumentaram novamente para sustentar os gastos do governo. Você não aprova. Num sussurro você murmura: “Se eu estivesse no comando, as coisas certamente seriam diferentes”.

Cada um de nós tem experimentado, até certo grau, tais sentimentos. Nos dias de Cristo este era o consenso dominante da nação judaica. O controle romano era torturante. Mas Deus havia prometido um Libertador! Ele os libertaria de seus dominadores pagãos! Ele viria com PODER! Sim, as coisas então seriam diferentes! Assim eles aguardavam, e esperavam. E Alguém caminhava entre eles no traje comum do dia. Seus pés eram tão poeirentos como os deles. Pagava impostos. Suas mãos eram as mãos de um humilde operário. Contudo...

Em Seus olhos brilhavam os fogos da nobreza. Sua voz era forte, certa. Não vacilava diante das penetrantes reprovações dos sacerdotes do templo nem recuava do contato diário com os guardas romanos que sempre se intrometiam nos negócios judaicos. Sua não declarada autoridade era usada tão natural e despretensiosamente como Seu simples manto. A agitação avolumava-se entre o povo.

Quando se declararia Ele? Quando assumiria o poder? Mesmo enquanto cavalgava triunfantemente sobre Jerusalém, tais perguntas explodiam no coração daqueles que bradavam e louvavam a Deus ao longo do caminho. Os discípulos sentiram tudo isto. Perplexos, sussurravam entre si. Pelo que estava Ele esperando? E então veio o Getsêmani. A seguir o Calvário. “Use Seu PODER!” foi ele escarnecido.

Amado Mestre, você estava usando Seu poder! Da maneira mais prudente Você revelava o mais seleto uso do poder por Deus - a fim de iluminar a mente obscurecida e curar a alma da raça humana abatida pelo pecado. Em vez de simplesmente controlar o problema do pecado com a divina potência de fogo, Você revelou que Deus deseja RESOLVÊ-LO dando-nos a VERDADE. A verdade acerca de Si mesmo.

Posteriormente, antes de deixar este mundo a fim de assumir o Seu contínuo ministério nas cortes acima, Você tornou isto absolutamente claro. Como se fosse para dissipar quaisquer dúvidas que restassem no que tange à qualidade ou quantidade de poder à sua disposição – e, sucessivamente, à nossa – Você assegurou aos seus discípulos que TODO O PODER lhe fora dado. Você, então, disse: “Portanto ide e ENSINAI...

20 de Março

 Topo

Julgados pela rejeição da verdade

 “Quem Me rejeita e não recebe as Minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia”. S. João 12:48

Quão freqüentemente somos inclinados a pensar no juízo final em termos do exame por Deus dos nossos atos pecaminosos. Pensamos nos livros de registros do Céu como tendo anotado todas as más ações de nossa vida, com o intento de que nenhuma delas escape à justa avaliação de Deus naquele dia fatal.

Mas alguns estão confusos com a promessa de que Deus perdoou nossos pecados, lançando-os nas profundezas do mar. Isto parece estar em contradição com a sua opinião do juízo final. Porque os trazer à tona novamente se já foram perdoados? O dilema é tão constrangedor que alguns rejeitam completamente a idéia do juízo final. Outros duvidam que Deus tenha realmente perdoado os pecados, sentindo que é somente justo que Ele condene as verdadeiras injustiças.

O problema, porém, deriva de supor que o juízo (realmente, todo o plano da redenção) focaliza-se nas obras praticadas, o ato de pecar. Na passagem de hoje Jesus está procurando desviar nossa atenção dos atos para sua causa. Jesus vê o ato pecaminoso como sendo causado pela rejeição de Si mesmo e, portanto do Pai. Sabe que as pessoas O rejeitam porque estavam cobertas de trevas – as trevas dos enganos de Satanás no que concerne a Deus.

E assim Jesus diz: “Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em Mim não permaneça nas trevas”. Verso 46. Jesus queria acender as luzes, porque “quem crê em Mim, crê não em Mim, mas nAquele que Me enviou”. Verso 44. Obviamente, o interesse de Jesus não estava em acompanhar o desenvolvimento ou o curso das obras, mas em curar a CAUSA dessas obras.

Jesus oferecia perdão, não somente para atos pecaminosos, mas mesmo para a ruptura do relacionamento que conduzia aos atos pecaminosos. Mas quando as pessoas rejeitam Sua revelação da verdade, a verdade concernente ao Pai, o que unicamente pode curar o relacionamento rompido, são agora culpadas de uma nova ofensa. São defrontadas no juízo com a pergunta sobre o que fizeram da verdade.

E visto que Jesus é a luz que ilumina a todo homem (S. João 1:9), cada pessoa será identificada pela atitude com que reagiu às graciosas e reconciliadoras revelações de Seu Pai. Se o juízo revelar que eu rejeitei a cativante verdade, Jesus não precisará dizer mais nada.

21 de Março

 Topo

O Obsequioso Amor de Deus

“Disse-lhe: Quanto a isso estou de acordo, para não subverter a cidade de que acabas de falar”. Gên. 19:21.

Uma jovem cristã disse-me uma vez que secretamente estava aterrorizada de que Deus pudesse permitir que algo terrível lhe acontecesse a fim de provar sua fé nEle! Deus não nos condena por tais temores. Apenas nos conforta ternamente, e procura ganhar melhor a nossa confiança.

Encontramos um exemplo disto no relato de Ló, sobrinho de Abraão. Deus considera Ló um homem justo apesar do fato de que evidentemente ele não estava repousando inteiramente na providência divina. Mesmo que Ló basicamente se preocupasse com Deus e com os outros – doutro modo não se teria colocado em tão horríveis circunstâncias para proteger dois estranhos da degradação às mãos dos habitantes da cidade – sentia necessidade de ter cuidado de si mesmo.

Não obstante, quando chegou o momento da destruição de Sodoma, a cidade em que Ló habitava, Deus enviou dois anjos para conduzir Ló e sua família à segurança. Foi orientado a fugir rapidamente para os montes. Ló respondeu: “Eis que o teu servo achou mercê diante de Ti, e engrandeceste a Tua misericórdia que me mostraste, salvando-me a vida”. Tristemente, porém, concluiu: “Não posso escapar no monte, pois receio que o mal me apanhe, e eu morra”. Gen.19:19. Rogou que lhe fosse permitido escapar para uma cidade próxima (“porventura não é pequena?”) a fim de salvar a vida!

Que visão acanhada! Como se dissesse que ele não pudesse correr muito rápido, Deus poderia permitir afinal que perecesse!

Deus sabia que condenando Ló não estaria resolvendo o seu problema. Isto jamais resolve os problemas de alguém. Assim o obsequioso amor de Deus foi ao encontro de Ló onde estavam suas necessidades. “Concedo-te a tua petição”, disse o anjo. Então, tentando arrancar Ló de sua compreensão errônea concernente às intenções de Deus para com ele, o anjo outra vez disse que se apressasse “pois nada posso fazer enquanto não tiveres chegado lá” (verso22). Em outras palavras, “Deus não está te iludindo! Ele não me mandaria fazer algo, afinal, sem que estivesses completamente sob Seus cuidados”.

Deus não estava condescendendo com Ló. Estava claramente procurando ganhar a confiança de Ló e, fazendo isto, encorajá-lo a permitir que se aprofundasse o seu relacionamento com Deus. Deus sabe que somente quando chegamos a perceber que seus amorosos caminhos para nós são totalmente adequados, nossos temores finalmente serão desfeitos (I S.João 4:18).

22 de Março

 Topo

Mobilidade Ascendente

“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no Meu trono, assim como também Eu venci, e Me sentei com Meu Pai no seu trono”. Apoc. 3:21

Muitos anos atrás uma série de comédias da televisão retratou uma família de caipiras do interior que havia encontrado fortuna inesperada e se mudado para uma grande cidade. Ao alimentarem seus porcos nas fontes de mármore e usarem macacões na sala de jantar de veludo e rendas, o humor se expandia. Era humor baseado no absurdo de pessoas mudando-se para um palácio, contudo trazendo a mentalidade e estilo do sertão.

Embora o enredo não fosse todo humorismo, ele sugere uma idéia importante para muitos da sociedade ocidental que são móveis na direção ascendente, que estão procurando melhorar sua condição social na vida. A verdadeira nobreza não se baseia na prodigalidade, na abundância da mansão de alguém, mas no espírito e valores da mente.

Muitos escritores têm zombado da mobilidade ascendente, a busca de fortuna e posição, porque ela geralmente leva à cobiça e exploração. Contudo, em seu mais verdadeiro espírito, creio que a mobilidade ascendente era o plano de Deus para nós desde  o inicio.   Ele nos criou para a comunhão com o Rei do Universo!  Mesmo depois da Queda, Ele ainda planeja que sejamos totalmente restaurados para nos assentarmos com Ele em seu trono. Ora, ISTO É mobilidade ascendente!

Mas esta incrível “ascensão” na condição social não é simplesmente uma mudança para um magnífico palácio. As pessoas não habitarão o palácio acima se não tiverem aprendido aqui na Terra a linguagem e o espírito do palácio. E isto não será encontrado comprando-se nos construtores de palácios da Terra, mas de preferência dando-se atenção aos assuntos do coração.

O escritor inglês John Ruskin disse com muito acerto: “Só está avançado na vida aquele cujo coração está se tornando mais brando, cujo sangue mais aquecido, cujo cérebro mais ativo, cujo espírito está entrando em uma paz viva. E os homens que possuem neles esta vida são os verdadeiros senhores e reis da Terra – eles, e somente eles”.

Talvez devamos perguntar por que nós com tanta freqüência temos uma tão fraca visão de nós mesmos sendo que Deus tem tão firmada opinião do nosso destino e de nosso valor.  Nem uma avaliação adequada do nosso destino nos leva ao orgulho ou arrogância, porque o orgulho, quando visto pelo que é, não passa de uma ordinária compensação, uma tênue cobertura, para uma débil auto-estima. Mas nós somos filhos do Rei!

23 de Março

 Topo

Salvação a toda prova

“Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação”. Rom. 10:10.

Muitos de nós suspeitamos um pouco quando ouvimos ou lemos das pretensões “a toda prova”, tais como o retorno do dinheiro como garantia de que você pode perder de duas a seis polegadas de cintura em apenas uma hora se usar um invólucro especial. Ou aquele plano a toda prova por meio do qual você pode ganhar mais de duzentos mil cruzados por ano sem mesmo sair de casa. Sabemos que há um logro em algum lugar.

De modo semelhante, o “crê somente” quase se tornou um clichê entre os cristãos. Contudo, muitos estão tristemente iludidos por esta injunção muito simplista. Eles CRÊEM, mas estão se apoiando em sua própria disciplina emocional a fim de suster a certeza da salvação prometida. E visto que todos têm dias de “depressão”, a certeza surge e desaparece como a névoa da manhã. Este é o logro, o embuste.

É semelhante a uma brincadeira cruel. Desconfiança quanto à parte de Deus em tudo isto pode facilmente dar lugar a completo ceticismo e a eventual desilusão. Se não for desilusão, será desespero. O que resta se o próprio plano infalível de Deus falhou?

O problema não está com o plano de Deus, mas em nossa compreensão dele. Quando enfatizamos a nós mesmos, nossa crença, falhamos. Isto forma uma luta de nossas emoções. Concluir que a luta está com nosso intelecto torna o problema ainda mais complicado, porque o intelecto pode facilmente servir a um coração egoísta.

As paixões do coração são duvidosas se não estiverem guiadas pela integridade do nosso pensamento racional. Muitas crianças têm sido arruinadas pela desmedida condescendência de seus pais. Nosso grande Deus quer que nosso coração e mente sejam, equilibrados para que possam trazer integridade a todas as nossas ações e interações.

Portanto, Ele ordenou que O compreendamos com a mente, e tenhamos fome dEle com o coração. Fazendo isto, somos levados a um relacionamento correto com Ele. E esta é a nossa infalível salvação.

24 de Março  

 Topo

Estamos Nós Seguros Presença de Jesus?

“Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-Lo lançou-se-Lhe aos seus pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido”. João 11:32

Uma jovem esposa e mãe estava soluçando sua angustiada oração.”Pai! Por que permitiste que meu esposo morresse? Onde estavas? Não Te pedi que estivesses com ele no próprio dia do acidente? Certamente não terias permitido que isto acontecesse se estiveras lá!”

Há um sentimento na oração daquele coração angustiado que não está longe de muitos de nós. Não iniciamos a maior parte dos dias com uma oração para que Deus esteja conosco? É o que desejamos experimentar com Sua presença? Não é admitido que, se Ele está presente, não enfrentaremos tragédia ou sofrimento?

Certamente isto era o que Maria supunha quando se encontrou com Jesus em seguida à morte de Lázaro. Ela estava certa de que, se Ele estivesse ali, nada de mal teria acontecido. Podemos nos identificar com esses sentimentos?

Mas que acontece quando a tragédia realmente se abate sobre o povo de Deus? Rapidamente concluímos que, ou Deus não estava ali ou Ele foi incapaz ou indiferente conquanto estivesse ali. Raramente questionamos nossa suposição básica sobre os efeitos de sua Presença.

Você vê, a presença física de Deus não é questão. A segurança não é assegurada por estar em Sua presença, mas por estar em Sua vontade. O centro de nossas orações não precisa ser que Ele “vá conosco", mas que possamos andar em Seus caminhos, em harmonia com a Sua sábia vontade.

Além disso, a segurança pela qual devíamos estar mais preocupados não é a proteção da enfermidade ou mesmo da primeira morte. Lázaro estava andando de acordo com a vontade de Jesus, contudo ele morreu. Mas no mais elevado sentido da palavra ele estava seguro. Estava protegido da segunda morte. No tocante a esta primeira morte, Jesus a chamou simplesmente de um “sono” e o despertou!

Ansiar estar na presença de Jesus deve significar muito mais do que desejar que Ele esteja dentro da distância de um grito ou mesmo ser capaz de olhá-Lo no olho. Deve significar estar unido com Ele em espírito, sentir o gozo da harmonia com Ele nos valores básicos de alguém. Porque somente aqueles que estão perto dEle em sua alma se regozijarão quando Ele voltar.

25 de Março

 Topo

Da Restrição Para a Comunhão

“Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei, e nela encerrados, para essa fé que de futuro haveria de revelar-se”. Gal. 3:23.

A procura de liberdade começa no berço. Parece inato em nós resistir àquilo que inibiria nossos desejos. No íntimo do coração de cada um de nós vive esta paixão pela independência. Tenciona o evangelho destruir esta paixão? Não responda com muita pressa, porque o próprio Deus saúda um certo tipo de independência!

Certamente não estamos falando acerca da independência que procura viver em desacordo com o governo de Deus. Esta espécie de liberdade é sempre destruidora da individualidade e dos outros e necessita de restrição. Note, porém, que o nosso texto de hoje diz: “guardados sob restrição ATÉ...”. O "até” implica em um fim da restrição, mas implica em um fim da independência? Prossigamos na leitura usando a tradução de Phillips do verso 24: “Ou, mudando-se a metáfora, a Lei era semelhante a uma governanta estrita encarregada de nós até que fossemos à escola de Cristo e aprendêssemos a ser justificados pela fé nEle”.

Ah! Aqui está a primeira explicação! Restringidos até que tivéssemos aprendido a ser justificados pela fé nEle. E, como diz o texto, aprenderíamos isso indo à “escola de Cristo”. Que é ensinado na escola de Cristo? O próprio Jesus testificou que Ele veio para revelar-nos o Pai ( S. João 17:4; S. Lucas 10:22).

Portanto, viremos a conhecer o Pai estudando a vida de Cristo. E, vindo ao conhecimento dEle, nosso relacionamento com Ele será restaurado ou “consertado” como implica a palavra justificar. Tendo aprendido quão bons, quão razoáveis e adequados são os Seus caminhos, prazerosamente aderiremos ao Seu conselho. Será nossa “comida e bebida” fazer a vontade de Deus, como era a de Cristo. Não porque TEMOS de fazê-lo (restrição), mas porque DESEJAMOS por nós mesmos.

Desejamo-lo por nós mesmos! Esta é a segunda explicação. Que restrições precisam ser aplicadas ao motorista que QUER dirigir com segurança? As restrições estão em si mesmo. Apesar disto, as escolhas ainda são suas quanto, ao local até onde ele irá viajar. Sua independência não está em desacordo com a lei; ela é servida pela lei! Porque a lei existe não para abortar a independência, mas para guiar-nos seguramente em nossas escolhas.

Deus nos criou para sermos mais do que filhos restringidos. Criou-nos para termos comunhão com Ele (I S. João 1:1-3). Por nossa própria escolha independente podemos fazer exatamente isto.

26 de Março

 Topo

O Iníquo Vem Primeiro

"Então será de fato revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro da Sua boca, e o destruirá, pela manifestação da Sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás." II Tess. 2:8 e 9

Ao redor deste mundo milhões de cristãos sinceros e crentes na Bíblia estão aguardando o breve regresso de Jesus Cristo. Estão antecipando uma configuração dramática de acontecimentos que envolvem a Sua vinda: um tempo de terrível provação, a ressurreição dos justos mortos e a destruição dos ímpios. O que é mais importante, porém, é que estes cristãos estão permitindo que esta bem-aventurada esperança molde sua vida diária. E espero que cada leitor destas páginas esteja incluído neste grupo!

Às vezes, entretanto, os cristãos parecem quase a competir uns com os outros em asseverar quão rapidamente crêem que Cristo pode voltar. É como se aqueles que crêem que Ele poderia  vir em um ano fossem mais piedosos do que aqueles que suspeitam que dez anos seja mais provável.

Há um grande risco envolvido com aqueles cuja preocupação primária acerca da vinda de Cristo é a sua "brevidade", e este é que o falso Cristo virá aqui primeiro. Paulo descreve o fato de que Satanás operará uma dramática e enganadora aparição, afirmando ser o Cristo, pouco antes da verdadeira segunda vinda de Cristo. Empregará todo o seu poder demoníaco e operador de milagres para dominar as emoções ávidas dos crentes.

Satanás não é tolo; procurará aproximar-se o máximo possível daquelas qualidades que muitos esperariam encontrar em Cristo. Curará os enfermos e mesmo parecerá ressuscitar os mortos. E se alinhará com os poderes políticos buscando reforçar a paz e a unidade em um mundo fragmentado. Aqueles cristãos que tem crido o tempo todo que esta é a maneira como Deus deveria resolver os problemas do pecado no mundo, alegremente se submeterão a ele.

Toda ênfase sobre a proximidade da vinda de Cristo deve estar combinada com uma forte ênfase sobre justamente quem é Aquele que virá. A maneira e os métodos de Jesus devem estar tão claros em nossa mente, em assinalado contraste com a maneira e os métodos de Satanás, para que sejamos capazes de identificar o impostor apesar do seu drama e poder. Toda mensagem ao mundo sobre a breve volta de Jesus deve incluir tão claro e atraente retrato de Seu caráter que as pessoas possam estar realmente felizes por vê-Lo quando Ele vier!

27 de Março 

 Topo

A Mais Valiosa Liberdade

“Antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” II Cor. 4:2.

Aqueles que por várias gerações têm sido cidadãos dos Estados Unidos com muita freqüência tomam como certa a maravilhosa liberdade a eles garantida pela Constituição. Seu berço foi embalado pelas bisnetas da Revolução Americana – cujo berço foi firmado por estabelecidos precedentes de liberdade civil e religiosa.

Têm esquecido (ou talvez jamais o tenham realmente compreendido) o preço de sua liberdade nacionalmente celebrada. Inegavelmente, houve derramamento de sangue e perda de vidas. Todavia, houve algo igualmente custoso, algo inerente na estrutura de sua Constituição. É isto o que fez a nação americana singular entre todas as outras nações. Em poucas palavras, é o conceito de que a liberdade de consciência deve ser garantida a todos, mesmo reconhecendo que alguns usam mal esta mesma liberdade.

Pense nisto! Concederia você a liberdade a uma pessoa ou a um povo mesmo sabendo que eles possivelmente a empregariam mal? Não é uma pergunta fácil de responder, especialmente quando isto significa o ferimento potencial de outras pessoas inocentes. Contudo, a fim de preservar a dignidade e o valor individuais, é conveniente que tal liberdade seja permitida. De fato, é por este mesmo motivo que o próprio Deus escolheu a liberdade em vez da força como o fundamento do governo do céu.

Como indica o texto de hoje, Deus deseja nossa resposta inteligente à verdade, e nosso genuíno compromisso de fidelidade ao Seu Reino. Está interessado na qualidade do nosso relacionamento com Ele, não meramente no comportamento adequado. A fim de preservar nossa capacidade de ser francos e sinceros em nossa amizade com Ele, deu-nos a verdadeira opção de não concordar com Ele. O fato de que Ele é a nossa única Fonte de vida é revelado ao nosso entendimento não apenas porque é esta a realidade. Ela não é uma ameaça; podemos escolher não acreditar nisto.

Que testemunho da confiança de Deus em nosso destino supremo! Fomos criados para entrar em genuína e espontânea amizade com Ele e com todos os outros seres criados do Universo. A Cruz do Calvário é um eterno testemunho do ponto ao qual Deus tem estado disposto a ir a fim de preservar esta qualidade de amizade. Somente ao começarmos a apreciar o quanto custa a Deus continuar a garantir-nos tal liberdade, acariciaremos toda a oportunidade a nós conferida para aperfeiçoar nosso relacionamento com Ele.

28 de Março

 Topo

Deus Faz um Bom Trabalho

“Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.” I Ped. 3:3 e 4.

Um amigo certa vez me apresentou a uma jovem com o seguinte pedido: “Gostaria que você se encontrasse com Júlia; por favor, explique-lhe por que sua igreja desaconselha o uso de jóias.” Este não seria exatamente o assunto que eu escolheria para familiarizar-me, nem para apresentar-lhe minha igreja! Mas a solicitação fora feita e ela estava ansiosa por saber.

Assim falamos do texto de hoje e dos resultados mais profundos que Pedro tinha em mente ao escrevê-lo. Parece verdade que Satanás está sempre procurando destruir a nossa auto-estima. Cada vez que seguimos o seu caminho, acabamos nos sentindo menos valiosos, menos atraentes, menos convictos do nosso valor interno e verdadeira estima aos olhos dos outros. Sentindo-nos tão vazios interiormente, tentamos compensar pendurando decorações na parte externa.

Sugeri, porém, que o trato de Cristo conosco visa restaurar e construir nosso verdadeiro senso de valor e dignidade. Repousar em Seu amor acolhedor, andar em Seus sábios caminhos, usufruir a qualidade de suas relações e conhecer o grandioso destino que Ele tem para todos nós – tudo isto conduz a um verdadeiro renascimento da dignidade interna.

“E assim”, concluí, “estar um cristão ainda pendurando pequenas decorações brilhantes no exterior seria apregoar que Cristo não fez um bom trabalho interiormente. Cristo merece melhor crédito do que isto. Ele faz um bom trabalho restaurando nossa auto-estima.”

Ela inclinou a cabeça, concordando. “Você sabe qual é o meu trabalho? Sou representante de uma importante empresa de bijuterias. Minha tarefa inclui ensinar a equipe de vendas a vender jóias. E este é exatamente o nosso “papo” de vendedor: As jóias ajudam uma mulher insegura a sentir-se melhor quanto a si mesma.”

Diz o Senhor: “Vós sois as minhas testemunhas.” Isa. 43:10. É o nosso privilégio retratar na luz mais atraente a qualidade de trabalho que nosso Pai desempenha como hábil artífice da alma. Não mais sentimos necessidade de recorrer a bugigangas, pulseiras e contas de rosário para afastar a atenção das pessoas das escancaradas lacunas internas e das desgastadas orlas da alma.

29 de Março

 Topo

Vestindo Armadura Apropriada

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo.”Efés. 6:11.

Todos a têm visto. Seu cabelo está sempre um pouco despenteado, seu batom apenas uma tonalidade muito brilhante, e suas vestes demasiado jovens para os seus anos maduros. Seus olhos vagueiam pelo quarto enquanto ela entra, como se estivesse olhando para alguém. Ela é...

Todos nós sabemos que ela não é “nada boa”. Ela não tem seguido os regulamentos e agora está pagando o preço. Talvez, se pudéssemos examinar suas circunstâncias passadas, veríamos que ela vem tentando durante todos os anos compensar os profundos sentimentos de insuficiência, de imperfeição. Certo, não é esta a maneira adequada de lidar com seu problema, mas é evidentemente a única que ela conhece.

Nosso texto de hoje fala a respeito de ficar firme contra as ciladas do diabo. A tradução de Phillips assim expressa: “Para que possais resistir com sucesso a todos os métodos de ataque do diabo.” Grande parte do nosso mau procedimento é realmente calafetagem nas rachaduras do coração. Satanás tem acesso a nós por causa do relacionamento rompido com nosso Pai celestial. Tem desvirtuado totalmente a atitude de Deus em relação a nós, deixando-nos suscetíveis às suas sugestões quanto à melhor maneira de enfrentar a vida.

Há uma resposta! Não precisamos cair como presa do embuste do diabo. Podemos vestir “toda a armadura de Deus” – VERDADE, a verdade concernente a Deus e Sua atitude em relação a nós, cingindo os lombos (figurativamente, nossa vulnerabilidade); JUSTIÇA, o relacionamento correto restaurado entre nós e Deus, como uma couraça (para cobrir nossas emoções); O EVANGELHO DA PAZ, as boas novas que mostram como Deus trata o homem caído, calçar os pés (guiar nossa maneira de tratar uns aos outros); FÉ, aquela inabalável confiança que temos em quem é Deus, como nosso escudo contra os dardos do maligno (guardar nossos conceitos corretos acerca de Deus); O CAPACETE DA SALVAÇÃO, aquela realidade protetora de que estamos seguros em Deus (aquela segurança necessária a fim de sermos capazes de tomar decisões racionais); A ESPADA DO ESPÍRITO, a palavra de Deus (aquele testemunho divino, fora de nós, para todas estas coisas).

Somente quando permitirmos que Deus nos cubra com Sua armadura protetora – com a verdade sobre Si mesmo, e por nosso relacionamento restaurado com Ele – não teremos necessidade de compensar o infindável vazio da vida separada dEle.

30 de Março 

 Topo

Como Combater o Pecado

“Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; isto digo para vergonha vossa.” I Cor. 15:34

Com a mão no queixo e o rosto carrancudo, uma jovem expressava sua perplexidade acerca do namorado. “Por que ele gasta tanto tempo em oração e ainda faz coisas tão estúpidas? Ele é tão imaturo, no entanto está convencido de que devemos casar! Não gasto tanto tempo em oração como ele, contudo posso ver todos os motivos por que não devemos casar. Faz a oração uma pessoa pensar corretamente?”

Esta não é uma pergunta imbecil. Embora todos os cristãos sejam cabalmente a favor da oração, ainda sabemos de muitas vezes quando em oração tomamos uma decisão que posteriormente soubemos que era a decisão errada. E é fácil pensar que naquelas ocasiões Deus nos desapontou – que Ele não nos disse o que fazer. A oração em si mesma leva à correção e maturidade de ação?

A maturidade espiritual não é algo que Deus empurra em nossa mente. Ele não agita a mão sobre nosso cérebro e nos impregna com algum tipo de magia espiritual pela qual subitamente pensamos apenas pensamentos justos da mais elevada qualidade. Ele fez a mente para ser educada. Criou-nos com a capacidade de submeter a verdade a um processo e manejá-la com clareza e integridade. E além disso deu-nos o auxílio do Espírito Santo para habilitar-nos a aprender os significados mais profundos e espirituais da verdade.

O convite de Paulo para que nos tornemos à sobriedade está muito especificamente vinculado à sua próxima sentença: “Porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus.” Este é o âmago central do problema do pecado. Conhecer o grande amor de Deus por nós é confiar em Seu perdão, Seu cuidado e Seus planos para o nosso futuro. Conhecer a sabedoria do Pai é confiar na total suficiência de Sua vontade, Sua lei e Sua orientação.

Essencialmente, pecado é a condição de estar separado do Pai. É alienação de Deus, a qual procede da crença de que Ele é hostil, indiferente, ou irrelevante. Crer em tais coisas acerca de Deus (e em conseqüência permanecer distante dEle), especialmente em vista de tudo o que Jesus mostrou-nos sobre Ele – é o cúmulo da estupidez. Tornemo-nos à sobriedade!

31 de Março

Topo

A História Que Começa Pelo Final

“Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a nuvem; torna-te para Mim, porque Eu te remi.” Isa. 44:22.

Algumas vezes voltamos ao final de um livro para descobrir como a história termina antes que tenhamos lido toda a narrativa. Há algo em nós que nos inibe de esperar! Temos de conhecer! Vem isto a ser aceitável? Talvez o mais profundo anseio do nosso coração esteja refletido em tais atos de “espreitar” – o anelo de saber que a vida está se tornando satisfatória para NÓS!

Fomos abandonados sem amparo à deriva em um Universo caótico? Há alguma resposta, alguma esperança para o dilema no qual nascemos – isto é, nossa alienação de Deus? O próprio Deus volveu ao final do livro, por assim dizer, para que pudéssemos ser consolados com o conhecimento de que a vida VIRÁ a ser satisfatória. Temos somente de voltar para Ele.

Simples como possa parecer, voltar para Deus não é tão fácil se você sente-se muito culpado no que concerne às escolhas que tem feito na vida, ou se você não está totalmente seguro do que Deus fará com (ou para) você quando retornar para Ele. Creio que muitos dos chamados ateus não estão realmente rejeitando a existência de Deus; estão rejeitando o conceito de um deus com o qual eles jamais poderiam sentir-se seguros. Como pode tudo vir a ser melhor se sua concepção de Deus o deixa indagando se você DESEJARIA mesmo passar a eternidade com Ele?

 É o Céu apenas um lugar onde não haverá mais dor, tristeza ou choro? Um lugar onde nunca irá faltar o bom alimento e infindáveis amanhãs estão assegurados? É a vida eterna meramente a ausência da morte? Desejamos secretamente nunca ter que encontrar a Deus para que de algum modo possamos apenas estar “perdido na multidão” sobre o Mar de Vidro? Ou é o Céu uma incessante aproximação na mais doce comunhão com Aquele por quem nosso coração anela?

Se pudéssemos apanhar apenas um vislumbre do nosso generoso Pai removendo nossas concepções errôneas quanto a Ele (a verdadeira fonte do nosso mau procedimento) enquanto proclama que fez todas as provisões para contrabalançar nossos anos de separação dEle, não permitiríamos avidamente que nossa vida fosse reunida à dEle?

Com efeito, Deus anunciou Suas intenções em relação a nós mesmos antes de sabermos que Ele Se preocupava! E Ele nos assegura: “Tenho feito tudo correto. Você pode vir para o LAR!”

Título Original em Inglês:
HIS HEALING LOVE

Título em Português:
O AMOR QUE RESTAURA

Autor:
DICK WINN

Primeira Edição Publicada em 1987:
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

 

 Topo